segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Banco da Tristeza...

Estou sentado num banco no jardim que reside mesmo em frente da minha humilde casa. Passam pessoas e eu ouço os seus comentários, ouço frases completas e frases por completar, ouço murmúrios, lamentações e frustrações e outras coisas mais. De repente cai no meu nariz um pequeno floco de neve, era tão pequeno que os meus grandes olhos faziam chorar esse pequeno floco. Depois dele veio outros mais, e o que nuns instantes era um jardim verde, agora era um jardim branco. Cada floco atraia mais um, alguns não chegavam aquele jardim, porque iam chorando durante a sua viagem, e acabavam por derreter. Passaram várias horas desde que eu estou ali sentado, e os flocos continuamente caiam. Aquilo era como um arraial de espuma. As lágrimas escorrem-me pelo rosto e a minha emoção ferve como ferve a água quente. A minha força é quase nenhuma. Estou com medo. Talvez tanto floco estivesse a retrair-me e a deixar-me ficar pequeno. Volto a minha cabeça para cima e os flocos caem nos meus olhos e formam novas lágrimas. O sentimento vigora no meu coração, a tristeza reino naquele reino branco, onde a única população é aquele campo branco. Ao longe posso ouvir o canto do lago que congelado, tenta fazer-se ouvir. Dentro dele o meu reflexo parece uma pedra forte e espinhosa, que nem com um pé ela parte. Sentia o lago triste como sentia os flocos tristes. Se eu chorava naquele grande campo branco, os flocos choravam fortemente e o lago também. A certa altura o lago triste, começou a mexer-se e as pequenas folhas queimadas também. A neve começou a derreter, e os seus choros foram com ela. Naquele momento, aquilo já não era nada, era apenas um campo sem nada. O lago não estava lá, os flocos de neve desapareceram e eu estava ali. Estava congelado e o meu íntimo frio. Todas as lágrimas que largara vinham do meu escrupuloso íntimo. Dentro de mim o medo lutava contra a força e a tristeza contra a felicidade. Eu era como um rolo de lá, onde cada linha passa por cima de outra e onde cada uma luta por si. Sem mais demoras caio para o lado... O meu coração parara e eu ficara ali naquele banco e naquele jardim. Agora é noite e eu não me consigo mexer. O medo ganhou e a tristeza triunfou e o meu íntimo desapareceu, porque não era o lago e a neve que desapareceram, mas sim o meu íntimo. Agora o que sou, meramente nada, sou um corpo vazio e uma alma desfigurada...

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Algo Perdido...

São algumas horas e eu ainda caminho. Estou perdido no caminho para a descoberta da minha alma. Neste momento não sinto nem vejo, não ouço nem sinto, simplesmente ando. Estou a andar a horas e os pés parecem um monte de madeira a arder. Ao fundo consigo ver uma pequena casa, que pelo seu carisma, é mais grande que o meu próprio coração. Começo a perder as forças, as minhas pernas enfraquecem e os meus olhos, verdes, começam a perder. As flores que me rodeiam, correm e gritam em minha direcção, o olhar que eu distancio ao fundo é um olhar alegre, com um sorriso alegre. Eu estou no chão, os meus pés estão mortos e as minhas mãos nem se mexem. O olhar que eu visualizava lá no fundo desapareceu, passando por mim e nem me olhando. Tristemente, ponho-me a pé. Tentei caminhar como senão houvesse fim, mas a verdade é que o fim estava mais perto, que o meu coração. É então que vêm bater na minha cara pequenos grãos de areia, vindos de uma praia que estava ali, aquele cheiro e aquela vontade de me deitar a água aumentavam. Agora consigo ouvir o som do mar e ver o reflexo de uma chama redonda no mar, ao longe volto a ver aquele olhar e aquele sorriso, mas mais uma vez sem sucesso. Tento fazer filmes, em que o actor principal sou eu, que não sou, mas sim a minha alma. O mar é um adereço e as minhas forças, são as dores do coração. Estou sem forças que nem o som daquela agua me faz andar. Olho para baixo de mim e vejo que ainda estou deitado, e sem mais nem menos olho para cima e vejo aquele olhar e aquele sorriso, que me miram com um prazer de quem tem medo quem eu seja. Eu posso ouvir o meu coração a dizer, never...never... Tais palavra tiram-me mais forças e agora depois de algum tempo passado não sinto nada, com como uma flor sem caule, que esvoaço-a pelo ar a procura de algo. Eu sou um actor sem actuar e um cenário, sem ter vida. Eu sou o deserto que sem água morre e o mar que com o sal vive. Sou um caminho perdido em que as forças enfraquecem e o coração é uma pilha, para dar vida ao meu corpo. O choro das flores, rega o meu íntimo, pois cada lágrima é como óleo para o meu íntimo funcionar, mas acima de tudo, sou as pedras que esse caminho tem. Cada pedra representa um pedaço de mim e cada pedaço de mim, representa a tristeza que tenho, sou o caminho que é teu e a tristeza que é minha, assim sou eu...

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Virar a página...

E a página rasgou. A uns dias acordei e na minha mesinha de cabeceira estava um livro, cujo título era turvo e mal se dava para ler. Abri esse livro de uma força sentimental de maneira a não estragar as suas maravilhosas páginas. Ao abrir delicadamente a primeira página, deparei-me com uma situação triste. Essa mesma página estava a chorar, e as suas lágrimas eram tão pequenas e finas que não passavam de uma página para outra. Sem mais demora peguei num lápis e escrevi, porque choras e no instante seguinte a página virou. As virar a pagina os meus olhos piscaram e o que era uma nova pagina branca, é agora uma pagina desenhada. Pode ver detalhadamente uma figura, onde a cara não era visível, mas sim borratada. A sua figura assemelhava-se a uma pequena pessoa, cujos olhos derramavam lágrimas que bem lá no fundo formavam um rio. Depois com a minha mão esquerda, voltei a virar a página, em que a nova página era tão branca, tão branca, que até o meu reflexo era reflectido com uma nitidez imensa, foi então que senti cair do meu rosto umas lágrimas tão frias como aquela pagina ali, naquele livro grande em frente aos meus pequenos olhos. De repente o livro sozinho se fechou e todo aquele sentimento de tristeza que se reportava no livro, foi transmitido para mim. Os meus olhos choravam e as lágrimas caiam, a minha cara estava um mar de sal e a boca molhada como um rio no verão. Tentei abrir o livro e ver se alguma coisa estava escrita, mas sem sucesso porque a sua contra-capa tornara-se tão forte e tão dura que nem a minha maior força o podia abrir. É então que os meus sentimentos que o livro tivera transmitido desapareceram, e o livro abre-se. Varias paginas foram-se virando, menos as duas ultimas, que pelo seu amor que as unia ali ficaram, pegadas uma a outro. Então amorosamente tentei descolar as paginas e reparei numa inscrição que lá havia, eu sou o livro do teu coração, tudo o que sentes é escrito em e tudo o que tens eu tenho...Os meus olhos começaram a brilhar de tanta emoção e as lágrimas, mais uma vez voltam a salgar o meu rosto, e é então que o livro chora e a pagina rasga-se...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Sol da Meia-Noite...

E ali fico a ver... Depois de ter percorrido o deserto da solidão, aqui estou eu, num lugar que pela sua simplicidade, mostra tudo o que há de oculto. Com medo, construí uma pequena casa e ali fiquei, a contemplar aquela bela paisagem que sorria ao sol da meia-noite. Sim, as flores cantavam, a areia dançava por onde os meus pés passavam, as árvores cantavam, tudo ali, estava feliz, e eu? Eu era como uma espécie de adereço, num filme de alegria. O sol da meia-noite raiava e as estrelas bailavam ao seu lado, como se dali resulta-se uma dança. Naquele momento o meu coração tinha buracos, tão grandes, que através deles passavam a auto-estradas da solidão. O sol da meia-noite, era como um remédio, que tentava corar o coração, mas sem êxito. Tantos esforços que o sol fez que acabou por enfraquecer, como as suas estrelas que pela sua força dada a mim, acabaram também por perder a sua força. Ao meu lado estava o mar, que tentava ainda reflectir o brilho daquele sol e daquelas estrelas, a trás de mim estava um campo de flores que bailavam e cantavam coros de alegria, para me transmitirem a mim essa alegria, mas sem sucesso. Foi então que naquela imensa areia começam a surgir pequenas letras que tentavam descrever algo, através das minhas lágrimas que percorriam o meu rosto seco e amargurado que começava a desfazer-se em pedaços pequenos que com a força do vento iam ter a um lugar. Lugar esse que era o sol da meia-noite, sim o sol da meia-noite. O bailar do vento, fez com que eu fosse parar em frente ao sol da meia-noite, e lá ficasse a esvoaçar pelo ar como se fosse uma pequena folha, que no Outono acabara de cair da sua mãe. De repente o vento para, e eu cai. Cai num monte de erva verde que ali se encontrava em frente ao sol da meia-noite. Tentei chamar o vento para que com a sua melodia me leva de novo para um lugar diferente, mas sem sucesso. Cai então em cima de mim, uma gota, mas não era uma gota qualquer, era uma lágrima de uma ervinha que ali se encontrava sozinha, como eu. Sem mais demoras o sol começa a ganhar força, as flores começam a raiar de novo, o mar consegue reflectir o novo brilhar do sol da meia-noite e das flores e toda a alegria volta, porque um erva estava sozinha e eu também, agora somos dois grande companheiros a erva esta contente e eu estou ali com ela a elaborar a nossa amizade, contemplando este sol da meia-noite. Estamos ali...

domingo, 23 de outubro de 2011

Som do Vento...

Cada manhã, faço o mesmo caminho, cada dia é deferente, mas há uma coisa que é sempre igual é a vontade com que eu os faço. O meu coração perdeu-se ao ver algo passar. Esse algo, era maravilho, que fez com que o vento canta-se e as flores entoassem. As vezes penso que cada gesto dado por mim, é como um feitiço que lança para o nada. Sim, para o nada. As vezes paro nesse caminho, haver se há outra maneira de eu sair daquele ritmo, morto. Talvez de fosse especial ou de revista, eu seria diferente, sinto-me um som perdido no meio daquele caminho. É então que eu fecho os olhos e sinto-me pequeno, nunca foi amado e nunca amei e talvez por isso o meu íntimo chora devido a isso mesmo. Sinto-me tão pequeno que nem um ser pequenino, sim que nem um ser pequeno, sem ter responsabilidades, mas acima de tudo por estar sempre a rir. Foi então que no meio de ter os olhos fechados alguém me toca e me pega na mão e dá-me um beijo nela, ele alguém sou eu mesmo, que devido a uma mera e triste solidão tento beijar o que não se pode beijar que é a minha consciência. Considero a consciência a minha melhor amiga, assim como considero o canto do vento, uma harmonia sem fim. Ele consegue bater-me e fazer-me sentir especial, mesmo apesar de eu não ser da revista, ele com a sua gloria, faz-me sentir importante. Ele faz-me poemas e canta-me melodias que eu não consigo cantar. Quando me sinto triste ele faz-me sentir feliz. Quando o tempo parou ele trabalhou e construiu um grande cartaz para eu poder ver como ele continuava comigo, sempre que eu necessitava dele ele tocava-me na cara e agora, onde está ele, as flores choram, as árvores apedrejam a estrada com as suas folhas secas, que pela sua tristeza não conseguem bailar porque a mãe está triste e o som do vento não existe. Eu nunca fui muito bonito, nem nunca foi de revista, mas posso dizer que a nossa amizade era como o ouro, e agora a minha amizade por algo do género é como pepitas de açúcar que caem do céu, como se o céu estivesse a largar as suas estrelas. As estrelas perderam a luz, porque o som do vento, a sua voz, fazia com que a sua luz fosse mais forte. Porque te foste vento, quero voltar a ouvir o teu som e puder acordar e saber que me vais cantar uma bela harmonia, sem ti, as musicas já não são o que seriam, se tu desapareces eu desapareço, mas se tu voltas eu volto... Como não cantas nada com essa bela voz eu desapareço...

Vinte e quatro horas...

São vinte e quatro horas tristes...Tudo começa de manha, quando a crueldade ainda paira no ar e tudo acaba quando a crueldade volta a voar para o ar. As vezes penso que desaparecer seria a melhor solução, mas não. Fugir não adianta, quando as horas estão contra ti. Paro em frente a um parque, antes de ir para o meu lugar habitual. Observo como brincam as crianças e como no ar há o cheiro de crianças a brincar, consigo ver um cão livremente a roer um osso, mas eu. Eu sou uma espécie de estátua ali parada num banco, que acaba por sair. Estou novamente sentado num relvado seco, onde de perto posso ver os pequenos seres a brincarem com chocalhos, e alguém a dizer: eu gosto muito de ti... Aqueles pequenos movimentos ora levanta, ora cai, são simplesmente divinais... Retorno a estar sentado, agora acompanhado com uma pessoa cujo nome não sei, mas lembra-me alguém. Essa pessoa é a minha consciência, que está perdida, tanta confusão na minha cabeça, diz ela eu por mim estou aqui parado sem fazer nada digo eu, mais tarde volto a olhar para o meu lado e vejo ao longe um grande ser que necessita da minha ajuda, e eu foi. Na verdade o grande ser que necessitava de ajuda era eu... Assim que cheguei ao lugar pude ver que as flores choravam lágrimas que o próprio céu as tinha chorado, eram lágrimas intensas e grandes, cada gota daquela flor e daquelas árvores, conseguiam purificar o meu coração e espantado vejo um pequeno animal e vaguear-me e a sussurrar-me ao ouvido, estas lágrimas são tuas, dizia ele, mas eu não as senti cair do meu rosto, dizia eu, mas a tua consciência demorou a mostrar-se mas finalmente ela chorou aquilo que tu guardas para ti as vinte e quatro horas, disse ele e foi-se embora. A facilidade com que estas lágrimas saíram dentro de mim é um facto, mas a verdade é que eu começo a desaparecer, os sentimentos são meras cócegas na minha barriga, as vontades são meros obstáculos no meu ser e as vinte e quatro horas, são a realidade do meu entendimento. Não são vinte e quatro horas normais, são um espelho reflectido no meu olhar. Eu posso ter visto muita coisa, mas e a mim, eu não me consigo ver, cada palavra que digo, cada acto que faço, cada posição que tomo, são apenas meras sombras que o meu corpo projecta por isso choro, por isso a minha alma chora, porque são vinte e quatro horas tristes...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Pôr-do-Sol...

Estou numa planície a contemplar algo. Esse algo é a linha do horizonte, onde por medo o sol se está a esconder. Aquela cor viva e quente entra dentro de mim e penetra nos meus olhos. A abundância de medo que o sol tramite, é como se ele fosse o espelho de nós. Sempre amei aquela cor, mas só hoje é que tive a oportunidade de dar a linha do horizonte este meu olhar. A água que nele rodeia, é como um adereço numa peça de teatro. É neste momento que surgem os pequenos ser vivos, que transportam com eles uma bela-luz, que torna mais intensa aquela harmoniosa sensação. Tentei trazer comigo alguém que me desse também os seus olhos a linha, mas a involuntariedade de pedir a alguém, foi maior que o desejo. Sim. Há em mim, o medo de pedir, há em mim, o medo de falar, há em mim, o medo. Pedi a alguém que comigo viesse contemplar aquela linha e que pudesse faze-la olhar mais para nós. Ao ver aquilo, o medo do sol era o aquecimento de mais um dia atribulado... os meus pés estão frios, as mãos nem se mexem e o coração, está a bater suavemente. Então apareceu alguém atrás de mim, os seus olhos eram como o terminar do sol, o seu cabelo era como o continuar da linha do horizonte, e o seu sorriso era mais um aquecimento para o meu coração. Aqueles seres pequenos, bailavam a minha volta e o sol e o sol, já só parecia uma pequena bola num imenso azul, que me reportava para o mar. Essa pequena bola, agora mais amarela que nunca, tornava a aquecer-me, mas a minha força e vivacidade enfraquecia, então fechei os olhos... A minha imaginação levou-me até ao sol e pode mais uma vez contemplar aquela paisagem, onde cada momento que passava, surgia em mim, um momento de amor, entre mim e o por do sol. A minha volta estão aquelas maravilhosas luzes e pela noite o cheiro a maresia, a areia é como terra, dura, mas o sol é como ouro brilhante. Essa pessoa que me rodeava, agora já não estava ali, mas podia lembrar-me do seu sorriso fielmente... Foi então que eu acordo, e vejo que continuo na mesma planície, que a terra é a mesma e que acima de tudo, o sol tinha-se escondido definitivamente, e o meu medo? O meu medo, já era agora somente um objecto de encostos, porque o sol fugiu e escondeu-se de medo, mas eu, lutei e o medo agora é um adereço...Estou numa planície a contemplar algo...E esse algo era o pôr-do-sol...

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Saudade...

Manifestei opiniões, criei argumentos, mas tudo em vão. Cada acto, cada palavra, cada acção era só mais um mero teatro. Sim, podia inundar todo o mundo com palavras e construir casas com frases, mas em vez disso, cantei. Cantei para quem me deu ouvidos, cantei para quem ali estava. Compôs melodias, e escrevi pautas, toquei-as num rio e os peixes fugiram. Abri caminhos com as minhas notas e com o meu teatro, foi feliz, agora sou a melancolia que surge num aparte num mero e triste teatro. Tentei ser água, que ao bater nas rochas tocaria, mas em vez disso foi rocha, essa que produz o som de uma guitarra velha. Parei na praia e naveguei ao som do mar e do vento, mas na verdade, era o vento que me fazia tocar aquela melodia. Então voltei a por pés a Caminho, mais uma vez, e voltei a abrir caminho, o som que eu produzia conseguiu abrir montes e vales, oceanos e florestas, mas os ouvidos das pessoas ainda estavam fechado. Numa noite peguei no maravilhoso som dela, e dali compôs a mais bela harmonia agrafada numa pauta encantada, que não passava do brilho das estrelas. Era uma pauta furada e entristecida, mas cada nota, podia brilhar nos ouvidos de quem a ouvisse. Mais uma vez saí dali e andei mais um pouco, sem mais demoras e sem me dar conta, parei em baixo de um ninho pequeno, onde lá só caberiam uns dois pássaros e mais nenhum, peguei em paus e construí uma pequena e frágil escada, onde com a ajuda dos insectos cheguei ao ninho. Foi maravilhoso o meu espanto quando vi um abraço de um lindo pássaro a outro, foi maravilhoso quando ouvi o chilrar dos pássaros, mas com pena saí de lá e caí em mim. Abri os olhos e vi que a única musica que saía de mim era somente a música da saudade, cada nota, cada som, formavam lugares e animais que eu adorava, cada gesto feito e ouvido, era a saudade, quando me punha a caminho, os passos que eu ouvia não eram os meus, eram os passos daquele invulgar sentimento. Foi então que me virei e vi algo maravilhoso, a noite... Cada estrela a brilhar no céu é como se fosse uma memória minha que dava originava aquele sentimento... Então pairei sobre o ar e voei... Voei até ouvir o adeus de alguém que me amava... Voei até acabar aquela melodia agrafada... Voei até ser feliz… E depois irei transmitir esta felicidade, para que todos possam voar e a apagar deles este belo, mas triste sentimento, para que cada um possa ser feliz e possa transmitir esta bela felicidade, por isso vou voar até apagar a saudade e a encontrar a tristeza…Vou voar…

Fisica o Quimica?

Sempre que me sinto em baixo, dou-me a vontade de ouvir esta musica, que apesar de não ser portuguesa, transmite muito aquilo que eu sinto dentro de mim!


E assim! É Fisica o Quimica!!!!!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Horas a Fio...

Deram as cinco horas da tarde, e eu estou em frente ao mar a visualizar o seu fundo no horizonte e a contemplar o cheiro a maresia. No meu lado esquerdo estou num parque abandonado a olhar em redor e a ver as folhas secas a correrem com a ajuda do vento e a ver as árvores a chorarem por terem perdido as suas folhas. No meu lado direito contemplo a montanha nevada que eu vejo ao longe onde pairam os flocos de neve e onde esfriam as arvores. São cinco e meia e eu ali a espera de alguém que nem aparece. Dei por mim a escrever na areia gelada o nome de alguém que me pedira, para lhe fazer uma homenagem, mas em vez disso mergulhei e no fundo do mar busquei uma concha e dele fiz um colar para colocar no pescoço de alguém. São sem demoras cinco e cinquenta da tarde e o vento frio bate-me na cara, as lágrimas congeladas caem-me pelo rosto abaixo, e o sorriso que eu tinha ficou congelado. Estava sozinho num lugar belo, onde se cruzam os cheiros com o desejo de viver e amar, onde se cruzam os sentimentos e a tristeza, mas estava sozinho. Foram horas a fio, com ninguém naquele inóspito e frio lugar, talvez chegasse a hora de eu sair dali e ir-me embora, e então fiz isso. Foi embora e no longo caminho que eu tinha de percorrer para chegar a um lugar, cruzei-me com as minhas belas e grandes memórias que eram como um slide a passar constantemente na minha cabeça e sempre que esse slide acabava as horas paravam. Os meus pés estavam parados como se debaixo deles estivesse cola, não conseguia tirar dali os meus pés. Foi então que ao fundo surgiu uma figura turva que nem parecia nada! Era mais uma sombra que ali se manifestará do que propriamente um ser humano. Eram seis e meia e eu ali parado a ver as horas passar por mim, como passa o comboio na sua linha, a saudade voltava apertar e as lágrimas voltavam a cair. Naquele caminho era só eu, as horas e as memorias. Este mero caminho belo, cheirava a saudade e esse cheiro penetrava em mim e fazia-me entrar numa melancolia e que por musica de fundo não havia outro som senão o som das ondas. Dei por conta que nunca sairá  do sitio onde as cinco e meia estava, porque o meu corpo estava ali no caminho, as memorias também, mas essa melancolia transportou-me para aquele lugar e ali voltei a derramar lágrimas, e o mar voltou a bater-me nos pés. Ali fiquei e ali derramei lágrimas, tristemente e sozinho...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

História...


Terminou. Talvez seja desta maneira que a história acabe. Escrevi e apontei datas num calendário perdido em que nada ali estava correcto. Cada lágrima caída do meu rosto era como se perdesse um ano dessa história. Cada sorriso dado era como uma espécie de prémio que depois de vário faríamos um troféu. Nado do que ali estava escrito faria algum sentido. Era só mais um livre história reivindicada por um passado longínquo que pelo seu carisma conseguia faze-lo presente. Algumas memórias dessa história são más ou até mesmo podres, cada acto vivido nessa história era sí mais um ano perdido. Tentei fortemente fazer uma nova história com novas datas e com novos nomes, mas não resultou. Cada dia e cada parte da história custava a ter uma moral, sem datas aquilo era só mais um conto de crianças que resultava da adição de uma imagem e de um mero texto escrito por alguém. Já não havia sentimento, mas sim ultrajes, porque na verdade uma história é mais feitas de ultrajes do que sentimentos. Havia paginas molhadas das gostas das minhas lágrimas, cada gota indicava uma mera data e cada data indicava uma mera parte dessa história. Tentei fazer belas ilustrações, mas sempre que acaba de desenhar algo, aquilo mais parecia uma mórbida imagem do que um anjo vindo do céu. Lá por o meio surgia o meu nome codificado e um desenho meu riscado. Por isso tentei fazer dali uma historia feliz e sem preconceito, pois porque todas as recordações ali vividas naquela história eram ricas em preconceito clamoroso, a amizade não existia, ou melhor dava asas ao egoísmos, a felicidade chorava de tristeza e a tristeza enriquecia, nada estava certo, a minha cabeça por sua vez fazia lembrar um roda gigante em que começava quando eu dava inicio mas nunca parava, a amizade nessa história não existia, e a felicidade era mais um adereço do cinema triste. Este história acaba e as datas apagam-se, com elas vai também a felicidade que pela sua tristeza e choro afoga-se e assim acaba a história com choros, porque esta história terminou...

domingo, 16 de outubro de 2011

Quando Choras o que pensas?

Verdadeiro Filme do Amor...

Como posso dizer que te amo? É uma pergunta extravagante que me surge na cabeça. Tentei percorrer caminhos deste mundo que existe na minha cabeça, a procura de uma bela palavra que eu te pudesse dizer, mas surgia sempre complicações. Veio o momento em que tive a bela oportunidade de trocar metaforicamente esta palavra " amo-te" não que ela seja a mentir, mas sim uma palavra tão verdadeira que pelo seu carisma, imite uma função metafórica. A minha máquina agora tem a oportunidade de bater mais de pressa e os cavalos que ela possui, são poucos e por isso tive que arranjar uma bela maneira de ter mais cavalos. Então pensei. Tenho tanto amor e sinto tanto amor que a única coisa que me dá mais cavalos é o amor que tu me transmites. Sei que pode ser estúpido, mas é verdade. Não sei como te consigo amar, porque de uma certa maneira o nosso amor é platónico. As vezes penso que tu não passas de meras figuras que eu realizei sem dinheiro na minha cabeça, por vezes dou comigo a pensar em ti e nas coisas belas que eu podia fazer contigo, mas as vezes não necessito de fazer um filme na minha cabeça, porque quando estou contigo, isto não é somente um filme, é também uma vida. Sei que as vezes nós somos como o mar, umas vezes estamos felizes, outras estamos tristes, quando estamos felizes o nosso amor está cheio, como a maré cheia, mas quando estamos tristes o nosso amor está como vazia. Hoje dei comigo a desenhar a tua face bela na areia, sei que é mais um dos meus belos filmes, mas é assim que eu gosto, e nessa bela face, tive oportunidade de desenhar a tua melhor qualidade que é o amor e como o transmites. O que desenhei de melhor nesse retrato foi o teu intenso olhar, belo e carismático que não só me transmite segurança como também felicidade. Irei publicar este belo texto no coração que é teu, mas que é meu. Sim tanto o meu coração como o teu coração, está dividido em duas partes iguais e em que cada um guarda uma de cada dentro daquela grande caixa que temos dentro de nós. Já não me sinto máquina, agora sinto-me amado, porque tu e desde o primeiro dia que te vi, fizeste-me mexer o meu interior para te poder amar. Agora só tenho mais uma coisa a dizer-te, obrigado por me amares e por me dares o que é teu, esse coração e esse amor belo, e por favor nunca percas as metades que eu te dei, guarda-as e sonha com elas... Este é o verdadeiro filme do amor...[Texto publico, quem quiser pode tirar!!!! Foi escrito para quem o quiser oferecer as suas ou seus namorados(as).... Aproveitem....]

sábado, 15 de outubro de 2011

Suspiro...

Desapareci! É assim que começa uma história a qual não sei se terá fim algum dia. Escavei numa manhã triste a procura de um suspiro perdido numa noite de chuva, onde na qual derramei lágrima e purifiquei o meu exterior. Enterrei-me numa cova feita para um homem perdido numa tarde de calor, onde cada gota do meu suor corrói as armações de um rebente pequeno que ali estava a nascer. Tente ajudar quem necessitava, mas dei por conta que ali não havia mais ninguém a ajudar, senão ajudar-me a mim próprio, então desesperadamente e furiosamente rasguei aquele manto de terra e foi a procura de um suspiro que havia perdido numa noite de chuva. Por ser fraco, não quis falar com ninguém a não ser com o meu próprio interior e com a minha própria alma. Imaginei o meu suspiro a vaguear o mar de choro que em mim corria e percorrer o caminho que dentro de mim havia. Então voei. Voei para encontrar este lindo suspiro que de mim saiu e desapareceu. Foi então que tive uma dor no peito, e dali morri. A minha alma saiu de mim e o meu corpo ali ficou ao sabor do prado e do vento. A minha alma navegou no céu e as minhas lágrimas secaram de tanto vento que ali existia. Já não sentia nada, o meu cérebro imaginário foi procurar esta mera sensação, mas dava sempre com as memórias daquele suspiro. A quem diga que este suspiro era algo séria, mas eu sempre achei-o normal, o que é certo é que a minha alma perdeu o seu brilho da felicidade quando este suspiro fugiu. Podia ser um suspiro de amor, ou um suspiro de felicidade, mas não era um suspiro diferente. A verdade é este foi o suspiro que me acompanhou em noite de chuva, em que num copo fundo consegui enche-lo com essa chuva, cada gota cantava memorialmente a uma só voz, mas  minha feliz alma cantava a duas vozes. Foi um caminho longo, ao qual o óleo do meu interior acabou e com ele acabou esta procura incessante de um suspiro perdido. Surge o momento em que eu desapareci. Tentei escrever num papel o que eu cria, mas não consegui. Naquele lugar só havia fragmentos da minha alma e daquele suspiro nada. Chorar não posso, mas posso sim continuar a desintegrar-me naquele céu morto de tristeza e luz, porque nada ali já fazia, agora era o vento levar-me e eu desaparecer de vez, porque sem aquele suspiro sou como uma pequena folha seca que alguém pisa e torna-se milhões de pedacinhos que ficam ali ao sabor do vento e eu agora sou assim, por isso desapareci!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Canoa...

Impélo sobre algo, a minha alma destemida no fundo do mar. Esse mar perdido no deserto do meu ser. Tentei transformar esta canoa no transporte de mim mesmo e quis fazer dela um rumo no infinito lugar que ela tentava percorrer. É um pequeno barco que mana, magoas e sentimentos, emoções e suposições, mas que acima de tudo aguenta com algo e esse algo sou eu. Esta canoa e o reflexo de uma alma que alguém a perdeu e que nunca mais a foi buscar. Um sentimento brota de um pequeno orifício que ela nos seus forros, aos quais lá tem as nossas memórias carismáticas. São memórias flexíveis e descartáveis que eu larguei nesses forros que se aproximam a caixa que dentro de mim se esconde. Há um banho de água viva em volta desta canoa em alto mar de angustia, sempre que ele está agitado é como se essas memorias descartáveis fugissem dali e fossem para dentro do mar, de forma a tornar o mar mais angustiante. Tristemente está o meu interior derretido pela lava que corre ao fundo de um mar angustiante. Ela queima as minhas entranhas e reaquece as minhas emoções de forma a tira-las e a leva-las para um céu. Um céu onde esta canoa não chega nem onde nunca irá chegar. Fiz demasiada força para que esta canoa pudesse voar e chegar as minhas emoções ressequidas, que acabei por embater numa rocha forte e negra. Bati e a minha canoa como estava frágil acabou por afogar-se e com ela afogaram-se também as minhas poucas memórias descartáveis que lá tinha nos forros. Amargamente chorava ao mesmo tempo que as águas me levavam para o fundo do meu íntimo que residia no fundo naquele mar de angústia. Preso já no fundo do mar acabo por morrer com as minhas memórias descartáveis. As minhas lágrimas transformam-se em sal e os restos da minha canoa, juntam-se as areias do mar, que pelo seu carisma não apodrecem ficando lá para sempre. Aquele mar de angústia terá as minhas memórias, mas eu vivo. Vivo para apagar aquele mar, porque aquilo não é mar, é algo que me revolta e algo que me faz recear estar vivo. Sem mais demoras sairei dali, onde a minha alma pudera voar, mas o meu corpo e as minhas memorias lá ficam ao sabor daquele mar angustiante...

domingo, 9 de outubro de 2011

Ansiedade...

Palavra descriminada pela mente destorcida de algo perdido no vazio do nosso íntimo. Descrita no interior da caixa guardada nos forros do nosso coração, esta palavra toma a vida de algo morto dentro de nós. Gloriosamente, fugimos a algo que esta dentro de nós e quando simplesmente dá-mos conta, vemo-nos perdidos no meio de algo que nem sequer existe. Podemos dizer que esta forma de sentir as coisas não é mais nem menos que sentir a forma de despreocupação. Podemos escavar montes e por esta mera palavra dentro de uma garrafa e enterra-la. Fogosamente e sentimentalmente vemos o que era nosso fugir para essa garrafa e sem mais demoras ficamos a nora, como fica um folha de uma pequena arvore quando o vento a toma e a leva para um outro lugar, que não o dela. Com um copo de agua recolhe as lágrimas que escorrem da minha cara e embebedo um pano nelas, para que a sua consistência nunca se perca jamais e que da mesma maneira que saem da minha cara, elas possam encarar outra forma de viver, que não esta terra humilhada. Todos nós dentro de algo, que está em nós, já fomos humilhados, sempre somos humilhados. Gostava de fazer estas palavras, nas palavras de outro alguém, para que só eu não me sinta confuso. Tenho linhas nos meus olhos que me impedem de ver com claridade aquilo que quero e fazer aquilo que quero, porque sempre que tento faze-los, há algo que me bloqueia e esse algo é esta insignificante palavra, que ninguém tem a coragem de a enfrentar. Sim, ninguém tem, porque se acham superiores a ela e de uma forma, a ignoram como se ela fosse mais um adereço num lugar qualquer do mundo. Podemos dizer que esta palavra mata, sim... Mata as nossas acções e impede-nos de fazer algo que nós queremos e deseja-mos, porque somos como uma maquina de lavar avariada que quando chega ao programa altura de torcer a roupa, a ansiedade da máquina a proíbe. Gostava de não ter esta palavra e poder fazer tudo o que esta escrupulosa palavra me impede! Mesmo tudo. Tristemente irei fugir de algo que me prende a nada, porque quem tem esta má palavra dentro de si, é como quem tem as algemas nos pés e como quem não tem língua para se poder manifestar. É venenosa porque não deixa ninguém mostrar-se e fazer-se sentir! Ela é nada e nós com ela nada somos…

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Sentir...

Sentir. Algo perdido na imensidão do imperfeito perdido na alma. Vagueio pelo mundo vivente a espera de um mero e espectro sentimento. Senti dúvidas com coração, sentir alegria com o coração mas não senti o amor com o coração. Tentei sentir amor com o coração, mas a chave desta aventura estava perdida ou até mesmo enferrujada. Verdadeiramente nunca senti o amor pelo coração mas sim pela imaginação. A complexidade desta verdade perdida em algo que não tem conserto é como um quadro que nele só se vê cores e mais cores que num todos formam um mundo abstracto. O meu íntimo, sente esse mundo abstracto e quis fazer dele um mundo verdadeiro cheio de emoções verdadeiras e sentidas com o coração. Pode ser esquisito e até mesmo esquizofrénico este meu intimo, mas ele sente e eu? Eu sou um vazio dentro de um corpo amarrado a recordações vindas de uma catastrófica cassete de vídeo. Sentir é algo forte, enquanto imaginar é algo cobarde. Posso imaginar vezes sem as contar e sentir com o coração, quantas vezes? Esta doença esquizofrénica é algo inoportuno que surge de uma forma vaga e distinta na minha cabeça. Sou uma embalagem que imagina e não sente, sou o espelho que reflecte estas imaginações, mas sou a caixa que as esconde. Quantas vezes choram amargamente por ser assim. Tristemente projecto ideias esquecidas e tento penetra-las dentro de algo que não seja um obscuro mundo de imaginação. Pensei que seria mais fácil lutar contra isto que de uma forma abrupta não existe. Sou uma casa pedida no campo a espera de uma forte emoção que me penetrará dentro de mim. Vivo na solidão e o meu poder é a imaginação, onde com ela represento a vida que talvez possa não ter. São dúvidas despertadas de alguém que tenta projecta-las numa tela grande para que elas desapareçam, são as duvidas da imaginação. Sou algo que não sente com o coração, mas sente com a imaginação. É difícil travar uma doença especulada dentro de mim, como é triste viver nesta mera amargura. Sou aquilo que a imaginação projecta... Nada...Queria ser o reflexo de algo mais brilhante que pela sua força conseguisse transmitir aquilo que sou e que tenho, porque eu não sou nada sem esse sentir de coração, sou um mero vulto que vagueia numa noite de inverno a procura de uma forma de sentir sem imaginação, porque ela é o veneno que destrói todo o meu ser, intimo e verdade! Não sou nada. Sou o espelho de uma alma derrotada…

domingo, 2 de outubro de 2011

Luz...

Penetrando a luz de uma forma solidária. Cada partícula de luz que entra, forma em alguém um arco-íris interior, onde cada um vê o que tem de verdade dentro de si. De uma forma ela tem as luzes da ribalta, faz mover objectos com o tilintar da sua luz. Nada mais ali fazia sentido, dentro daquele inóspito lugar, só havia o realce de uma luz fraca que urge vinda do nada. Tais palavras fariam mais sentido, mas como a sua corrente partiu, já não faz qualquer mero sentido. Incide em algo aquela luz, que representa numa parede um coração quebrado a meio. Pode ser o reflexo de algo, mas a clarabóia nunca reflecte nada, a não ser uma mera e triste luz. Talvez sinta-mos falta que esse coração completo, ou de algo que o complete. Sempre que aquele universo de luz bate em nós, é como se estivesse a projectar algo que nós necessitamos. E eis que mergulhamos naquela imensidão de luz, onde cada um mostra uma sensatez de ver a luz que nele penetrou. É negra, é triste e sem vida. Quis formar uma história onde esta luz me descrever um lindo conto, mas é uma luz negra, ela capta a minha alma e corta-a e faz dele um manto branco que ira florescer dentro de mim. Não tenho uma história, mas uma curta-metragem, que pelo seu enredo tem um final infeliz. Tentei pintar esta luz que tenho dentro de mim, mas sempre que colocava uma cor mais clara, logo a seguir vinha a luz negra pinta-la de branco. Foi então que saio daquele imenso mergulho e que vejo aquilo que sinto. Nada! Os meus olhos estão negros a luz da clarabóia, os meus olhos não viram a luz da clarabóia...Fico triste. Queria ter palavras e tinta para mudar aquilo que sinto, mas que rio. Tento procurar aquilo que quero, mas só encontro aquilo que menos desejo. Desejava ser uma história onde tudo se passa-se e ficava, mas em vez de isso som um filme rodado e sem som. Tentei fazer uma música e dela construir uma história, mas não tinha palavras para escrever esta melodia. Sem luz, sem história e sem música, sou um livro, mal escrito que pelas mágoas transportadas, fica numa mera e distante prateleira ali a ganhar tristeza e a perder alegria. Já não existo dentro de nada, nem nada reflecte em mim, sou algo invisível, no mundo que é visível aos olhos que têm cor...