quinta-feira, 29 de março de 2012

Para quê?...


Para quê sentir... Para quê amar... E para quê tentares amares e sentires... Olha para o teu lado e quem vês? Ninguém. Estou sentado num banco de um jardim nas profundezas de um mero e longo oceano, na minha cabeça surgem filmes criados por ela, mas sem sentido algum. Sinto linhas a atravessarem os meus olhos, como se fossem meros olhos e não sentissem o que este coração amargurado sente. As flores que outrora eram novas e radiantes são agora um pedaço de nada, assim como a minha alma é... Se olho para cima vejo um azul tão claro, que só me faz criar mais filmes na minha cabeça. Agora estou a pairar num lugar onde a vista por ele atravessado esfaqueia o meu coração. É uma vista enorme assim como os caminhos da solidão que cada vez mais crescem no meu interior. Não o tenho. Não o dei, simplesmente alguém me roubou e fez dele caminho de silvas que penetram afogadamente o meu corpo. Agora durmo, com medo de acordar porque sinto que não consigo ser nada e para quê? Transformo os sentimentos em pura ficção para o meu frágil coração não os sinta, na medida que eu nunca os possa sentir. Vivo apagado o real e acrescido do irreal, porque os meus sentimentos são irreais, assim como o meu coração é irreal. Agora que faço ou sinto? Será que basta apenas escreve-lo, ou simplesmente admira-la pelas suas fisionomias que a sua fronte mostra ao raiar do sol de uma manhã, em que a virtude consegue acabar com a sua própria morte? Não sei. Eu sou a pergunta que ninguém respondeu, sou a resposta perdida que ninguém a prendeu, eu não sou nada, sou mais um porquê que uma alma quebrada. Por fim morro, com a saudade de nunca ter sido ninguém, com a fama de não ter sentido alguém, mas morro sobretudo pela tristeza de um bem perdido que numa fogosa manha foi abandonado em detrimento de um. Já não sei que diga, simplesmente porque nem eu sei se sou uma resposta... E tudo isto para quê? Para que no ato de uma leitura naquela que foi a peça mais vista, a do amor, alguém com a virtude pura consiga ver o que esta alma morta tenta transmitir ao intimo afogado na vergonha de não ser ninguém, basta de mais palavras e acabem-se as peças que esta alma morta já não quer mais dizer nem sentir, já não quer mais amar nem ser amada, porque do nada cresceu e do nada ade acabar, numa tentativa de ser alguém que sem saudade não foge… Assim vivo por não sentir nada, nem ser sentido e para quê?...

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