sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Regaço...

Estou sentado na areia que envolve o meu regaço. Cada grão de areia transforma este pequeno regaço num grande rio. Sempre quis contra a vontade do meu regaço ver e sentir toda aquela força que existe dentro dele. Triste, talvez, arrependido sim. Pensei que a vida de um regaço fosse mais agitada de modo a que a verdade torna-se numa vida. Ser vivo ou não é que faz a areia desse regaço. Consigo ver através da água uma pequena pedra, que pela sua força vem a toa, mas sem resultado. O medo com que areia fica, torna o meu coração uma fonte de agua morna. Sim morna. Ser quente ou não depende simplesmente da verdade que corre nas minhas veias. O meu arrependimento consiste no meu ser, e a tristeza consiste na minha alma. As vezes quando percorro cada fonte do meu interior é como se estivesse a  ser o próprio regaço. Cada corrente que passa é como se fosse o sangue que eu tenho nas minhas cavidades, a ter a sua força. Confuso, nem por isso, a verdade no regaço vem à toa, mas a mentira vai ao fundo como uma pedra vai ao fundo. Sempre tentei construir o meu próprio areal, mas foi impossível, por um lado tenho o receio mas por outro tenho a força. A Força e o receio são duas partes de mim que nunca se podem juntar, se em vez de ter receio existisse a felicidade, havia uma união como quem une duas pessoas. Ser pessoa ou não num regaço não interessa, o que interessa é a verdade que existe entre eles, se for uma verdade pura, haverá uma união, senão sempre que alguém tenta penetrar o regaço vai em vão. Há uma pequena luz naquele regaço, mas há uma claridade no interior da pessoa. Ser luz ou claridade é mais uma forma de o regaço se negar a rio. Cada um é como e por mais que a pessoa queira ser o regaço nunca conseguirá, assim como o regaço se um dia quiser ser pessoa, não consegue. Dizer querer ou não querer, não é sinal de força, mas sim de vontade, que de uma maneira nunca será concretizado. Sei que viver num regaço é como morrer afogado, mas quando se vive nele, as coisas passam como passa a forte corrente. A corrente sendo as cavidades do meu sangue, transporta os meus sentimentos, em que uns entram no coração outros nunca passam por lá, porque viver os sentimentos é uma verdade, guarda-los é uma frustração. Não sei quem sou, este que para num areal em frente a um regaço, mas sei que irei parar ao regaço. Sei que não tenho força, mas sei que tenho a verdade, porque se quero ser um regaço a verdade vem a toa e eu como constituo a verdade vou a toa. Não sei que faço, nem sei que sinto...

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