domingo, 29 de janeiro de 2012

Caderno Amarelo...

Pego num caderno, coberto de teias de aranha. Sempre que o abro, é como se dele viesse aquilo que outrora as auto-estradas do meu corpo me tiraram. Vejo imagens e visualizo vídeos. Não sei porque é que isso é assim. Corre no meu rosto lágrimas de tristeza por desejos não compridos, mas o que será destes novos desejos? Não sei. Sei que tenho força, para mim e para retirar aquelas teias de aranha daquele velho caderno. Que nome lhe pode dar? Caderno dos desejos ou simplesmente caderno? Talvez um nome simples lhe venha a dar mais gloria, que um nome mais complicado. Retorno ao caderno depois de uma aventura triste. Vaguei-o folhas e inspiro-me nelas. Cada folha é como se fosse um desejo por cumprir e para realizar. Se não posso ser aquilo, tentarei com a força da minha alma ser outra coisa que não aquilo. Toco nas folhas que no passado foram brancas e com um cheiro maravilhoso, agora são amarelas e corroídas pelo cheiro a velho... Retorno ao passado e vejo o dia em que pela força do destino as auto-estradas me atraiçoaram, não me recordo o dia, nem a hora, mas neste caderno de desejos está tudo. Quero voar e descobrir desejos por encontrar e fazer deles a força que neste caderno existente. Deles quero formar o meu próprio mundo e viver nele, sei que por vezes a vontade desaparece, mas a minha força é assim! Não sei que fala nem quem escreve, aquela pena que dantes brotava tinta, brota agora desejos para este velho e amarelo caderno. Tento voltar a tentar, mas quando olho para mim continuo a ver o passado. Porque será? Talvez seja eu um espelho do passado perdido e dos desejos não concretizados? Sim. É isso mesmo. Sinto que sou um espelho de um caderno que guarda os desejos que nunca foram concretizados, mas porque é que a luta desses desejos não continua. Sou eu! Eu broto a vontade de que se cumpra ou não, mas afinal pergunto-me. O que sou eu? Será que existo como aquela pena que largava suavemente gotas de tinta e que fortemente penetravam na folha? Ou sou meramente um caderno dos desejos que nunca fora valorizado? Não sei! Consegui perder a vontade de procurar estes desejos pois, não sei quem sou, e como posso saber? Tristemente desapareço, mas sorrindo vivo, porque tenho a consciência que um dia tentei fazer glória aos meus desejos e se desses a glória foi em vão, virão com mais força novos e grandes desejos… Assim vivo, na alegria de ser como sou e na vontade de ser assim…

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