São algumas horas e eu ainda caminho. Estou perdido no caminho para a descoberta da minha alma. Neste momento não sinto nem vejo, não ouço nem sinto, simplesmente ando. Estou a andar a horas e os pés parecem um monte de madeira a arder. Ao fundo consigo ver uma pequena casa, que pelo seu carisma, é mais grande que o meu próprio coração. Começo a perder as forças, as minhas pernas enfraquecem e os meus olhos, verdes, começam a perder. As flores que me rodeiam, correm e gritam em minha direcção, o olhar que eu distancio ao fundo é um olhar alegre, com um sorriso alegre. Eu estou no chão, os meus pés estão mortos e as minhas mãos nem se mexem. O olhar que eu visualizava lá no fundo desapareceu, passando por mim e nem me olhando. Tristemente, ponho-me a pé. Tentei caminhar como senão houvesse fim, mas a verdade é que o fim estava mais perto, que o meu coração. É então que vêm bater na minha cara pequenos grãos de areia, vindos de uma praia que estava ali, aquele cheiro e aquela vontade de me deitar a água aumentavam. Agora consigo ouvir o som do mar e ver o reflexo de uma chama redonda no mar, ao longe volto a ver aquele olhar e aquele sorriso, mas mais uma vez sem sucesso. Tento fazer filmes, em que o actor principal sou eu, que não sou, mas sim a minha alma. O mar é um adereço e as minhas forças, são as dores do coração. Estou sem forças que nem o som daquela agua me faz andar. Olho para baixo de mim e vejo que ainda estou deitado, e sem mais nem menos olho para cima e vejo aquele olhar e aquele sorriso, que me miram com um prazer de quem tem medo quem eu seja. Eu posso ouvir o meu coração a dizer, never...never... Tais palavra tiram-me mais forças e agora depois de algum tempo passado não sinto nada, com como uma flor sem caule, que esvoaço-a pelo ar a procura de algo. Eu sou um actor sem actuar e um cenário, sem ter vida. Eu sou o deserto que sem água morre e o mar que com o sal vive. Sou um caminho perdido em que as forças enfraquecem e o coração é uma pilha, para dar vida ao meu corpo. O choro das flores, rega o meu íntimo, pois cada lágrima é como óleo para o meu íntimo funcionar, mas acima de tudo, sou as pedras que esse caminho tem. Cada pedra representa um pedaço de mim e cada pedaço de mim, representa a tristeza que tenho, sou o caminho que é teu e a tristeza que é minha, assim sou eu...
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