terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Sete Badaladas da Vida...


Mas porquê olhar para o passado? Porquê continuar num caminho devastado de um sentimento morto. Quando me olho ao espelho, vejo uma alma vazia, sem ser vivida ou sem ser vista. Atrás de mim ouço um relógio que com força dá sete badaladas, serão estas as badaladas da vida? Ou será apenas uma melodia para se ouvir. Caminho numa estrada onde não se distingue qual o espaço do peão e do condutor. Consigo, com dificuldade, visualizar os carros brancos que se aproximam de mim, mas serão realmente carros brancos? Não sei. Escrevo poemas tendo em conta a badalada das sete vidas. Tocando uma, duas...até sete vezes, mas são badaladas não sentidas. A primeira percorreu as auto-estradas do meu íntimo, mas não chegou ao coração, a segunda foi simplesmente uma metamorfose de um sentimento falso, a terceira, nem me tocou na alma e por fim a sétima que pela sua forma fez doer algo. Doeu de uma tal forma que nem o coração aguentou e acabou por parar. Estou numa vida em que este som nada interfere em mim. Passam-se páginas, livros e bíblias de poemas sobre a vida e em nenhum deles se encontra os meus. Cada ponto e cada som, é como uma flor, tanto depressa cresce como a seguir morre, assim é este som. Estou num lago, congelado, em que a virtude do perdão está congelada e a sensação do amor, nem se quer permanece no gelo... Que posso fazer, que não sinto, mas vejo, que posso acrescentar a estas emoções? Faço laços com o sabor deste som, acrescento divas e notas a este som, mas fica sempre imperfeito. Ao fundo consigo avistar um livro, que pela sua força me atraí para ele. Tente folheá-lo, mas em vão. Cada folha passada, era como uma pequena flor de amêndoa que suavemente caía, mas estas pelo contrário eram suavemente passadas pelos meus grossos dedos. Após ter-me perdido neste mundo das sete badaladas da vida, sinto-me perdido, como se sente a pequena flor ao sabor do vento... Já não ouço mais nada e contínuo sem sentir mais nada, mas aquele som será sempre modificado assim que a minha vontade o preveja. Agora e perdido neste mundo, vou continuar a folhear este livro e a sentir-me perdido, sem resposta a estas meras e tristes emoções... Assim será...

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