sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Buraco da Solidão...

Reformulei, construi e aprendi de uma maneira mais estúpida o que era procurar algo no meio de um imenso infinito espaço. Fiz buracos e coloquei tijolos. Construí barreiras e criei lagos, pus de pé as arvores e plantei flores. Descobri dentro de mim uma imensidão de felicidade, a qual estava impedida de emergir devido a imensidão de tijolos que em mim construíam um muro. Podia ser o muro das lamentações, o muro do amor, mas era mais que isso. Era uma prisão em barro que nem as minhas pobres lágrimas podiam lá passar. Com força peguei num martelo e destruí o muro e com ele foram os cacos da minha felicidade. Com os pedaços do muro, foram também os pedaços do meu ser, pedi formas, amizades, mas acima de tudo perdi-me a mim. Quis regressar ao que era antes, mas não consegui-a. Procurei conquistar o meu coração, mas não consegui. Tudo aquilo era o reflexo ofusco do meu maior medo. A solidão. O romper do muro, fizera com que rompesse também que eu era. Já não havia cimento suficiente para voltar a erguer este muro e recuperar todos os seus pedaços. Estava com medo, porque este sentimento penetrou dentro de mim  e nunca mais me largou, criando assim uma ligação tenebrosa em mim e ele. O tempo ia passando e a minha força ia morrendo, as minhas entranhas sentimentais vinham a florescer dentro de mim. Já não sabia se sonhava, ou se ria, se gritava ou estava calado, se via ou fazia que via, só tinha uma certeza de que estava preso num buraco onde reinava a solidão, que tinha lágrimas congeladas dentro dos meu olhos, que as minhas mãos tremiam de medo e o meu corpo estava congelado de tanta solidão. Não desisti, o tempo pode ter passado, as lágrimas podem estar congeladas, o meu caminho pode-se ter desfeito, mas nunca perdi. Por isso voltei a reformular e a construir. Naveguei a fundo do buraco e foi pegando em cada pedaço e deles fiz uma escada. Construí novas memórias e dos pedaços encontrados construi uma caixa, que era tão forte que nem a maior cada a podia partir. Fiz cimento e colei-o dentro de mim, mas não foi de propósito, havia um objectivo que era prender as outras e pequenas recordações que estavam dentro de mim. Não foi este buraco que me fez tremer, mas sim aquele sentimento estúpido que me fez tremer, mas derrotei-o e construí um novo, a felicidade...

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