segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Piano...


Sempre questionei o som do vento, mas nunca questionei a vontade de soprar. Tentei não questionar o som da viola, mas questionei. Tentei ler o som, mas não o consegui. Mas nunca questionei  o som do piano. Tocou no meu coração, mas foi como a morte, acontece uma vez e nunca mais acontece. O som do piano é como a clara ideia de som, que passa pela nossa mente, mas afinal o que é o piano? É mais um instrumento musical, ou simplesmente a linha que orienta a minha vontade? Deixei-me de intrigas, mas liguei-me ao som. Será só o som do piano que faz tocar uma nova melodia. Tenho medo da verdade do som, mas a vontade de o amar é maior. Agora fico deitado sobre as teclas que suavemente tocas, com carinho como se as pudesses magoar. Porque assim o fazes? O som verdadeiro do piano traduz em mim, a vontade de procurar a origem desse som. Ele passa entre os orifícios dos meus ouvidos e penetra com amor dentro da minha mente, que sem segurança daquilo mente por não fugir a realidade. Que será aquele som? Será o som da verdade? Depois de ler as minhas musicas descubro que que são letras com erros e sem amor, porque não têm o seu som predilecto. A melodia do piano é como a melodia do correr da água numa manhã de primavera, que pelas bordas do rio ela corre. O seu som acalma a vontade das pequenas pedras fugirem. Deixa para trás isso, diz a minha mente que não sabe questionar aquele som. Disfarcei-me de pianista e compus a mais bela melodia de amor, mas nem o som nem a pessoa em si, a adorou, que farei eu, este que toca com amor a música? Em questão de segundos deixei este lugar e mergulhei no som do piano, que sozinho tocava na sala da musica daquele palácio de outrora, que não passava de uma velha sala de uma velha casa. Nos seus arredores eu busco a harmonia das palavras para conquistar aquelas pautas e aqueles sons, porque afinal não sou eu que toca, é alguém que o meu olhar desconhece, mas que o meu olhar brilha ao som harmonioso daquele piano, mas e porque escrevo um texto com o título de uma coisa que nem as palavras atingem? A frustração da minha alma é grande e com ela vai a vontade de ser mais que uma alma, ser o som da alma do piano, a minha alma é como uma jaula que guarda algo perigoso e eu sem dúvida das minhas palavras, eu sou um perigo, porque escrevo com a forma dos sentimentos e não os sinto, não copio, mas crio a minha música no piano  e esta é a minha música. Nunca chorei com lagrimas, mas chorei com palavras, por isso é que questiono o som do vento, mas não a sua vontade, porque se eu questionei o som do vento e não a sua vontade, também questiono o som das lágrimas e não a sua vontade de fazer um som harmonioso, assim acontece o mesmo com o som do piano, não o quero questionar, mas questiono quem o toca e quem o produz, porque produzem pautas sem amor, e essas folhas, porque não passam de folhas, não são dignas de tocar no piano. Assim fala o som do piano produzido pelas minhas letras, que outrora foram sentidas por alguém que as quis sentir...

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