quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Escalada...


Como posso saber de algo, que na minha vida foi uma assombração. Toquei em mãos e senti caras. Vivi vidas que nunca pensava em viver, mas morri com elas ao fim de uma longa-metragem. Sempre tentei subir algo, que fosse para além do meu entendimento, mas a minha alma nunca me deixou. Vaguei no deserto de mágoas a procura de uma estrada que me transporte para aquilo que realmente eu queria sentir, mas foi impossível. Olhem para trás e vi a assombração continuamente atrás de mim, sem que eu pudesse fazer algo. Então subi mais um bocado, com a força das minhas mãos a esgotar-se. Consigo ver ao longe um bocado de uma pedra que sai da barriga daquela encosta que serve de apoio as minhas emoções perdidas, e lá me sento eu. Sinto que passam minutos, horas e até dias, e eu ali, como se fosse uma flor em que a raiz se penetrou na rocha e que não quer sair. O que faço? Volto a minha fronte para trás e vejo algo que nunca vi, um reflexo verdadeiro estampado num riacho que estava atrás de mim. Então corro velozmente para ver e sentir esse rosto. Olho para o riacho e consigo sentir a felicidade a brotar da minha fronte. Volto a subir com a força das minhas mãos e com o medo do meu íntimo. O meu relógio, já não toca e o meu coração já pouco bate. Aquela que era a encosta das minhas emoções é agora a encosta que me carrega, mas porque subo? Com medo olho para baixo, e vejo memórias esquecidas a saírem daquela encosta. Será que elas têm um destino virtuoso, ou simplesmente são memórias triste que desejam encontrar o seu lugar? Não sei porque subo, nem muito menos o que subo. Para lá da encosta encontram-se aquilo que de bom tem o meu entendimento, a verdade. Estou na divisão entre a minha alma e as minhas memórias e entre o meu entendimento e intimo. Que faço agora? A minha frente a direcção é irregular, e a subida é tremenda, mas o meu coração ainda aguenta mais uma subida. Estou confuso como se de mim nascesse algo glorioso para me dar força... Mas o que faço? As minhas memórias estão a desaparecer e o meu íntimo com medo, também desaparece, o que me resta é o entendimento que continua a brotar flores em todos os lugares do meu corpo e a alma continua a dar-me força e medo, então o melhor será subir? Deveras. A solução é parar com esta escalada e viver aquilo que de bom tem esta encosta, que é simplesmente viver aquilo que me faz feliz... Assim fala a alma...


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