segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Melancolia...

Melancolia perdida no meu do meu deserto. Notas navegando no meu interior. Será assim que eu me sinto realmente? Ou será apenas um sentimento mero e fútil que se agrega dentro de mim? A verdade é que esta melancolia é causada pela destruição de algo, que anexado a mim, eu perdi. Pode ser confuso e perturbador. Este som é só mais uma prova que eu sozinho, sou como um pobre gato perdido no meu da rua. Fortemente e fortemente, tentei virar este triste som, num outro que me faça feliz. Sinto-me envenenado e o meu próprio sangue está seco e sem vida, não consigo viver assim nem mais um segundo. Quero desistir e queimar este som. O som das minhas palavras que ofuscam os meu olhos e ouvidos já não é suficiente, cada nota e cada som, é só mais uma maneira de me cobrir como cobre o palio a quem debaixo vai. Sempre tentei manifestar as minhas palavras em meras músicas, mas este veneno, mata-me e fere o meu coração. O meu íntimo, é como uma maça pobre, sempre que uma nota lhe toca ele quebra-se. Esta melancolia mana o meu coração de ódio e solidão, não tenho como fugir. Sinto dentro de mim pedras a cair dentro e a rasgar-me, tornando-se mais difícil construir sonhos musicais. Tentei transformar-me a mim mesmo e adaptar-me a esta melancolia, mas as malditas e afiadas pedras, conseguiram romper-me e agora vivo numa escala musical sem fim. Irei percorrer um vasto caminho em que esta melancolia irá perder a sua força e vivacidade e irá dar lugar a uma nova música, que pela sua força vai atingir-me o coração. Por vezes sinto que este som é um pequeno ruído que o meu coração faz atormentando-me todos os dias. Sei que isto não é um sentimento, nem uma linda nota, sei sim que isto é algo que me destrói e me faz estar coberto de um som e de uma mancha negra. Sinto-me abandonado e só, porque esta melancolia não me fere a mim, mas também a pessoas que me rodeiam. Sou como um deserto ofuscante que mata tudo e todos que por ele passam, no deserto morremos a sede, eu morro com esta melancolia. Todos os dias vou morrendo porque este som afoga-me e as minhas entranhas rasgam-se pelas pedras que esta melancolia solta. Só tenho mais uma palavra, desisto e aquilo que vier ficará e o que acontecerá, deixarei nas mãos de um som enfermo...

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