sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Pôr-do-Sol...

Estou numa planície a contemplar algo. Esse algo é a linha do horizonte, onde por medo o sol se está a esconder. Aquela cor viva e quente entra dentro de mim e penetra nos meus olhos. A abundância de medo que o sol tramite, é como se ele fosse o espelho de nós. Sempre amei aquela cor, mas só hoje é que tive a oportunidade de dar a linha do horizonte este meu olhar. A água que nele rodeia, é como um adereço numa peça de teatro. É neste momento que surgem os pequenos ser vivos, que transportam com eles uma bela-luz, que torna mais intensa aquela harmoniosa sensação. Tentei trazer comigo alguém que me desse também os seus olhos a linha, mas a involuntariedade de pedir a alguém, foi maior que o desejo. Sim. Há em mim, o medo de pedir, há em mim, o medo de falar, há em mim, o medo. Pedi a alguém que comigo viesse contemplar aquela linha e que pudesse faze-la olhar mais para nós. Ao ver aquilo, o medo do sol era o aquecimento de mais um dia atribulado... os meus pés estão frios, as mãos nem se mexem e o coração, está a bater suavemente. Então apareceu alguém atrás de mim, os seus olhos eram como o terminar do sol, o seu cabelo era como o continuar da linha do horizonte, e o seu sorriso era mais um aquecimento para o meu coração. Aqueles seres pequenos, bailavam a minha volta e o sol e o sol, já só parecia uma pequena bola num imenso azul, que me reportava para o mar. Essa pequena bola, agora mais amarela que nunca, tornava a aquecer-me, mas a minha força e vivacidade enfraquecia, então fechei os olhos... A minha imaginação levou-me até ao sol e pode mais uma vez contemplar aquela paisagem, onde cada momento que passava, surgia em mim, um momento de amor, entre mim e o por do sol. A minha volta estão aquelas maravilhosas luzes e pela noite o cheiro a maresia, a areia é como terra, dura, mas o sol é como ouro brilhante. Essa pessoa que me rodeava, agora já não estava ali, mas podia lembrar-me do seu sorriso fielmente... Foi então que eu acordo, e vejo que continuo na mesma planície, que a terra é a mesma e que acima de tudo, o sol tinha-se escondido definitivamente, e o meu medo? O meu medo, já era agora somente um objecto de encostos, porque o sol fugiu e escondeu-se de medo, mas eu, lutei e o medo agora é um adereço...Estou numa planície a contemplar algo...E esse algo era o pôr-do-sol...

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