E ali fico a ver... Depois de ter percorrido o deserto da solidão, aqui estou eu, num lugar que pela sua simplicidade, mostra tudo o que há de oculto. Com medo, construí uma pequena casa e ali fiquei, a contemplar aquela bela paisagem que sorria ao sol da meia-noite. Sim, as flores cantavam, a areia dançava por onde os meus pés passavam, as árvores cantavam, tudo ali, estava feliz, e eu? Eu era como uma espécie de adereço, num filme de alegria. O sol da meia-noite raiava e as estrelas bailavam ao seu lado, como se dali resulta-se uma dança. Naquele momento o meu coração tinha buracos, tão grandes, que através deles passavam a auto-estradas da solidão. O sol da meia-noite, era como um remédio, que tentava corar o coração, mas sem êxito. Tantos esforços que o sol fez que acabou por enfraquecer, como as suas estrelas que pela sua força dada a mim, acabaram também por perder a sua força. Ao meu lado estava o mar, que tentava ainda reflectir o brilho daquele sol e daquelas estrelas, a trás de mim estava um campo de flores que bailavam e cantavam coros de alegria, para me transmitirem a mim essa alegria, mas sem sucesso. Foi então que naquela imensa areia começam a surgir pequenas letras que tentavam descrever algo, através das minhas lágrimas que percorriam o meu rosto seco e amargurado que começava a desfazer-se em pedaços pequenos que com a força do vento iam ter a um lugar. Lugar esse que era o sol da meia-noite, sim o sol da meia-noite. O bailar do vento, fez com que eu fosse parar em frente ao sol da meia-noite, e lá ficasse a esvoaçar pelo ar como se fosse uma pequena folha, que no Outono acabara de cair da sua mãe. De repente o vento para, e eu cai. Cai num monte de erva verde que ali se encontrava em frente ao sol da meia-noite. Tentei chamar o vento para que com a sua melodia me leva de novo para um lugar diferente, mas sem sucesso. Cai então em cima de mim, uma gota, mas não era uma gota qualquer, era uma lágrima de uma ervinha que ali se encontrava sozinha, como eu. Sem mais demoras o sol começa a ganhar força, as flores começam a raiar de novo, o mar consegue reflectir o novo brilhar do sol da meia-noite e das flores e toda a alegria volta, porque um erva estava sozinha e eu também, agora somos dois grande companheiros a erva esta contente e eu estou ali com ela a elaborar a nossa amizade, contemplando este sol da meia-noite. Estamos ali...
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