terça-feira, 9 de outubro de 2012

Maré?


Se é verdade que a maré tem vida, então é por isso que os teus olhos são como a maré. Num apaziguamento de olhar, focas-te a tua vontade de me tocar, naquela noite de luar, onde eu fico ali sentado a espera de uma resposta. Que tipo de resposta virá, e que tipo de vibração acontecerá? Caminho na praia, a espera que a maré venha a mim, mas por vezes só se afasta e, numa estante parece que vem outra vez, mas com medo ou vergonha, volta para trás. Ficou outra vez o olhar dela no meu, como forma de dizer algo, mas como o seu sentimento é fraco, num uma simples palavra da boca dela sai. Agora sento-me, faço desenhos no ar e na areia, para que ela os apague e que me toque com aquele suave olhar, mas mais uma vez sem sucesso. Por vezes sinto que vivo mais numa casa do que numa praia, por vezes sinto que sinto pouco, e sinto muito, será uma espécie de dicotomia? As estrelas no seu tocam nas minhas lagrimas interiores, que pela saudade brotam dentro do meu coração e com ele, sai o sentimento que possa ter existido, em relação a maré. Sempre que andas de trás para a frente, com esse olhar, não há nada que renuncie mais do que uma simples palavra tua, és tu, água sem sabor e amor sem cor, que paira no meu pensamento noite e dia, numa tentativa de saber quem sou eu e quem és tu! Parece confuso, mas a noite já cá está, e com ela vem aquele cheiro a maresia, que brota da tua água e que cinge o meu rosto. O luar que cerca aquela praia, faz brilhar a minha fronte, que com o teu rosto de maré, fica mais claro, que a areia do seu amor. Mais palavras confusas se juntam a estas numa forma de complicar o que era fácil, mas se tudo depende-se do meu olhar, não estava aqui a escrever para lua ou para as estrelas e a descrever a maré que neste momento afasta-se cada vez mais de mim. E o que será feito do seu olhar e do seu toque? Quem virá descrever o que ela sente e o que o meu coração descreve? Termina a noite e o sorriso acaba por desaparecer naquela maré que nem o coração consegue descrever. Mas pergunto ao intimo descrever o quê? E para quem? Cabe agora a caixa do íntimo descobrir para quem ele olha, e afinal quem será esta maré? Será maré ou será algo mais importante? Talvez seja a saudade de um bem perdido ou de algo nunca conseguido... Assim termina o meu coração numa dicotomia entre o sentir a maré e fazer sentir, e quem será a maré?...

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