terça-feira, 20 de setembro de 2011

Medo...

Descrito no meu coração, está este devaneio sentimento. Esta decapitado a meio com o objectivo de me afectar! A sua sensação comigo é diferente do que qualquer outro mero sentimento. O meu coração quando o sente fica frio, acabando mesmo por bater com força de forma a arrebentar! Não há sentimento mais claro e negro que este. Posso descreve-lo com os olhos, com as mãos, com as palavras, mas posso descreve-lo mais com o coração. Ele penetra dentro de mim, como penetra o ar quando eu inspiro. Mete-se nas minhas entranhas e cozias de forma a não trabalharem mais. As vezes grito para ver se alguém ou algo me ouve, mas sem sucesso. As vezes penso que não passo de um mero projecto construído, porque não sinto, nem sou sentido, não vivo nem sou vivido, sou uma espécie de terra, não a sentem, nem a fazem viver. Vivo no íntimo destruído num entendimento corrompido sem vida própria, mas com um mero acompanhamento que fere a minha alma. Acordo com força para lutar contra mais um dia, na esperança que alguém acorde e veja aquilo que realmente tem que ver. Nunca me senti desta triste maneira, nem nunca mais me sentirei como já me senti. Eu sou os hieróglifos deste mero e descuidado sentimento, cada palavra difícil, para mim é uma meta perdida, cada frase complicada de se entender, para mim é uma guerra sufocada de tanta angústia. Vivo num muro de pedra que não cai, mas cresce. Eu tenho os olhos abertos, mas ao meu redor todos possuem os olhos fechados! A verdade deste sentimento está escondida por detrás do pano deste palco de teatro, cada acto, cada aparte, são sequelas da minha desarmada vida! Nunca dei disparos, mas já os recebi. O meu peito é feito de buracos desses disparos perdidos, numa noite de madrugada, o meu coração está furado, mas esta peça está a terminar. Só falta uma facada com o objectivo de morrer de forma digna, não morrerei carnalmente, mas sim sentimentalmente. Todas as noites construi um caminho no meu quarto em que cada curva é uma nota negra no meu caminho. Já não existe uma peça, agora só existe uma morte sentimental. Este sentimento destrui-me, e não tenho como me construir! Já não tenho montagem possível, por isso vivo no memorial do meu íntimo...

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