sábado, 15 de outubro de 2011

Suspiro...

Desapareci! É assim que começa uma história a qual não sei se terá fim algum dia. Escavei numa manhã triste a procura de um suspiro perdido numa noite de chuva, onde na qual derramei lágrima e purifiquei o meu exterior. Enterrei-me numa cova feita para um homem perdido numa tarde de calor, onde cada gota do meu suor corrói as armações de um rebente pequeno que ali estava a nascer. Tente ajudar quem necessitava, mas dei por conta que ali não havia mais ninguém a ajudar, senão ajudar-me a mim próprio, então desesperadamente e furiosamente rasguei aquele manto de terra e foi a procura de um suspiro que havia perdido numa noite de chuva. Por ser fraco, não quis falar com ninguém a não ser com o meu próprio interior e com a minha própria alma. Imaginei o meu suspiro a vaguear o mar de choro que em mim corria e percorrer o caminho que dentro de mim havia. Então voei. Voei para encontrar este lindo suspiro que de mim saiu e desapareceu. Foi então que tive uma dor no peito, e dali morri. A minha alma saiu de mim e o meu corpo ali ficou ao sabor do prado e do vento. A minha alma navegou no céu e as minhas lágrimas secaram de tanto vento que ali existia. Já não sentia nada, o meu cérebro imaginário foi procurar esta mera sensação, mas dava sempre com as memórias daquele suspiro. A quem diga que este suspiro era algo séria, mas eu sempre achei-o normal, o que é certo é que a minha alma perdeu o seu brilho da felicidade quando este suspiro fugiu. Podia ser um suspiro de amor, ou um suspiro de felicidade, mas não era um suspiro diferente. A verdade é este foi o suspiro que me acompanhou em noite de chuva, em que num copo fundo consegui enche-lo com essa chuva, cada gota cantava memorialmente a uma só voz, mas  minha feliz alma cantava a duas vozes. Foi um caminho longo, ao qual o óleo do meu interior acabou e com ele acabou esta procura incessante de um suspiro perdido. Surge o momento em que eu desapareci. Tentei escrever num papel o que eu cria, mas não consegui. Naquele lugar só havia fragmentos da minha alma e daquele suspiro nada. Chorar não posso, mas posso sim continuar a desintegrar-me naquele céu morto de tristeza e luz, porque nada ali já fazia, agora era o vento levar-me e eu desaparecer de vez, porque sem aquele suspiro sou como uma pequena folha seca que alguém pisa e torna-se milhões de pedacinhos que ficam ali ao sabor do vento e eu agora sou assim, por isso desapareci!

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