terça-feira, 23 de agosto de 2011

Folha...

Peguei numa folha e debrucei-me sobre ela, para descobrir o que ela me queira dizer. Fiquei admirado quando por vontade imprópria peguei num lápis e deitei a minha imaginação para cima dela. Era amarelada aquela folha, mas estava muito vazia. Ela queria ser algo que a minha imaginação pudesse transmitir para ela, e assim o fiz. Tentei desenhar, mas sempre que terminava ela pegava nunca borracha e apagava aquilo que eu desenhava, então notava-se que estava a ficar mais amarelada, peguei numa burrona e voltei a desenhar, não era um desenho qualquer, era uma forma de amizade que eu queria que ela visse, mas ela fez com que esse desenho desaparecesse. Fiquei transtornada e obcecado por aquela reacção, então desisti e ela sem mais demoras escreve " não desistas, tu sabes o que eu quero" e eu assim fiz... Peguei então numa caneta, era caramelizada e cheirava a caramelo, mas mal desenhava e como não era perfeito ela teve a amabilidade de pegar num corretor e apagar. Surge no canto dessa folha um coração, ao qual eu fiquei intrigado ao ver aquilo, e pensei " o que é que a folha quer com aquele coração?" Foi então que eu entendi, e sem mais demoras peguei num lápis muito fininho e comecei a desenhar. Desenhei detalhadamente o que ela queria dizer-me com aquele coração. Mas não era só eu a desenhar, tinha a ajuda de um pequeno fio de papel dessa bela folha. Eu desenhava e ela redesenhava, eu coloria e ela pintava com burrona os cantos finos dela... Dali saiu, um belo desenho ao qual a folha não deixa ninguém mexer. O desenho não era nada mais, nada menos que uma pessoa com ela na mão, cada pormenor era belo, como se dali viesse uma melodia de encantar os ouvidos de qualquer um. A cara da criança mostrava alegria e qualquer um não teria problema a prostrar-se perante aquele belo desenho. Mas desse desenho também se notava a alegria daquela folha, cada parte dobrada era uma espécie de sonho que ela tinha e cada forma de estar via-se muito bem essa bela e harmoniosa felicidade. Porque para ela ser um simples chapéu ou um simples e mal feito avião era uma felicidade. Afinal ela não deixava de ser uma folha triste, que agora estava contente, porque finalmente alguém a entendeu... 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Deixa os teus comentários, para eu os ler e responder...