sábado, 31 de dezembro de 2011

Histórias do Pobre Velho... Lágrima...

Como não podia deixar de existir, desta vez, está o pobre velho sentado, mas não num lugar propriamente dito. Ele desta vez está sentado no seu belo e harmonioso jardim. Não existia nada naquela pequena aldeia que fascina-se mais os seus olhos que o seu belo jardim. Cada flor fora plantada com muito amor, porque alguém que longamente já teria partido. O cheiro daquelas flores leva o pobre velho a recordar a ultima lágrima que pode ver da sua bela mãe. Passava pouco mais do meio-dia, quando a sua bela mãe doente chama por aquela pobre criança. A tristeza era tão grande que nem sequer a pobre criança escapava ao derrame de uma lágrima. A saudade que dele provinha era imensa que fez com que aquela lágrima caí-se directamente no rosto da sua mãe doente. Já não era a primeira vez que ela estava doente, aquela doença era uma espécie de mar, tão depressa vem, como tão depressa vai, mas pelos vistos desta vez viera para ficar, pensava ele. De repente toca o telefone e o pobre velho acorda daquela recordação. O rosto velho e triste estava como um campo alagado em pleno inverno devido as cheias, contudo o pobre velho não ligou e continuou a recordar. Quando a sua mãe estava assim, não havia ninguém que lhe pudesse tocar pois, ela nessas alturas era como um pequeno bebé que acabara de nascer, tão frágil que uma pequena queda podia nunca mais voltar a si. Cada minuto do relógio era crucial para a melhora da mãe. A pobre criança com a sua inocência naquelas alturas nunca saía da sua beira. Cada contacto que ela tinha com a mãe era uma forma de ela se sentir mais viva. Mais uma vez o telefone volta a tocar, mas desta vez o pobre velho nem os olhos abriu, estava tão bem a recordar a sua mãe que nem um olho abriu. Assim continuou até largar horas, tal como a doença da mãe continuou por largar horas. O relógio toca, mas a pobre criança nem se deu a curiosidade de ir ver as horas, cada minuto em contacto com a sua mãe é importante. O cansaço era tanto que obrigou a pobre criança a dormir agarrada a sua bela mãe. O chilrear dos pássaros na manha seguinte acorda quer a mãe quer o filho. Naquele momento o rosto da criança enche-se de alegria ao ver que afinal a sua pobre mãe estava melhor e que no seu rosto já não corriam lágrimas de tristeza, mas sim de felicidade. Agora já não importava o som do relógio, mas sim a sua passagem. Cada  momento que passava era importante para a felicidade de ambos e é neste momento que pela força do destino o pobre velho acorda. Na sua cara reinava um sorriso inexplicável, pensava ele, cada memória da sua mãe fazia-lhe brilhar os olhos e agora o pobre velho diz, agora já percebi a questão das lágrimas, umas são de tristeza e outras de felicidade, mas todas provêm do mesmo lugar, do meu coração...

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Histórias do Pobre Velho… Fogueira…


Está o pobre velho sentado em frente da sua fogueira a aquecer os seus penantes, como já dizia o seu pobre pai. Cada palavra que vem a memória do pobre velho, faz-lhe voltar em pensamento as suas harmoniosas memórias. Recorda o pobre velho, a noite em que o seu pai chegara do trabalho. Eram sete horas da tarde e por essa hora o seu pai já deveria de ter chegado a um bom bocado. O nervosismo e a tenção frisavam a cara da sua mãe. A sua mãe era uma pessoa dócil e bonita, em tempos de chuva os seus olhos eram da cor da terra húmida e em tempos de sol os seus olhos eram da cor da terra seca. A demora do seu pai fez com que o maravilhoso momento de jantar fosse estragado. O tic tac do relógio era cada vez maior e sem a chegada do pai. Já não era a primeira nem a segunda vez que o seu pai tinha feito aquilo. O aconchego para o jantar chegara então. Eram as nove da noite e sem a chegada do pai. A preocupação não só crescia no íntimo da sua mãe como nele próprio. Acorda de repente o pobre velho com frio nos pés, e sem perder mais tempo, vai depressa buscar mais canhotas para aquecer os seus velhos pés. Essa demora foi pouca e não tardou a voltar a sonhar. A refeição tinha terminado e a chegada do pai nunca mais estava a vista. Ao canto do olho da sua mãe, a pequena criança podia ver uma pequena lágrima que com pressa queria sair do olho da sua mãe. Toca a badalada das onze horas, e o seu pai entra pela porta da casa adentro. A cara dele estava vermelha. Mais uma vez o pobre velho acorda da sua recordação, mas desta vez não por ter os pés frios, mas sim para ir buscar um guardanapo para limpar cada lágrima que escorria da sua velha cara. O cansaço que ele podia ver no seu pai era demasiado, continua-se recordando o pobre velho, por outro lado a cara de alívio da mãe inspirava confiança na pobre criança para perguntar ao pai onde ele tinha estado. A demora do seu pai fora tanta porque ele tinha estado a construir uma grande e bela lareira para quando o frio fosse a mais, todos sem excepção pudessem aquecer os seus pés. O que mais faz renascer estas lembranças ao pobre velho é o facto do seu humilde pai ter demorado horas a fio a construir esta grande e bela lareira e o facto de seu pai não dizer "pés frios", mas sim "penantes frios". Cada lembrança deste dia, faz com que o pobre velho fique ali horas a fio a ouvir os pequenos foguetes que saem daquela lareira que outrora aqueceu muitos penantes e que agora aquece aqueles pobres é velhos pés... Assim recorda o pobre velho...

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Histórias do Pobre Velho... Saudade...

No jardim da sua humilde casa, está desta vez o pobre velho sentado num velho rolo de madeira que fora cortado ainda quando ele era criança. É talvez esta a recordação mais visível que o pobre velho pode ter. Tudo acontece numa noite de inverno em que o frio era tanto que conseguiu congelar a água límpida do tanque onde a sua querida mãe lavava a roupa. Era noite de lua cheia, e na sua casa não havia senão grandes paus de madeira para por na sua lareira. Sem mais demoras o seu pai, já com alguma idade, levanta-se e vai atacar uma grande árvore aquelas horas da noite, para levar para a sua casa uns rolos que pudessem aquecer mais a cozinha, já que aqueles humildes paus de madeira mal aqueciam a cozinha. Eram as onze horas da noite, quando o pai pega numa serra e vai em busca de uma grande e velha árvore para que possa tirar dela uns rolos de madeira. As horas vão passando e o seu pai sem vir. Então quem vai em busca dele é o seu próprio filho. As lágrimas estão a correr na pobre cara do pobre velho ao lembrar-se do seu pai, que partiu e não deixou recado. O pobre velho volta a olhar para o velho tronco e relembra outra vez essa passagem de saudade. Eram as duas da manha, via a pobre criança num relógio de bolso que o seu tio lhe tinha oferecido na noite do seu aniversário. Os gritos eram grandes enquanto chamava o seu pai. De longe se podia ouvir os gritos desta pobre criança que desesperada procura o seu pai. De repente alguém toca a campainha e o pobre velho com as lágrimas a formarem um rio na sua cara acorda desta passagem de saudade. Era a sua adorada filha, que simplesmente viera ver se o seu pai estava bem. A filha não tardou a ir embora, e a eterna passagem não tardou a vir ao de cima na cabeça do pobre velho. De repente a pobre criança ouve um imenso barulho naquele matagal imenso. Eram já as quatro da manha, voltava ele a olhar para o relógio. Tinham sido horas a fio a procura do seu pai, mas até que ao virar uma grande árvore tombada ele conseguiu visualizar a cara do seu pai assustada e cansada. A corrida foi imensa até a proximidade do seu pai, os olhos já estavam totalmente fechados, os dedos estavam branco, como está a neve ao término da sua caída. A pobre criança já juntamente com o seu pai, pensara que aquilo fora a sua maior e grande aventura que teve ao longo da sua vida. O regresso a casa com um carro de rolos fora impressionante a brincadeira e a vivacidade com que ali se via a alegria era um factor vivo. A chegada a casa fora bastante tarde, aquela hora os rolos já não eram precisos, mas só a aventura que a pequena criança valeu de tudo. Cansados sentam-se na cozinha ao quentinho, onde a sua queria mãe serve-lhe a ele uma chávena de leite quente e ao seu pai uma chávena de café quente... Não demorou muito a que a pequena criança acorda-se e a que o pobre velho saísse daquela eterna saudade. Agora olha o pobre velho para a lareira onde outrora depois de uma aventura acabou por adormecer no colo do seu pai... Assim é mais uma história de um pobre velho, que livremente chora esta eterna saudade... Adeus pai...

domingo, 25 de dezembro de 2011

Histórias do Pobre Velho... Suspiro...

De volta ao seu banco está o pobre velho, que outrora recorda a sua infância. A sua infância nunca fora a mesma, recorda-se o pobre velho, cada dia que passava era um inferno. Sempre que entrava naquela pequena escola, numa pequena aldeia, os seus pulmões suspiravam de tanto medo. O medo era de tal maneira grande que o seu suor era por dentro do seu formoso corpo, que suavemente crescia dia-a-dia. Por vezes o medo era disfarçado com uma cantarola que ele tivera ouvido num grande café mesmo ao lado da sua humilde casa. Sempre que ele ia naquele caminho de terra, os seus pés eram como pedras grandes e pesada, era por isso que ele os intitulava de pedregosos e pedregosos. Cada passo que ele dava, visualiza o pobre velho na sua memória acinzentada, era como menos uma hora de vida que ele tinha. Sabia que nem sempre tudo era a favor dele, no recreio daquela pequena escola existia um lugar inóspito, onde ninguém, mesmo ninguém tinha ido lá. Era esse o canto dele. Vem o vento e o pobre velho volta há realidade. Os tremores nas mãos e no seu debilitado corpo, fazem com que ele retome a casa pelo caminho mais longe. Enquanto caminhava, o pobre velho recorda-se de uma passagem que lhe fomentou um grande suspiro. Estava a tocar para fora, quando de repente dois amigos dele, pensava ele, se aproximaram e sem mais demoras ficaram com o seu pequeno e gostoso lanche, que tinha sido preparado pela sua querida avozinha no fim-de-semana anterior. O suspiro foi de tal maneira grande, que gera nele uma lágrima do tamanho de um cubo de gelo. Como a tristeza era grande ele retoma ao seu esconderijo para lá regar aquela terra com as suas salgadas lágrimas. Aqueles amigos, achava ele, já não era a primeira que se metiam com ele, ainda a uma semana atrás devido a chuva intensa, obrigaram-no a dar-lhes os seus sapatos, porque os deles estavam secos. E ali ficou no seu esconderijo à chuva e com os pés descalços. De repente para o pobre velho com a cara cheia de lágrimas, já esta a entrada daquela que em tempos fora uma humilde casa e que agora é a sua mansão. Tudo na vida do pobre velho mudou, desde a idade até ao pensamento. Agora suavemente, recorda o pobre velho, cada suspiro que pode ter dado em toda a sua vida. Pode ter sido, cada um deles, um respirar forte ou suave, mas todos eles com sentimento. Está sentado na sua sala em que em seu redor permanecem fotografia de uma pessoa que agora é um pobre velho, rodeado de recordações, mas que outrora foi um maravilhoso menino... Assim acaba a história do pobre velho... E suspirou...

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

História do Pobre Velho...

Toca a guitarra ao longe de uma rua sem fim. Eu quando era mais pequeno sempre sonhei com o que não existe, mas agora que não passo de um velho contador de histórias vejo aquilo que deveras queria ver. Em tempos remotos a verdade era criada por todos aqueles que com alguma força assim a fariam, hoje aos meus olhos vejo que esta verdade é meramente instruída, como é que isso é possível? A verdade é que este velho homem que conta esta velha história está simplesmente sentado num banco de um jardim a ver aquilo que nunca queria ver. Este velho vê a revolução que nunca desejava ver, vê a cara de infelicidade que não queria ver, vê toda a humanidade igual em ideias, vida e preconceito, porque será assim? Nem sempre este caminho que eu fiz foi verdadeiro, por ele surgiram vários cruzamentos que pela intercepção da vida fizeram-me mudar de rumo! Cada tecla de um telemóvel é como uma letra desta imensa marcha, vejo que num caminho que rodeia esta vida de velho, não existe a felicidade. Apesar da virtude da vida, este velho que no jardim permanece, nunca pensou em refazer algo que já fora feito, o olhar humano. Cada olhar humano é como uma forma de construir esta nova vida, que não passa de nova, mas sim de uma vida usada. Aquele velho que está no jardim, conta algo que lhe fora contado pelos seus botões, cada botão daquele velho representa uma vitória, cada botão caído representa uma derrota. Ele nunca ouviu música, mas sabe dizer o que é, ele nunca leu, mas sabe retratar um livro, ele nunca escrever, mas sabe fazer a palavra amor, ele nunca foi nada, mas agora é tudo. Basta ser um velho que longamente permanece naquele jardim a falar de coisas que nunca pensava vir a falar. Por vezes refere-se a sua vida usada a uma outra vida que realmente existiu, mas quem lhe dá o devido valor? Ninguém, porque não há uma pessoa no mundo digna de ouvir este pobre velho. Cada palavra que saí da boca daquele velho é como uma folha que caí de uma árvore e todos passam e todos a pisam. Nada ali é real talvez tenha sido a história daquele pobre velho, que fizera o mundo assim, mas deveras foi. A virtude com que aquele pobre velho contou a história só fez com que este mundo abrisse os olhos. E agora escreve o pobre velho "Quem pensa constrói um mundo melhor, mas quem não pensa é como uma velha árvore corrompida pela doença, não faz nada senão degradar-se em mil pedaços... Assim é o pensamento..." E assim termina a história do pobre velho...

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Nome...

Deveras é prenunciado como tal deveria, deveras é amando como tal acontecia! A verdade é que esse é o nome em que a sua consistência é grande. Todas as vezes em que me surgiu esse mesmo nome, foi no olhar da noite! Todas as letras tentaram entrar em conflito, mas tu não deixas-te. O relógio toca o teu nome, como se fosse a glória dos últimos tempos. Cada letra e cada significo escondido, é como se fosse o decifrar de um código, que fora deixado para esse nome decifrar. Tenta olhar para dentro desse nome e vê a grandeza que ele mesmo transporta. Cada carruagem que ele acarreta é a forma vivida de um verbo escondido, cada curva feita por ele mesmo é uma acto que o amar dele mesmo, nunca fora tão real. Sei que parece não ter sentido cada palavra dita e escrita, mas esse nome é a pronúncia de algo glorioso. Tentei faze-lo um grande clube, e para que dele se fornecem adeptos, mas em vão. Em vão estão as minhas ideias que pela loucura do tempo foram esturricadas pela demora de um alguém que fosse capaz de pegar e ficar com ele. É simplesmente um grande nome, sei que nem todos os acham grande, mas só a primeira letra é a consistência deste nome. Quantos têm essa mesma letra? E serão grandes? Poucos são os que têm essa letra, e poucos são os grandes. Talvez exista um nome com essa música e dela se possa cantar. Toca a melodia de um inverno, em que o mesmo refrão se inicia com o “M” de maior, mas não é um maior qualquer é um maior consistente e vivido. Talvez seja assim que este nome tenha que ser tratado, com a sua verdadeira glória e acima de tudo com o seu verdadeiro amor! Por vezes não pronuncia com o seu devido valor, mas a metáfora da vida assim o quis tornar algo perdido. Tenta olhar para o mundo e vê como ele é maravilhoso e como a sua força é grande porque podes ser simples e meramente um nome perdido em algo que pela força não quer ser encontrado. És um grande nome, não só pelas letras, vogais ou meras consoantes, mas em ti reina a força de um ser forte…

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Hipótese...

Foi no verão, quando pela natureza do sol eu te conheci. Eram umas dezassete horas e eu estava a beira-mar. O tictac do sol era a força do momento, assim como a verdade era a pilha do acto. Tocava o sino e a minha mão termia. Tentei passar a minha mão na tua, mas em vão. Em vão ficaria o meu sentimento por ti que nunca fora conhecido. Gostava de saber mais sobre ti, mas tu com essa força arrebatadora nunca me deste uma mera hipótese. Essa hipótese fora destruída no momento em que tu, pela boca, disseste não. Era uma hipótese e uma pergunta. Será que ouve alguma resposta? Ou simplesmente uma mera palavra? Esta hipótese talvez nunca existira ou então uma vida que nem uma verdade existe. Sinto que nunca tive hipóteses e as que tive foram algumas que de uma forma directa destruíram a minha vida. Porque sinto que não tenho vida? Porque é que esta palavra entra sempre numa hipótese? O mundo é uma hipótese mal acrescida e mal vivida. Sempre tive o sentimento que esta hipótese já existia numa outra vida e num outro lugar. Por vezes tentei ser verdadeiro, mas porque nunca quiseste? Porque sempre, mesmo sempre fugiste de mim. Esta hipótese várias vezes te foi lançada, mas para apanha-la é necessário atirar a rede, assim como para se apanhar um peixe é necessário lançar uma rede e assim ela o apanhará, assim foi esta hipótese. Porque será que existe uma música com este nome? A verdadeira música reside dentro de mim a tentação com que eu te tento ver, nunca passa de uma memória criada. A verdade é que tu, mesmo tu, és uma hipótese ontem, hoje e provavelmente amanhã. Sei que tentei falar contigo, mas tu como conseguis-te tudo o que querias depressa viras-te as costas. Tentei amar-te mesmo que alguém te amasse, sem que não te desses conta. Amei-te incondicionalmente, mas tu nunca me amas como eu te amei. Longas foram as vezes em que de mim fugiste. Gritei o teu nome para que te virasses para mim e me desses um olhar. Porque és uma hipótese que me destruiu? Nunca te esqueças que eu te amei incondicionalmente, mas por virtude do destino tu, hipótese, foste acabar num lugar que nem a própria mentira quer. Estou a morrer de tristeza, mas tu nem uma volta dás, simplesmente ficas onde estás. Sabes uma coisa, hipótese, vou desistir de te amar incondicionalmente e deixar-te de lado! Por isso adeus... Adeus hipótese... adeus...

sábado, 17 de dezembro de 2011

Manto branco...

Nunca estou como devia de estar. Nunca vivo como devia de viver. Porque fazes perguntas? Por vezes podias-te limitar somente a viver e a falar-me, mas nem isso fazes. Não cantes nem fales. A tua voz entra pela consciência e limita-se a destruí-la, sem qualquer meio de o fazer. Sinto que por vezes ainda sou uma criança, porque assim me fazes sentir...As vezes podias, somente tentar dizer algo animador e não apenas ficares ai parada nesse mero lugar. É sei que é o teu lugar predilecto e sei que o amas mais que a mim. Desisto de tudo que seja teu, desisto do teu respirar da tua forma de viver, de tudo, mas não desisto de uma coisa, do teu nome. Sei que parece estranho, mas a verdade é que nem te conheço, não te sei viver, nem tu me sabes viver. Vivemos os dois como dois objectos em qualquer lado parados, sem vida e sem sentimento, simplesmente parados. Existem linhas entre nós que se ligam a correntes mortas de tristeza e vivas de infelicidade. Mas afinal quem és tu, aquele que se esconde por detrás de um manto branco? Não consigo pensar em ninguém, nem nome, nem rosto. Quero limitar-me ao visível e fazer frente ao invisível. Este fogo que se agarra a mim começa desde algum tempo a corroer-me e a deixar-me fora de mim. Este fora de mim não é mais que uma verdade que alguém tenta fugir, na realidade é uma força perdida por alguém, talvez tu... Sempre pensei que esse manto branco viesse um dia mais tarde a sair de onde está e a dar lugar a uma imagem verdadeira. És uma mentira inventada por ti mesmo para fazer frente a algo que me queres dizer. Não sei com quem falo será provavelmente com a minha consciência perdida, em que a única forma de a encontrar, é tirando este manto branco. Sei que és verdadeira, mas a tua força não passa de uma mentira, assim como tu! Tentei remover-te de algo com todas as minhas forças, mas deveras consegui, não sei porque não consegui. De repente foste embora e o nosso contacto foi perdido e essa imaginação que eu tinha de ti perdia-a, mas sempre que olho para o mesmo sítio contínua lá o manto branco e uma imagem, que desfocada renasce da sombra de um sol perdido, ao sabor do anoitecer. Porque choro? Nem sei. Nunca sei, nem sei formar palavras e conjugar frases, porque esse manto branco é um mero entrave ao meu olhar, que selvagem penetra dentro de algo. Tira o manto branco e descobre-te, abre os olhos e reafirma-te, descobre o mundo e descobre-te a ti mesmo, mas acima de tudo que seja algo vivo, tira o manto, esse branco e essa sombra morta não te define, mas sim, define quem deveras sejas... Tira o manto...

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Horas tristes...

Porquê o toque daquele som? Não sei. Estas são as horas tristes que eu passo sem cessar. Por vezes penso que sou um mero obstáculo que é obrigado a permanecer naquele imenso lugar, onde a tristeza banha as margens de alguém triste. Sinto que estou perdido e que nunca me irei encontrar são estas as horas em que por numerosa tristeza eu desapareço. A minha cara é como um como um cubo de gelo que pela força do sol é obrigado a derreter. Estou triste e estou sentado numa cadeira, num deserto de árvores. Ao longe vejo um mero relógio, que com o seu toque acorda tudo e todos que ali habitam. Sou o único! Talvez seja  ali naquele deserto de árvores o único a habitar. Sinto as pernas presas e o coração a desistir. Tento cantar para alegrar algo, mas não consigo. A mão falha-me, e agora que reparo vejo um letreiro proso ao meu pescoço. Não tenho vontade de sentir, nem de escrever, porque sempre pensei que o entendimento fosse medido aos palmos e a vontade medida a força. A cabeça começa-me a doer e os olhos a tremer. Sinto que vou arrebentar de tanta tristeza. Algumas palavras e pontos não fazem um mero sentido neste texto. São palavras trocadas de quem não se sente ninguém neste momento. Grandes e pequenas discussões passam por mim o dia todo. Tenho a palpitação que aquele deserto pouco vai durar. Este sentimento é em demasia, e parece que vai acabar por destruir tudo ali naquele lugar. Algo me está a levantar, o que será? É  a minha alma que fraca, tenta imanar um caminho que nunca existirá. O letreiro que outrora tinha no meu pescoço, fora-se embora com um forte entusiasmo. Porque é que isto são horas tristes e porque estou triste? As Lágrimas acumulam-se naquele sítio, já existe um lago que reflecte o meu rosto estragado e feio. O relógio começa a parar e o seu timbre a morrer, como ele está a morrer este deserto, as árvores caem e as flores secam, e eu? Que será deste algo perdido nestas horas tristes, porque canto? Porque não sinto? Será que sou mesmo um objecto. De facto sim! Nunca saí de onde estou nem de onde pertenço. Há palavras iguais e meramente repetidas, sons que nunca entraram e nunca saíram, sentimentos nunca sentidos. É assim que eu passo as horas tristes, não quero viver assim, quero morrer, na glória de ter vivido. Nada está bem! Tudo está confuso assim como está confusa a minha alma nestas horas tristes! Quero morrer na glória, e não viver na tristeza! Adeus...Horas tristes...

sábado, 10 de dezembro de 2011

Monóculo...

Sou a face desse olho perdido. O meu olho está preso a um monóculo, é esse monóculo, não me deixa viver e ver o mundo como ele é... Sei que por vezes a verdade, mas porquê viver num mundo que não o verdadeiro. Vejo coisas que nem me apetece ver, mas vou olhando. Olhar não é um privilégio, mas sim uma virtude, para quê continuar a ver através de algo triste? Não sei. A vida as vezes parece ser estúpida e por mais musicas sentidas que escutamos nunca conseguiremos sair daquele sitio. É um sítio triste e húmido, em que nada ali é verdadeiro. Vejo que realmente não existo no mundo e que sou uma mera pessoa que vagueia sozinha neste cruel e triste mundo. Porque estou sentado? Por estou a ver coisas que não quero ver? O meu coração bate, tão depressa que parece que vais explodir. Há um eclodir de sentimentos sempre que escuto algo que me afecta o coração. Estou sentado e não sei porque. Ouço alguém a falar, mas vê-la nem por isso. Porque sou um monóculo? É porque não quero ver a verdade? Ou é porque não quero ser visto. Por vezes não quero ver nem ser visto, porque choro. Choro como chora o céu quando fica negro e sem vida. Eu não tenho vida, sou uma mera pessoa que livremente tenta ser algo que deveras é, uma pessoa, não sou nada, neste monóculo, obscuro e sem vida não sinto nada. Deveras sou ouvido e sentido, deveras sou sentido, tento parecer-me com alguém, mas esse algo nunca chega a existir. Tento viver como alguém, mas não vivo, nem sou vivido. Porque me sinto assim? Não sei! Sei sim que não sou ninguém. Por detrás disto tudo existe um lago pronto a inundar os meus olhos e a mata-los, sem vida eles não são nada, porquê? Nada existe sem força, o monóculo que trago a perder a minha visão é a razão dessa falta de força, é colocado como forma de ser uma pessoa que meramente vive e meramente é vivida. Tento lutar, mas em vão! Agora estou a caminho não sei bem para onde, mas ouço sino. Ao longe tento ver algo que se aproxima e por mais perto que esteja, dá-me a sensação que é um espelho, mas não desses que reflecte a imagem, mas sim aqueles que com força reflectem a tristeza pura e amargurada. Quero desfazer-me de tudo, não quero existir, não quero viver, quero ser o vento e o mar, quero ser a sensação e a verdade, quero viver com o mundo. Estás palavras acabam como acaba a minha visão. Não tenho mais palavras para aquilo que deveras sinto, apenas sou um monóculo que coloco no meu próprio olho, para não aquilo que me faz mergulhar na tristeza... Acabou...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Grades...

Porquê? Estou num lado que nem sei se é de fora ou de dentro. Tenho o coração partido. A consistência com que vejo rosto é grande, mas do meu próprio rosto caem as lágrimas de quem deveras é ouvido. O meu rosto é agora o lado da tristeza, nele mergulham os sentimentos, que afogados, nunca mais retornam a superfície. Tenho grades, não sei bem se eu sou as grades ou se elas é que são eu. Tento tocar no rosto de alguém que e devagar se aproxima, mas sem sucesso. As palmas da minha mão estão secas, secas de agarrar fortemente aquelas grades que se infiltram no meu corpo. Já não tenho corpo, nunca o tive senão em sonhos acordados. Sou um barra de grade, sem amor, sem felicidade, sou apenas uma barra. Tento ser forte porque as minhas mãos estão fracas, assim como, o meu coração está. Estas grades que depressa penetram em mim, são o folgo de algo que está sempre em mim. Mas porquê? Nunca sei o porque de estar ali, nunca sei se estou de fora ou de dentro, nunca sei porque não consigo tocar em alguém e nunca sei se sou as grades, sou algo, sem definição alguma. Penso que seja mais uma peça a estorvar o caminho de outrem que por ali tenta passar, sou um pedaço de papel que todos espezinham e nem liga. Por vezes, sinto que sou a mensagem que as grades têm e que ninguém lhe dá algum significado, mas afinal o que sou eu? Sou as grades. Sou aquelas grades que impedem o amor de entrar, que impedem a verdade de sair, que impedem a felicidade de entrar, mas sobretudo, sou as grades que prendem a alma. A minha alma é apenas algo que sem definição está preso aquelas grades, que insignificantes ali ficam presas. Eu sou algo insignificante que todos ignoram, apenas sirvo de segurança e de apoio, afinal não sou nada. Como a minha alma é nada assim o meu corpo também o é! Sempre achei e acho que não passo de grades que meras, servem de apoio a algo, que meras disputam a liberdade e que meras sentem tudo que há a sentir. Revejo imagens nunca vividas e sentimentos nunca sentido, sinto o coração a parar e a alma a sair. Para que serve ser algo que não se é? Nada. O mesmo acontece comigo, eu sou as grades de algo, que tenta constantemente tornar-se algo, nunca recorro a força, mas chega a uma certa parte desta história em que há uma morte, essa morte chega agora, está morte não é mais que uma desistência, de quem se sente nada, porque afinal sou umas barras, a quem chamam de grades, sou as grades e sou alguém que nada sente, sou esquecido no horizonte longe, que depressa de apaga e morre... Sou o nada e vivo no nada! Não sou ninguém... Sou as grades...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Tatuagem...

Acabo de sair da escola, e o caminho a percorrer ainda é difícil. Viro a cara para o meu lado direito e vejo quem quero ver, mas a distância é grande. É então que urge no meu braço uma dor tremenda, como se alguém estivesse a cortar. Foi então que por força maior levanto a camisola, que por escolha dela, se apresenta justa ao meu corpo. Consigo visualizar uma tatuagem que ali está feita. É uma tatuagem esquisita, mas poderosa. Tatuado está o meu coração no meu próprio mural, que eu construí com as minhas mãos. Nunca estou bem, a força com que quero as coisas começa a corromper o meu ornado coração que das chamas tenta renascer, mas sem efeito. Sem efeito estão os meus sentimentos, que se encontram colados com uma espécie de cola nesse mural. É um mural intenso, onde a própria tatuagem, sobressai. Penso que por vezes gostava de ser como esse mural, sempre ileso a sentimentos, que por vezes urgem de uma caixa que no fundo mais longe do coração se encontra. Porque será? Nem eu sei! Eu sou uma espécie de pessoa criada, onde reina a bondade, mas a felicidade surge como um pêndulo que fica agarrado ao meu corpo. Talvez seja um pêndulo pontiagudo, tão forte que se espeta no meu coração, mas que não consigo tirar. Nunca sai dela, as vezes a demora chega a ser tão grande que o próprio pêndulo torna-se um instrumento de vida, para o qual, eu não tenho força de o controlar. Continuo a olhar para o lado direito, onde de repente o meu olhar apaga-se e dele faço o mundo. Faço o mundo no mural de quem quer vê-lo, ver é algo que a alma tenta assistir, fugir é algo que o coração faz. Não tenho coração que sinta, mas um coração que viva. Para quê ouvir badaladas que assistam a minha tristeza, onde em vez disso posso pinta-la. Esta tatuagem não passa mais que um espelho da minha tristeza, podia dizer como ela é, mas o olhar já está fechado. Sinto que podia ter feito mais alguma coisa, mas para isso a alma do mural tinha que vir ao meu encontro. Estou sentado e a minha cabeça, parece uma espécie de auto-estrada, onde a toda a velocidade passam os meus pensamentos. Quero que está dolorosa tatuagem se transforme numa dolorosa paixão, porque afinal como se pode sentir feliz, ao ter sentimentos... As vezes gostava de não sentir, ser neutro, porque afinal eu sou neutro, mas um neutro que sente e que ninguém tem uma grande capacidade para ver isso. Não queria sentir, nem gostava de existir... Sou como uma pedra pequena filtrada na tatuagem e como uma pedra grande que presa se encontra no mural, não queria sentir nem existir...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Existência...

Tenho o passado omitido, nas entranhas daquelas linhas azuis. Ele está entrelaçado com um futuro e com um presente destruídos. Serei infeliz? O meu passado criado deveras existiu. Foi arruinado com a minha própria existência. Eu existo nas linhas de uma folha que guardada no meu coração, fere-me com a sua força. Gostava de soar como o piano e ser forte como essa folha, mas é impossível. Eu existo, porque o caderno existe. Percorro o comboio em busca de algo que me fala existir. Sinto que sou como o lápis que no vazio do meu entendimento tenta escrever. Este meu entendimento é fraco, assim como o carisma que possuo é desastrosamente triste. Gostava de existir como o mar existe e ter a sua cor. Essa é a cor da existência, quem existe transborda de si, uma cor intensa que ataca o meu coração. A verdade de eu ainda existir reside na forma como encaro o vento e a força dele mesmo. Gostava de ser o vento e ser a sua força. Se alguma vez fosse ele, era porque estava forte e existia. Estou agora sentado, aos meus ouvidos escuto a música da triste, é uma música suave que me faz retomar ao meu passado criado que deveras existe, sei que parece confuso, mas sinto-me um relógio de areia, que aquando o fim da areia, vira-se o relógio de modo a ela cair outra vez. Sei que essa areia deriva de mim e eu dela, e que o meu passado não é mais uma história, em que eu sou a personagem principal... Contar para quê? Nada nem ninguém está a viver o meu passado neste momento, e a areia? A areia é a forma como a minha existência é construída. As lágrimas que agora derramo, são a fonte de energia, para quem se sente como um relógio de areia... Estou agora numa página, em que a verdade é revelada, e eu fico de fora. Sim fico de fora, é uma verdade tão forte que acaba com a minha existência. O piano que transportava, partiu-se, a minha força é agora apagada, assim como é apagado o meu coração. Triste é a pauta cuja nunca foi tocada, mas porque será? Percorro agora um caminho, em que a verdade da vida é revelada e a sua força é vivida. Tento fazer com que valha a pena estar onde estou. Gostava de partilhar esta sensação de existente, gostava de vive-la com alguém! E de facto vivo-a. Vivo esta sensação de existência, com a minha pobre e fraca alma, mas e agora porque existo eu? Não sei, sou mais um trapo no fundo daquele armário velho e corrompido, onde os desejos de existir acabam quando alguém abre aquela porta...

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Esquecimento...

Ser como tu é algo que o mundo esquece. A tua força penetra no meu coração e afecta-me de uma maneira, que nem a própria razão a irá bater. Sei que tu és como o mar, tão depressa vem como vai. Sei que és inexistente, mas a tua vivacidade trespassa monte, vales e rios. Sei também que transbordas um amor efémero que nem conhece penetrar no meu coração por tão curso que ele é. A minha vida contigo é efémera e por mais que eu tente faze-la viver, tu inexistente nem cabes no meu coração. Percorrer os caminhos que a alma impinge é algo que a minha memória não faz. Escrever é a única forma que o inexistente não me afecta, talvez eu seja possessivo e medroso? Sim tenho medo de ti inexistente... A tua iniquidade faz os meus olhos ficarem fechados, porque não suportam a verdade que tu transportas. Dei comigo a escrever uma verdade num vidro qualquer em que tu estavas lá como um figurante. Eras como uma peça de imobiliário dentro de algo. Estavas dentro do meu coração, por vezes sentia uma picadela que me furava a alma. Agora está feita em pedaços, cada pedaço com o seu significado e cada significado tem um lugar. Sei que por vezes esse lugar é esquisito e inóspito. Porque será assim! Será assim porque nem sempre temos uma vitória justa. Caminhamos como se não houvesse um fim, existe um fim que o inexistente não assiste e a força com que ele escoa os nossos sentimentos, é bruscamente triste. Ser a alma que sente, os olhos que vêm e a boca que descrever, para o inexistente é um mito, tradicionalmente esquecido. Porque será? Tu inexistente também um mito, que por vezes nem uma palavra verdadeira sabes escrever, baseias-te somente em algo que nem tu próprio vês... A cerca que me rodei-a permite-me ver a sinceridade que tens para comigo. Tenho a certeza que não és sincero. A sinceridade para ti é como e fosse a água que escassa no deserto. Deserto esse que vive dentro de ti, deserto esse que existe porque tu existes. Desabafa essa mágoa em quem com força possa ouvir, inexistente tens que desaparecer, e virar a forma como existes. Não te quero mais na minha cerca nem a percorrer de alto abaixo a minha janela... Deixa-me e muda-te como que me mudarei, sou forte porque sou como o vento, empurra tudo com a sua calma... Sai inexistente... Sai...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Falésia...

Vou a falésia procurar-te, mas tu não estás. Vejo o seu fundo como se te estivesse a visualizar, mas sem sucesso. Caem-me as lágrimas pelo rosto, como se fosse uma cascata. Sempre pensei que o meu choro fosse a minha salvação, mas sem qualquer resultado. Ao meu pescoço tenho uma fotografia, com esse sorriso que jamais esquecerei, mas será que te recordas. Sempre que passavas por mim era como a origem de outro mundo, mas tu cais-te na falésia. Aquela curva da infelicidade, pareceu no teu caminho, como se fosse mais uma maneira de tu fugires de mim. Vou em buscas das minhas coisas a fotografia em que o teu coração está em destaque. Cada palavra escrita no determinado sítio e lugar é como se fosse a inscrição para o nosso futuro. Porque ages assim. Sei que não tenho o que queres... Não quero parar para pensar... Neste momento estou debruçado na falésia, é tão alto, como alto eu sonhei. Sonhei a felicidade, mas saiu um pacote diferente. Tu alma descreves os meus sentimentos, mas traíste-me. Sempre pensei que fosse minha e eu teu, mas deveres era verdade. No canto do olho consigo sentir o teu suspiro e a tua voz bate no meu coração. Cada lágrima derramada é como uma pedra de gelo que eu tiro de mim. Sei que és mais forte que tudo, sei que és a verdade, mas sinto-me a pétala de uma flor seca. Atiro da falésia todas as memórias vistas em edifícios perdidos num determinado lugar. O teu retrato feito por mim, guardado naquela parede, grande, eu rasguei-o e atirei-o. Gostavas que fosse minha, mas tu não quiseste. Nem tudo que falo é verdade. Sinto-me triste nesta falésia, e perdido neste mar. Todas as formas de viver foram apagadas e não sinto senão a tristeza no meu coração. Sei que sabes que falo de ti, alma és a minha força que transporta os meus raros e poucos sentimentos. Na falésia estou depois da cerca, estou prestes a atirar-me para ir ter contigo, e então dou um passo, e começo a cair. Há minha cabeça só vem o teu olhar, a tua vivacidade e o teu sorriso, continuamente caio e vejo-te nas minhas memórias, que perdidas ficam. Sei que a resposta fora não, mas porque te foste embora. Quero-te para mim, quero-te para te guardar nos meus sentimentos, quero-te para te poder fazer sorrir e fazer-me sorrir a mim também. Não fiques para trás, o chão está próximo, e as nossas almas também. Gostava de poder ser tu, e tu? Alma volta para mim. A minha viagem termina onde o entendimento terminar e onde o carisma começar. A tua voz e o teu sorriso surgem num último segundo, é então que caio completamente no chão, e as memórias apagam-se e com elas vais tu também. Alma tem a consciência que a falésia é o nosso tesouro, mas tu és o diamante... Adeus alma...Adeus...

sábado, 26 de novembro de 2011

Se eu sou a caneta, então não sou nada...

Sou a caneta, que desenha a tua alma, que imperfeita vagueia a solidão. Sei que brotas uma cor mais escura, conforme a tua força, mas quero que saibas que aqui sou mais que tu, sou a fonte que rega o teu intimo...
Sou a caneta, que escreve o teu nome no meu mural. Sei de cor, o teu nome, que depressa transcrevo no meu mural que se encontra fechado a algumas chaves, devido a desconfiança...
Sou a caneta, que não sabe nada. A verdade é que depois de escrever tanto em tão poucas linhas, o conhecimento arrecadado e vendido não fora muito, porque será...
Sou a caneta que repetidas vezes tenta chamar-te a atenção. Penso que sejas algo mais forte que uma simples alma que saboreia a minha infelicidade e que depois ganha palavras para a escrever. Sei que muitas vezes, tu alma sentes, mas eu vejo e depois descrevo, sei que parece difícil, mas caneta, és árvore que nunca dará frutos. Nunca serás o riacho que dolorosamente quebra as suas memórias no seu leito triste e cansado. Sou mais que tudo, sou o caderno que é teu e a imaginação que é minha, sou a verdade. Sei que és forte como o mar, mas não há palavras que consigas descrever e que nunca me afectará. Nada aqui neste caderno, vira de uma fonte de água, mas sim de uma fonte de virtude...
Sou a caneta, perdido num estojo qualquer, guardado num lugar onde a luz e a verdade é um mito. O mito maior és tu caneta, que nem uma palavra consegues dizer sobre mim, alguém que está perdido e que te usa como forma de pretexto para alcançar a verdade, podes ser forte, mas não me vences...
Sou a caneta, que tenta vencer a solidão. Transborda por mim adentro uma cor escura que provem do teu interior. Essa cor é o preto da tristeza e o azul da solidão.
Sou a caneta, que firmemente perdida, desiste por não encontrar o seu rumo. Rumo esse perdido no fogo, que a chuva se apaga, rumo esse que não tem nem principio nem fim, mas sim e somente meio. Esse meio caneta, és tu... Tu és a caneta perdida num lugar conhecido, e que gloriosamente pensas que és mais que uma mera caneta, porque tu não és nada. És um horizonte sem cor, que no fundo de uma paisagem desapareces. Tenta ser pequena, e se assim fores, verás que serás algo, algo que nem com a força do amor irá ser algo…Se eu sou a caneta, então não sou nada...

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Queria dizer-te...

Queria dizer-te, és forte.
Queria dizer-te és livre,
Mas permaneces dentro de mim. Consciência tens que abrir portas a tua força, pois assim despertarás o íntimo que dentro de mim habita, escrupulosamente.
Queria dizer-te que não te entendo.
Queria dizer-te que és fraco.
É verdade, entendimento, tens que te libertar das garras da ignorância e despertar para a guerra que todos os dias travas. Ir deambulando com o vento é uma perda de energia, e uma perda de força.
Queria dizer-te que és hipócrita.
Queria dizer-te que me fazes estar baralhado,
Porque sempre pensei que fosses capa de revista, mas afinal enganei-me. Pareces uma folha que mergulhada num rio, enrugada é a tua forma depois de saíres.
Queria dizer-te que o tempo para.
Queria dizer-te que não te conheço,
Mas na verdade és uma peça dentro de mim. És como o tempo que tocas no sino da torre, sempre que necessito ver e sentir apareces, és a melodia dos meus olhos.
Queria dizer-te que te ouço.
Queria dizer-te que és a pilha dos meus pensamentos,
Sei que alguém me irá chamar nomes sem verdadeiro significado, mas o íntimo é uma pessoa, sem cara, mas com alma, que me irá fazer luta.  
Queria dizer-te que me faço de pequeno.
Queria dizer-te que nem sei falar, quando te vejo,
Sempre que me olho ao espelho és tu quem aparece no reflexo. Queria dar-te valor e perguntar quem és, mas não consigo, os olhos fecham-se a voz cala-se.
Queria dizer-te que depressa te olho.
Queria dizer-te que depressa tu me olhas,
Penso que o afastar de olhares é a única solução, porque afinal nem existes senão nos recantos da minha alma e do meu interior sentimentalista.
Queria dizer-te que tu és a força do meu movimento,
Mas queria dizer-te que me fazes vibrar,
Quando te vejo e ouço é como se o mundo irreal viesse a superfície da terra, os filmes se tornassem reais e a verdade viesse a foz do rio. Sentas-te em frente e eu tento dizer-te algo bonito, mas não consigo. E é por isso que eu suspiro e fecho os olhos, para poder tremer e tu não veres isso. Sei que sabes que és tu quem eu falo, mas a coragem de o manifestar é difícil. Apagar o olhar no espelho, não resulta, porque pronunciar o teu nome é um começo de um fim, para o qual nunca existirá...
Queria dizer-te que há um fim.  
Queria dizer-te que és tu a faze-lo,
Contudo senão tens coragem, não o faças, porque dentro de mim permanecerás...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Sou o Olhar...

Sou o olhar de quem chora.  
Por vezes deparo-me a olhar para algo que nem sequer existe. Toda a verdade nunca surge de uma só vez. Gostava de amar alguém, mas tenho que desistir de tudo.
Sou o olhar do amor.
É verdade. Eu sou o olhar do amor que em noite de luar se ergue e transforma-me numa verdadeira pessoa apaixonada. Mas como posso amar alguém se o olhar está cego.
Sou o olhar do mundo.
As vezes tento disparar a verdade que o nosso pequeno globo sente, o nosso coração, mas não consigo, estou tão cego, que nem as lágrimas me limpam os olhos.
Sou o olhar de alguém.
Tento ver cada um pelo que é e não pelo o que mostra. Se essa pessoa é bonita, por embalagem, pouco me importa, o que interessa é o seu conteúdo.
Sou o olhar renegado.
Viro-me para o mundo e não vejo nada. Só vejo mentiras e mais mentiras. Se és verdadeiro, mostra-te senão adeus. Queres ver algo então vê!
Sou o olhar morto.
Sim não olho mas sinto. Sempre que esta invisível, a minha cabeça é como um farol a procura de alguém. Esse alguém só o olhar sabe quem é!
Sou o olhar derrotado.
Não sei procurar nada. Em vez disso fico a nora, como fica o navio depois de o vento parar. Se gosto de alguém, as minhas lágrimas irão descrever o seu nome.
Sou o olhar que não foça.
Sempre quis ter tudo e todos ao meu lado, mas acabei sozinho, como uma pequena flor no inicio da primavera. Luto, nem por isso. Não luto porque não foca.
Sou o olhar do poeta.
Ele é aquele que escreve, mas eu sou aquele que olha. Que importa ele escrever bem senão conseguimos ver aquilo que escreve-mos.
Sou o olhar de quem tenta escrever o que lhe vai na alma, mas em vão. Ao final eu não sou nada. Não passo de uma pessoa que com um carisma baixo e um entendimento podre, tenta dizer o que a alma sente. A alma sente, os olhos vêm e a boca descreve. Quero dar este olhar a uma pessoa, mas não consigo. Digo por directas palavras, não sou uma triste pessoa, sou uma pessoa triste.
Sou o olhar envenenado, que num copo penetra, mas que por medo não entra. Quero olhar e sentir. Que me adianta olhar se a pobre alma não sente? Desisto. De tudo o que fiz e farei a desistência é a melhor vitória. Queria a alma para sentir, os olhos para ver e a boca, para descrever, mas não consigo.  
Sou o olhar fechado, sem luz e sem esperança...

domingo, 20 de novembro de 2011

Ser Poeta...

Ser poeta é descobrir o mundo,
Ser poeta é varrer memórias inacabadas.
Ser poeta é não ser nada!
Sempre tentamos descobrir algo, sendo poetas, mas nunca descobrimos nada. Por vezes varremos demais e a verdade dos poemas transformam-se em pura ficção. Por isso ser assim! Nem sempre existe a verdade, nas nossas vidas.
Ser poeta é fazer algo,  
Ser poeta é tentar tudo.
Ser poeta é significar o quê?
Sempre quis ser poeta, mas a virtude não me permitiu. Por isso descrevo verdades em forma de palavras e frases. Sempre quis tentar o mundo, mas o ego nem sempre me ajudou. De que serve afinal ser poeta? De nada! Ser poeta é uma simples palavra em que em conjunto com outras forma um lindo verso.
Ser poeta é falar de nós mesmo,
Ser poeta é nunca falar.
Ser poeta é não ser nada!
Posso ser o mundo se lutar, posso ser a vida se existir! Posso ser a verdade se falar, mas se mentir sou a fraqueza. Posso ser dono de todos os corações, mas senão sentir não sou nada. Posso ser tudo, mas sou nada ao mesmo tempo. Cada um é como é e um poeta é a verdade.
Ser poeta não é escrever mas sim sentir,
Ser poeta é declamar.
Ser poeta é misturar sentimentos.
Não gosto de ser uma mistura de sentimentos. Quero ser um. Com isso luto contra aquele que se diz poeta. É uma luta livre sem ressentimentos e sem força! Queres ser poeta? Tudo bem.
Ser poeta é existir,
Ser poeta é evitar a tristeza.
Ser poeta é abrir os olhos.
Posso estar a espera de abrir os olhos, mas afinal, não. Sei que faço e sou poeta, mas não vivo, mas sinto. Não gosto de ser poeta! Assim termino uma ode verdadeira pelo seu carisma, mas falsa pelo sentimento.
Ser poeta é construir um verso,
Ser poeta é trabalha-lo.
Ser poeta é senti-lo...

sábado, 19 de novembro de 2011

Amanhecer...

Sem escrúpulos, caminho. Sem receio vivo e sem vontade descubro. Eu sou como o amanhecer. Aquela luz clara que transborda no ocidente, faz raiar a manhã. Ser o sol, para mim não dava, ser o amanhecer é uma fortuna. Como posso ser algo que nem existe? Quando vejo o amanhecer, delicio-me com as suas belas cores e com o seu cheiro. Amanhecer é uma palavra curta e fácil, mas complexa de entender. As vezes a raiz da verdade provem dela. Sinto que o amanhecer é uma pequena parte do meu coração, o sol por seu turno, que quando quer faz-me sonhar, é como uma pequena luz nas minhas cavidades e a noite? A noite é o lado obscuro desta sensação. Aquele matrimónio entre o amanhecer e a noite é um acto de verdade, porque afinal viver com o amanhecer é uma virtude. As vezes quando olho o amanhecer consigo visualizar os rostos de entes queridos, a noite vejo os rostos daqueles que habitam no meu coração. Cada um tem um lugar e um pedacinho do céu. Cada pedacinho tem uma inscrição, uma frase verdadeira, e cada frase faz parte de cada um de nós. O amor é uma incógnita neste amanhecer, em que cada nome corresponde a uma alegria. Sim as vezes a alegria não é um sentimento, mas uma forma de sentir. Ser alegre é uma questão que o amanhecer lança, enquanto a tristeza é a resposta da noite. Sempre tentei fazer desculpa em vez de pedi-las, em que o amor vinha a toa como forma de chapéu que me pudesse cobrir daquelas coisas que saltam. Não sei que coisas são, mas são coisas que provêm de nós. Por vezes deparo-me a fazer filmes em que o amanhecer é a personagem principal, o coração é o casal desse filme e aonde fica a noite? Como tudo existe um senão! O senão deste filme é a escuridão misturada coma solidão. Cada pacote de solidão transforma um mundo com escrúpulos e um mundo com receios. Eu tento combater esse mundo, mas a verdade é que não consigo. O mar que levou algo e deixou outro faz do amanhecer um quadro da verdade, enquanto o areal faz da noite um deserto sem fim. Gostava de escrever o amanhecer e de fazer desculpas com ele, mas quando algo não existe, nem o próprio mar pode dar. Lendo é que urge o arrependimento, escondendo é que o orgulho renasce. Quero o amanhecer para fazer um quadro e dele tornar cada passo meu, como se fosse o ultimo deste filme. Vem amanhecer e darás um mar de felicidade, quero-te fazer um quadro com essas cores e esses cheiros que por mim adentro penetram, vem e sentirás...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

"Gostava que gostasses de mim"

A música, deveras a minha, mas o sentimento por ela transmito é meu. De titulo só o nome de verdade só o sentimento. Tentei intelectualiza-lo e fazer dele um colar, para que pudesse transportar ao pescoço. Sei que tu não gstas de mim! Gostava ao menos da tua amizade! Nem que fosse pequena. Para ti vai esta música...*.*
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Regaço...

Estou sentado na areia que envolve o meu regaço. Cada grão de areia transforma este pequeno regaço num grande rio. Sempre quis contra a vontade do meu regaço ver e sentir toda aquela força que existe dentro dele. Triste, talvez, arrependido sim. Pensei que a vida de um regaço fosse mais agitada de modo a que a verdade torna-se numa vida. Ser vivo ou não é que faz a areia desse regaço. Consigo ver através da água uma pequena pedra, que pela sua força vem a toa, mas sem resultado. O medo com que areia fica, torna o meu coração uma fonte de agua morna. Sim morna. Ser quente ou não depende simplesmente da verdade que corre nas minhas veias. O meu arrependimento consiste no meu ser, e a tristeza consiste na minha alma. As vezes quando percorro cada fonte do meu interior é como se estivesse a  ser o próprio regaço. Cada corrente que passa é como se fosse o sangue que eu tenho nas minhas cavidades, a ter a sua força. Confuso, nem por isso, a verdade no regaço vem à toa, mas a mentira vai ao fundo como uma pedra vai ao fundo. Sempre tentei construir o meu próprio areal, mas foi impossível, por um lado tenho o receio mas por outro tenho a força. A Força e o receio são duas partes de mim que nunca se podem juntar, se em vez de ter receio existisse a felicidade, havia uma união como quem une duas pessoas. Ser pessoa ou não num regaço não interessa, o que interessa é a verdade que existe entre eles, se for uma verdade pura, haverá uma união, senão sempre que alguém tenta penetrar o regaço vai em vão. Há uma pequena luz naquele regaço, mas há uma claridade no interior da pessoa. Ser luz ou claridade é mais uma forma de o regaço se negar a rio. Cada um é como e por mais que a pessoa queira ser o regaço nunca conseguirá, assim como o regaço se um dia quiser ser pessoa, não consegue. Dizer querer ou não querer, não é sinal de força, mas sim de vontade, que de uma maneira nunca será concretizado. Sei que viver num regaço é como morrer afogado, mas quando se vive nele, as coisas passam como passa a forte corrente. A corrente sendo as cavidades do meu sangue, transporta os meus sentimentos, em que uns entram no coração outros nunca passam por lá, porque viver os sentimentos é uma verdade, guarda-los é uma frustração. Não sei quem sou, este que para num areal em frente a um regaço, mas sei que irei parar ao regaço. Sei que não tenho força, mas sei que tenho a verdade, porque se quero ser um regaço a verdade vem a toa e eu como constituo a verdade vou a toa. Não sei que faço, nem sei que sinto...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Inexistente...

Não sei distinguir coisas, não as sei valorizar. Para mim a diferença só existe se a verdade persistir. Porque a diferença? A diferença não é um sentimento é uma marca. Sim uma marca, um dia eu disse a mim mesmo, porque ser igual aos outros, quando se pode ser diferente, disse o meu intimo a alguém que por lá perto passava, mas e verdade. A diferença é uma palavra tão forte, que nem a própria força a derrota. Ser diferente é como uma peça de prata que só foi feita uma vez e nunca mais. Ser diferente é ser verdadeiro para connosco mesmo. As vezes para pensar, mesmo que me custe, mas tenho que parar, e fico a pairar no inexistente. Eu sou inexistente, passo por alguém ou por algo, seja ele grande ou pequeno e é como se não passa-se. Inexistente é um facto e não um acto. Sempre que paro no inexistente é como se estivesse num lugar onde a liberdade existe como forma de facto. Cá fora, a verdade que existe não é um facto, mas sim uma realidade. Ser ou não ser existente é acto de tristeza, por um lado vivemos de uma forma a parte por outro passamos por olhos alheios e ninguém nos liga. Por vezes gostava de ser uma pequena partícula de ar para poder parar em qualquer lugar e fazer dele, sem que ninguém se dê conta disso! Cada acto e cada palavra forma é como uma chave para a aproximação de algo, cada passo dado é como uma volta dada ao mundo e cada piscar de olhos é um futuro incerto. Ser incerto ou não, é uma verdade que não acaba por ser mentira, que num passo incerto se transforma em algo que vai no nosso coração. Quero viver e ser existente, não quero percorrer caminhos existentes como se fosse o último de todos os caminhos percorridos. Gostava de formar os meus próprios caminhos, para deles juntar o existente e o inexistente, para deles com pedras grandes construir uma muralha e dela poder vigiar este acto e este facto. Sempre foram as vezes em que de uma pequena pedra resultou uma muralha, mas esta muralha é um pouco especial, é uma muralha sentida e vivida. As águas que correm têm nelas pequenos cristais do existente e pequenas pérolas do inexistente, mas porque ser assim? Ser assim é uma virtude enquanto viver assim nem sei o que possa ser, porque quem vive assim é porque gosta do inexistente e despreza o existente...

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Viagem...

Quero sair daqui. Não sei onde me encontro agora, não sei se e imaginação ou realidade. Estou num lugar onde consigo ver ao longe um pequeno mar, onde os sons e os cheiros podem dar colapso ao meu interior. Consigo cheirar o mar lusitano e respirar o ar lusitano, mas o que eu quero mesmo é sair daqui. Quero descobrir o que ainda há por descobrir, e fazer-me descobrir a mim. A verdade e que eu já estou descoberto a muito tempo, mas como isso foi possível? Sempre que começo uma longa ou curta viagem, o seu fim é sempre o mesmo, acabar sozinho num mar de derrotas. Ser vencedor é coisa que não cabe a mim, mas sim ao meu coração, ser perdedor é coisa que não cabe ao meu coração mas sim ao meu olhar. Sim ao meu olhar. Os meus olhos são como um espelho na minha cara, e deles reflecte aquilo que verdadeiramente eu sinto. Sempre tentei fazer uma viagem onde o seu final fosse diferente, mas na verdade nunca consegui isso. Isso é difícil como escalar um grande montanha em tempo de cair arrais de chuva. Tentei traçar um rumo, para que esta nova viagem fosse diferente, mas a verdade é nunca consegui isso. Sou um derrotado movido por areias movediças, sou um derrotado devido o incertezas que isto gerou, sou um perdedor em tudo. Sei que as vezes posso ser mais forte que o próprio mar ou até mesmo sei que aquelas areias movediças não me podem derrotar, mas é aquilo que na verdade eu sinto, ser um perdedor é a minha categoria, ver um vencedor é um diploma. As horas são como o passar do tempo desta longa viagem, que deveras existe. Este mar lusitano é que me transporta para outro lugar, este cheiro são o mover dos ponteiros de um relógio que existe dentro de mim, que ao longo do seu tocar, é como se dele resulta-se uma agulha que afiada penetra no meu coração. Pensar é coisa que eu faço e sentir, é algo que o meu coração tem. As vezes enquanto eu viajo, urge em mim, o sentimento que nem explica-lo sei. Quero sair daqui e apagar tudo o que eu tenho a apagar, porque na verdade o que há para apagar são sentimentos nunca sentidos e verdades nunca reveladas e esta viagem é o fruto disso mesmo. Escrevo para quê? Ou melhor para quem? Para alguém que tenha força sentimental e que entenda aquilo que a alma leva. A alma é o ponto estratégico desta longa viagem, mas será verdade. A verdade é apenas oposto da mentira e a certeza da realidade enquanto a mentira é a resposta de algo omitido. Esta viagem é algo querido mas que deveras é conseguido, porque depois de uma resposta, a viagem é que urge, antes é a imaginação e depois o que é? Nada, porque eu quero é sair daqui...

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Só na incerteza...

Sozinho. Está é uma palavra que contem duas letras uma vogal e uma consoante, ou uma consoante e uma vogal, mas que nem sempre é vista com bons olhos. Eu escrevo hoje, escrevi ontem e escreverei amanhã. A verdade é que nem sempre está escrita verdadeira e honesta nunca despertou os olhos a ninguém. São várias as vezes em que dou por mim num lugar longínquo onde a memória é o rei e a imaginação o trabalhador. Ambos vivem em harmonia, mas o que é certo é que num país como aquele também existe o preconceito. É verdade! Consigo ver um vasto e longo caminho, onde a minha direita e a minha esquerda encontram-se as palavras só e sozinhas, presas como se aquilo fosse uma jaula para animais. Eu por várias vezes me tento aproximar dela, mas ao longe surge a palavra cão que me quer morder, porque nenhuma palavra, para além das necessárias se pode aproximar daquelas. Sei que pode ser mentira, mas quantas são as vezes em que estamos com alguém, digo eu a minha triste alma. A resposta dela não pode ser mais objectiva que, nunca estamos juntos, mas sim sempre separados. A verdade é que o ano tem alguns, que ainda são muitos, dias e poucos meses e a vida é como um circo, por mais voltas que eu dê, volto sempre ao mesmo lugar. Não quero ser triste, comento isso com o meu íntimo, mas não consigo. A minha frente não vê nada, nem que use ou não use óculos, só vejo escuro a noite e branco de dia. As vezes nós próprios consegui-mos ser mais cegos que aqueles que por infelicidade sua não vêm. Estamos tristes, dizem os meus olhos depois de derramarem tanta água em forma de diamante, onde sempre que uma pinga caía era como se em baixo de mim existisse um lago de diamantes. E eu que digo. Eu sou uma espécie de transporte para estas emoções que rapidamente e tristemente fluem na minha cara, mas que ninguém tem a capacidade de ver. Agora e depois desta volta, vejo-me numa praia, onde os meus pés são banhados com agua do mar e o meu cabelo voa, como voa a pena do pequeno pássaro. Consigo descrever na areia pequenas lembranças que me surgem na cabeça, consigo desenhar no mar, sonhos que deveras pode realizar, mas há sempre o ponto comum em tudo isso, é que a palavra “sozinho”, ou através de letras ou através de desenhos aparece em tudo o que eu faço. Não quero ser directo, mas mais directo, só se fizer o mundo girar a minha volta, mas para isso já me basta a pequena bola que todos os dias vem atrás de mim. Vou sair de algum lugar para entrar noutro, porque o que a minha vontade quer é isso mesmo. Sair daqui e ir para outro lugar. Lugar esse que a dúvida persiste e a incerteza acerta, mas assim continuarei. A viver da duvida e da incerteza...

Caderno de Cordões...

Confuso. Não sei se é realidade ou ficção. Tenho um caderno de cordões que não é muito visitado. É o caderno onde coloco coisas que já não uso. Lá coloco sentimentos nunca revelados e verdadeiras vidas que nunca passaram a ser fabricadas, mas tem um mal, é que esse caderno de cordões está cheio e velho. As suas folhas que outrora eram douradas, agora são cinzentas, a sua capa que antigamente era felpuda e azul-marinho, agora é um verde musgo e a cair aos bocados. Muitas das memorias lá guardadas já foram perdidas e muitos dos sentimentos já escritos, já estão apagados. Os seus cordões já pouco ou nada existem. O seu verdadeiro significado está inscrito nas folhas que lhe rodeiam. Na contra capa podem-se ver pequenas gotas cristalinas que outrora eram lágrimas, agora não passam de pequenas pingas de tristeza. Sei que um caderno já existe, mas como este não há nenhum. Nele contem verdades que talvez nunca eu tivera contado a ninguém excepto ele. No meio dele está desenhado um desses espelhos velhos que guardamos nos nossos corações, mas verdade é que aquilo é mais um lugar de imaginação do que de visualização. Neste lugar onde estou sentado, podem-se ver pessoas a moverem-se e a perguntarem que caderno é aquele e eu que posso responder? É um caderno de cordões. Cada nó num cordão pode significar o inicio de uma vida que numa encruzilhada regressa ao mesmo ponto de partida. Cada nó representa a vida, onde podemos sorrir e acabar sorrindo, ou então onde cada nó representa a vida, onde podemos chorar e acabar chorar. Não se pode misturar os dois sentimentos. A inscrição desse caderno de cordão diz, ou se chora ou se ri. Cada sentimento é um sentimento e por mais que alguém esteja triste não se pode rir quando se está triste e por mais que uma pessoa esteja contente não se pode chorar, cada um na sua vez. Mas a verdade é que nenhuma das inscrições é verdadeira. Há quem seja só feliz e há quem seja só triste, e a momentos em que estes dois sentimentos se unem e é nesse momento em que as vezes desejaríamos ser outras pessoas que não as que somos agora, ser capa de revista ou até mesmo ser a vida de um jornal e indo mais além ser o sentimentos das flores dos nossos jardins. Este caderno é lugar de cordões, onde cada um e cada uma podem sentir o que quer e o que deseja, onde cada um ou cada uma cria o seu mundo. Tentarei restaurar este caderno de cordões de modo a que a sua vida se torne uma parte da minha e a minha vida se torne a vida inteira deste belo e triste caderno. Se tentar a vida vai-se transformar e se eu não tentar a vida fica estagnada como está estagnado o meu coração, onde para ele bater é necessário dar mais um nó e voltar-se a repetir tudo isto... 

domingo, 13 de novembro de 2011

Set Fire To The Rain [ Atear Fogo À Chuva]...

Sempre tentei atear fogo ao meu coração! Mas foi impossível. A verdade é que nem sempre se é sucedido, mas a derrota está a surgir cada vez mais em maior numero. Estou a começar a desistir e a única solução e morrer internamente... Desistir não é o meu lema, mas é a minha fraqueza...

sábado, 12 de novembro de 2011

Atear fogo!...

Consigo ver o teu olhar através destas chamas. Tentei atear o fogo no teu coração, mas foi impossível, pois a chuva com a sua força apagou-o. Abri o meu coração a ti, mas sem sucesso, já não foi a primeira nem a segunda vez e certamente não será a última, por isso o meu fogo começa a extinguir-se. Quero alguém para atear de novo o fogo no seu coração. Este fogo não cresce, pelo contrário diminui! Quem diminui também sou eu. Tristemente consigo criar imagens nessas chamas que a minha frente bradam o meu olhar. São as chamas verdadeiras de quem, tristemente cria filmes na sua cabeça. Este fogo ateado a chuva foi um desperdício de vontade e de alegria. Pensei que pudesse existir uma hipótese, mas vi que não. É então que o fogo diminuiu drasticamente, como diminuiu a água do mar na época de seca. Eu sou assim, mas tu como serás? De repente o teu rosto vai-se embora e o fogo fica só. Agora nele permanecem duas cores, laranja e vermelho e o azul para onde foi? O azul voltou para a caixa que dentro de mim se encontra, onde de lá nunca mais sairá. Ficou fechado a quarenta chaves, onde nenhuma é igual, como não é igual os olhares que se irão suceder ao longo desta longa-metragem. Os filmes é para quem não tem sentimentos, mas as longas metragem é para quem tem sentimentos. Eu faço parte de um filme, onde a acção está estagnada e a verdade omitida. Cada palavra que disse foi sentida, mas cada palavra recebida foi amada. As vezes a mensagem urge como uma espécie de abelha, onde cada picada fere mais o nosso coração. Voltei pela última vez a atear fogo, mas deveres sucedido. Sou como o sino que toca no alto do monte, que quando está alegre até vibra os nossos corações. Sinto falta de algo e esse algo é algo, que as vezes o algo não permanece e nem seja a sentir que é algo. O algo é a descoberta de quem verdadeiramente sabe, e o algo é alguém que nem sente aquilo que deveria de sentir mesmo. Sou um lume quase extinto que pronuncia o teu nome que o algo que é alguém sabe! Mas é verdade esse algo é alguém mas esse alguém não é algo. Mais uma vez o fogo tentou acender e não conseguiu por causa da chuva, mas prontamente ele irá apagar-se como se apaga a chama da verdade. Sentir é uma verdade e viver é uma incerteza, como atear o fogo é uma verdade mas faze-lo viver é uma incerteza...