quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Histórias do Pobre Velho… Fogueira…


Está o pobre velho sentado em frente da sua fogueira a aquecer os seus penantes, como já dizia o seu pobre pai. Cada palavra que vem a memória do pobre velho, faz-lhe voltar em pensamento as suas harmoniosas memórias. Recorda o pobre velho, a noite em que o seu pai chegara do trabalho. Eram sete horas da tarde e por essa hora o seu pai já deveria de ter chegado a um bom bocado. O nervosismo e a tenção frisavam a cara da sua mãe. A sua mãe era uma pessoa dócil e bonita, em tempos de chuva os seus olhos eram da cor da terra húmida e em tempos de sol os seus olhos eram da cor da terra seca. A demora do seu pai fez com que o maravilhoso momento de jantar fosse estragado. O tic tac do relógio era cada vez maior e sem a chegada do pai. Já não era a primeira nem a segunda vez que o seu pai tinha feito aquilo. O aconchego para o jantar chegara então. Eram as nove da noite e sem a chegada do pai. A preocupação não só crescia no íntimo da sua mãe como nele próprio. Acorda de repente o pobre velho com frio nos pés, e sem perder mais tempo, vai depressa buscar mais canhotas para aquecer os seus velhos pés. Essa demora foi pouca e não tardou a voltar a sonhar. A refeição tinha terminado e a chegada do pai nunca mais estava a vista. Ao canto do olho da sua mãe, a pequena criança podia ver uma pequena lágrima que com pressa queria sair do olho da sua mãe. Toca a badalada das onze horas, e o seu pai entra pela porta da casa adentro. A cara dele estava vermelha. Mais uma vez o pobre velho acorda da sua recordação, mas desta vez não por ter os pés frios, mas sim para ir buscar um guardanapo para limpar cada lágrima que escorria da sua velha cara. O cansaço que ele podia ver no seu pai era demasiado, continua-se recordando o pobre velho, por outro lado a cara de alívio da mãe inspirava confiança na pobre criança para perguntar ao pai onde ele tinha estado. A demora do seu pai fora tanta porque ele tinha estado a construir uma grande e bela lareira para quando o frio fosse a mais, todos sem excepção pudessem aquecer os seus pés. O que mais faz renascer estas lembranças ao pobre velho é o facto do seu humilde pai ter demorado horas a fio a construir esta grande e bela lareira e o facto de seu pai não dizer "pés frios", mas sim "penantes frios". Cada lembrança deste dia, faz com que o pobre velho fique ali horas a fio a ouvir os pequenos foguetes que saem daquela lareira que outrora aqueceu muitos penantes e que agora aquece aqueles pobres é velhos pés... Assim recorda o pobre velho...

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