terça-feira, 29 de novembro de 2011

Esquecimento...

Ser como tu é algo que o mundo esquece. A tua força penetra no meu coração e afecta-me de uma maneira, que nem a própria razão a irá bater. Sei que tu és como o mar, tão depressa vem como vai. Sei que és inexistente, mas a tua vivacidade trespassa monte, vales e rios. Sei também que transbordas um amor efémero que nem conhece penetrar no meu coração por tão curso que ele é. A minha vida contigo é efémera e por mais que eu tente faze-la viver, tu inexistente nem cabes no meu coração. Percorrer os caminhos que a alma impinge é algo que a minha memória não faz. Escrever é a única forma que o inexistente não me afecta, talvez eu seja possessivo e medroso? Sim tenho medo de ti inexistente... A tua iniquidade faz os meus olhos ficarem fechados, porque não suportam a verdade que tu transportas. Dei comigo a escrever uma verdade num vidro qualquer em que tu estavas lá como um figurante. Eras como uma peça de imobiliário dentro de algo. Estavas dentro do meu coração, por vezes sentia uma picadela que me furava a alma. Agora está feita em pedaços, cada pedaço com o seu significado e cada significado tem um lugar. Sei que por vezes esse lugar é esquisito e inóspito. Porque será assim! Será assim porque nem sempre temos uma vitória justa. Caminhamos como se não houvesse um fim, existe um fim que o inexistente não assiste e a força com que ele escoa os nossos sentimentos, é bruscamente triste. Ser a alma que sente, os olhos que vêm e a boca que descrever, para o inexistente é um mito, tradicionalmente esquecido. Porque será? Tu inexistente também um mito, que por vezes nem uma palavra verdadeira sabes escrever, baseias-te somente em algo que nem tu próprio vês... A cerca que me rodei-a permite-me ver a sinceridade que tens para comigo. Tenho a certeza que não és sincero. A sinceridade para ti é como e fosse a água que escassa no deserto. Deserto esse que vive dentro de ti, deserto esse que existe porque tu existes. Desabafa essa mágoa em quem com força possa ouvir, inexistente tens que desaparecer, e virar a forma como existes. Não te quero mais na minha cerca nem a percorrer de alto abaixo a minha janela... Deixa-me e muda-te como que me mudarei, sou forte porque sou como o vento, empurra tudo com a sua calma... Sai inexistente... Sai...

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