Permaneço com ele, eu acabo com ele. Escrevo
o seu nome no meu íntimo, ou apago-o. Assim começa a nova história. Não é uma
nova história, mas sim uma história antiga. Cada data e cada vida por ela
vivida é uma forma de exprimir o que esta alma descreve e sente. Após o tic tac
do relógio, o meu coração condena um segredo. Não é um segredo qualquer, é o
seu fruto proibido. Percorro uma estrada onde o íntimo é alvo do pó dos carros
e este corpo miserável é o centro da ignorância. Nas minhas costas e no meu
peito, está o verdadeiro e único fruto proibido. Já não sei se é um segredo, ou
se é uma omissão. Cada palavra cantada no meu íntimo releva uma mentira que não
foi revelada. Não consigo continuar a suportar este fruto proibido que assombra
o meu coração e corroí a minha alma. A guitarra do meu mundo acaba com as
cordas que ainda restam, assim como eu acabo com as linhas que me unem ao fruto
proibido. A tentação da minha virtude é divulgar isto pelas ruas e ruelas,
pelas vilas e cidades, mas a ironia do destino não a permitiu. Como posso fazer
sentir se eu não consigo sentir este fruto? A cada minuto que passa a minha
alma, tornasse escrava dele e ele rei do meu corpo. A coroação começou desde
que o íntimo perdeu a vitória e ganhou a derrota, mas afinal o que é este
fruto? Este fruto não é mais nem menos que o fulgor de uma pessoa que caminha
só e vive só. É algo que a vontade não explica e que a virtude da alma não
sente como sente o vento a passar nos meus finos cabelos. Penetra nas minhas
auto-estradas o verdadeiro momento em que o fruto foi e é revelado. Contudo
este fruto sou só eu. Sou eu que penetro em mim mesmo e que gero este fruto,
sou eu que fujo e que permaneço com ele, sou eu que escrevo o seu nome e que
vivo na ignorância de o dizer, ou então sou eu que não sou ninguém. Este fruto
por várias vezes tentou ser quem não podia ser, uma pessoa feliz, tentou
enveredar pela mentira, mas com a força da vontade foi sempre cair no patamar
da verdade. Este fruto é um fracasso e com ele vai este corpo incorrupto que o persegue
diariamente. Afinal quem ou o que é este fruto? Simplesmente sou eu. Eu sou o
fruto proibido que com as minhas ramificações torna outras pessoas também elas
frutos proibidos e porquê? Porque atrás deste fruto proibido está um segredo,
que pela virtude do medo e da insegurança nunca será revelado... Assim fala a
alma...
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