segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Raiz do medo...


Detesto, mas sinto. Minto, mas acredito. Apago, mas alguém escreve. Começo assim a sentir o medo. Caminho num lugar escuro, onde a única luz é a verdade. Lá ao fundo está uma porta, mas não é uma porta normal! É a porta dos sentimentos, dos quais eu nunca tive a oportunidade de sentir! Penso que sou uma mentira, coberta pelo creme da verdade, porque digo que nunca senti, mas é mentira. Eu sinto só uma coisa. O medo. Este sentimento é para mim, um fruto com o qual eu tenho que lidar no dia-a-dia. Porquê ter medo? Porquê senti-lo e vive-lo? Consigo ouvir uma bela melodia e tento encara-la, mas o medo assombra-me. De repente começo a correr em direcção a um rio, que transborda tristeza, pelas suas finas margens, mas não consigo! Eu sou a raiz do medo e por isso não sou ninguém. Mas porque é que eu sou a raiz dele? Tenho um caderno e com ele fiz linhas de memória para que nenhuma parte da minha vida fosse esquecida, mas falta uma memória que tenho receio em escreve-la, que é a memória sobre o amor. As lágrimas foram demais, a tristeza cresceu como uma trepadeira e a saudade brotou. O amor para mim, é mais que amor, é medo. Nunca tive a coragem de escrever sobre ele, mas porquê? Deveras senti o amor e quando o senti, foi fracções de nem sequer poder aplicá-lo. Sei que o amor é o maior medo de todos, mas na verdade como pode ser de todos se quase ninguém o encarou como medo? A minha cronologia é um veneno mortífero, que quando afecta as minhas veias, não há como escapar e o medo será o quê? São tantas as perguntas que esta alma me faz, podendo até desconfiar das respostas dadas a ela, mas como será o medo? O medo não é ninguém, é como o amor, para quem nunca o sentiu, mas o medo em contrário ao amor é um veneno, tal como a minha cronologia, ambos em grande força diariamente me afectam e diariamente põem-me triste. Por vezes tenho medo de sentir o medo, mas o íntimo protegem-me, mas não me dá a capacidade de o enfrentar, por isso sou a raiz dele, embora eu sem o meu íntimo não sou nada. Nunca serei nada, serei apenas um alma, no limiar da infelicidade e no limiar da pobreza sentimental. Que posso fazer para deixar de ser a raiz do medo? Ser um sentimento, mas forte? Nunca poderei ser um sentimento mais forte, porque eu não sou ninguém e nunca o serei... Assim fala a alma...

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