domingo, 1 de janeiro de 2012

Histórias do Pobre Velho… Passado…


Hoje o pobre velho não quer recordar os factos maravilhosos, tristes ou outros. Hoje o pobre velho quer mostrar como é que o futuro pode ser um produto incerto e o presente pode ser um acto… Por isso e sem mais demora começa o pobre velho. "Como é que podemos olhar o passado, se muitas vezes esquecemos que tivemos um passado. Cada dia que passo dou-me conta, sem contar, que vivo num mundo muito injusto. Cada acto ou cada palavra que tento dizer, por vezes são criticados. Ninguém sabe olhar para ninguém, porque cada um olha para o seu próprio umbigo. Quantos de nós, já parou para reviver o seu passado? Alguns talvez. Eu sou uma pessoa imperfeita! E perguntam porquê? Pois bem, eu tenho momentos que não olho para o presente nem olho para o futuro, simplesmente dou-lhes umas vistas de olhos, com olhos de ver aproveito para ver o passado cruel que talvez eu possa ter tido. A minha cabeça é uma caixa de dúvidas metódicas que persistem e existem, porque algumas vezes tenho a sensação que certas pessoas, nesta sociedade materialista, nunca tiveram passado, ou então simplesmente não o viveram. Cada minuto que passa, diz o pobre velho, é uma forma de todos nós tentarmos construir um mundo puramente justo. Sei que são raras as vezes em que batemos com a cabeça e dizemos " não aquilo que fiz está errado" e também sei que são muitas as vezes em que dizemos " não aquilo que eu fiz está bem, o que ele fez é que pode estar mal..." Eu sei que não passo de um pobre velho e que nem sequer uma vida inteira viveu, somente duas décadas de vida persistem na minha cara. Hoje não venho com histórias meramente visíveis em cada palavra ou em cada frase, hoje venho com uma realidade que é escondida aos olhos de alguém. Mas quem será esse alguém? Será que existe mesmo? Essa pessoa existe e está dentro de todos nós, essa pessoa expressa-se por palavras, actos e até por sentimentos, que são escondidos numa cara sem emoções, essa pessoa é a verdade… Eu sou um pobre velho que se senta num banco, num jardim de uma pequena aldeia e que as únicas pessoas ou seres que ouvem as minhas palavras, ou são os pequenos insectos que andam pelo ar, ou então são os pequenos seres que carregamos nos nossos colos até a um certo período de idade. A única coisa que este pobre velho que está sentado num banco, em pleno inverno, pode dizer é que não olhem somente para o futuro, olhem também para o passado pois, muitas das nossas vidas existem porque tivemos um passado que perdurou e perdura até aos dias de hoje, não olhem só para o futuro pois, o futuro é um lugar de ganância e tristeza, costumo dizer: O presente é um acto, o futuro é um produto incerto e o passado é um facto. Eu sei que só sou um pobre velho, mas sou alguém que vive com a ajuda do passado e com receio do futuro, porque o presente é o acto, se eu não o representar agora como irei viver mais tarde sem ter representado esta personagem?" 

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