quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Jaula...


Peguei numa placa de ferro, fina e com o teu nome fiz-lhe uma marca! Sem mais demoras perguntavam porque é que eu andava com o teu nome preso ao pescoço e eu disse que era porque ninguém gostava de me ouvir nem de falar comigo, que me sentia um búzio preso a uma rocha no fundo do mar. Na minha mente reina e com muito dinheiro a incompreensão, esta peste negra que paira neste meu interior, e por isso só me salva o teu nome... Mais tarde pequei apenas nas iniciais do teu nome e colei-as na minha carteira, para que sempre que eu pegasse nela eu pudesse olhar o teu nome, mas com o tempo elas descolaram-se e eu perdias. Mais uma vez sentia-me vazia, o que dantes me alegrava agora fica preso em mim. Sinto encarcerado numa jaula sem puder sair. Estou preso com algemas naquela jaula e o meu fio com o teu nome foi-se! Já só sinto dentro de mim, naquela jaula uma espécie de comando, que faço aquilo que me pede. Fico horas a largar lágrimas por estar naquela jaula que não passa apenas de um pequeno cubículo que alí está. Estou só naquele mundo preso numa jaula, e sem vida. Vivo, mas não sou vivido, amo, mas não sou amado, acredito nas pessoas, mas as pessoas não acreditam em mim, porque vivo numa jaula. Será por isso mesmo? É quem vive numa jaula é repugnado por todos, porque nós que ali vivemos temos sentimentos, emoções e vivencias, mas como vivemos numa jaula somos tratados como ignorantes e vagabundos que vagueiam pela vida das pessoas a procura de uma pequena e simples compreensão. Não me querem viver, não me querem fazer feliz, nem acima de tudo não me querem amar. Trazia o teu nome ao pescoço, mas não o perdi, simplesmente tirou-o ao lixo, porque não me ligavas nem me amavas porque vivo numa jaula. Isto faz-me infeliz e atraiçoado por tudo e por todos. Eu tenho tudo, mas como vivo aqui, preso neste estúpido mundo ninguém me compreende, nem ninguém gosta de mim. Quero sair, mas necessito de ajuda de alguém que me ajude a sair desta jaula...Então por raiva começo a esquecer tudo e parto as algemas, pego num pedaço das algemas e parto o cadeado que tinha a prender-me naquela jaula e fugo. Fugi dali e agora sou feliz, deixei para trás aquela jaula, feia e velha, para eu viver. Se ninguém quer viver comigo então eu eternamente viverei só, porque se é assim que tem que ser irei fazer...Agora voltar para a jaula nunca mais, aquilo não é viver, aquilo é morrer sem ninguém, e ainda bem que saí daquela jaula...Ainda bem...

Sem comentários:

Enviar um comentário

Deixa os teus comentários, para eu os ler e responder...