quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Existência...

Tenho o passado omitido, nas entranhas daquelas linhas azuis. Ele está entrelaçado com um futuro e com um presente destruídos. Serei infeliz? O meu passado criado deveras existiu. Foi arruinado com a minha própria existência. Eu existo nas linhas de uma folha que guardada no meu coração, fere-me com a sua força. Gostava de soar como o piano e ser forte como essa folha, mas é impossível. Eu existo, porque o caderno existe. Percorro o comboio em busca de algo que me fala existir. Sinto que sou como o lápis que no vazio do meu entendimento tenta escrever. Este meu entendimento é fraco, assim como o carisma que possuo é desastrosamente triste. Gostava de existir como o mar existe e ter a sua cor. Essa é a cor da existência, quem existe transborda de si, uma cor intensa que ataca o meu coração. A verdade de eu ainda existir reside na forma como encaro o vento e a força dele mesmo. Gostava de ser o vento e ser a sua força. Se alguma vez fosse ele, era porque estava forte e existia. Estou agora sentado, aos meus ouvidos escuto a música da triste, é uma música suave que me faz retomar ao meu passado criado que deveras existe, sei que parece confuso, mas sinto-me um relógio de areia, que aquando o fim da areia, vira-se o relógio de modo a ela cair outra vez. Sei que essa areia deriva de mim e eu dela, e que o meu passado não é mais uma história, em que eu sou a personagem principal... Contar para quê? Nada nem ninguém está a viver o meu passado neste momento, e a areia? A areia é a forma como a minha existência é construída. As lágrimas que agora derramo, são a fonte de energia, para quem se sente como um relógio de areia... Estou agora numa página, em que a verdade é revelada, e eu fico de fora. Sim fico de fora, é uma verdade tão forte que acaba com a minha existência. O piano que transportava, partiu-se, a minha força é agora apagada, assim como é apagado o meu coração. Triste é a pauta cuja nunca foi tocada, mas porque será? Percorro agora um caminho, em que a verdade da vida é revelada e a sua força é vivida. Tento fazer com que valha a pena estar onde estou. Gostava de partilhar esta sensação de existente, gostava de vive-la com alguém! E de facto vivo-a. Vivo esta sensação de existência, com a minha pobre e fraca alma, mas e agora porque existo eu? Não sei, sou mais um trapo no fundo daquele armário velho e corrompido, onde os desejos de existir acabam quando alguém abre aquela porta...

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