sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Horas tristes...

Porquê o toque daquele som? Não sei. Estas são as horas tristes que eu passo sem cessar. Por vezes penso que sou um mero obstáculo que é obrigado a permanecer naquele imenso lugar, onde a tristeza banha as margens de alguém triste. Sinto que estou perdido e que nunca me irei encontrar são estas as horas em que por numerosa tristeza eu desapareço. A minha cara é como um como um cubo de gelo que pela força do sol é obrigado a derreter. Estou triste e estou sentado numa cadeira, num deserto de árvores. Ao longe vejo um mero relógio, que com o seu toque acorda tudo e todos que ali habitam. Sou o único! Talvez seja  ali naquele deserto de árvores o único a habitar. Sinto as pernas presas e o coração a desistir. Tento cantar para alegrar algo, mas não consigo. A mão falha-me, e agora que reparo vejo um letreiro proso ao meu pescoço. Não tenho vontade de sentir, nem de escrever, porque sempre pensei que o entendimento fosse medido aos palmos e a vontade medida a força. A cabeça começa-me a doer e os olhos a tremer. Sinto que vou arrebentar de tanta tristeza. Algumas palavras e pontos não fazem um mero sentido neste texto. São palavras trocadas de quem não se sente ninguém neste momento. Grandes e pequenas discussões passam por mim o dia todo. Tenho a palpitação que aquele deserto pouco vai durar. Este sentimento é em demasia, e parece que vai acabar por destruir tudo ali naquele lugar. Algo me está a levantar, o que será? É  a minha alma que fraca, tenta imanar um caminho que nunca existirá. O letreiro que outrora tinha no meu pescoço, fora-se embora com um forte entusiasmo. Porque é que isto são horas tristes e porque estou triste? As Lágrimas acumulam-se naquele sítio, já existe um lago que reflecte o meu rosto estragado e feio. O relógio começa a parar e o seu timbre a morrer, como ele está a morrer este deserto, as árvores caem e as flores secam, e eu? Que será deste algo perdido nestas horas tristes, porque canto? Porque não sinto? Será que sou mesmo um objecto. De facto sim! Nunca saí de onde estou nem de onde pertenço. Há palavras iguais e meramente repetidas, sons que nunca entraram e nunca saíram, sentimentos nunca sentidos. É assim que eu passo as horas tristes, não quero viver assim, quero morrer, na glória de ter vivido. Nada está bem! Tudo está confuso assim como está confusa a minha alma nestas horas tristes! Quero morrer na glória, e não viver na tristeza! Adeus...Horas tristes...

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