Mais uma vez encontro-me a navegar pelo mar
das minhas entranhas. São só perguntas que eu não consigo obter respostas.
Porquê? Não sei. Não são dúvidas, nem incertezas, são simplesmente ruas em que
não existem pessoas para que alguém me possa dar uma resposta. Posso ouvir o
tic tac ao longe e talvez seja dele que surgem as respostas, mas é algo que é incógnito
pois, como posso perguntar algo a um relógio que nem sentimentos possui? A
verdade é que a procura não quer ser encontrada, várias vezes antes da luz
deste grande quarto se apagar eu deito a minha cabeça na almofada. Consigo
ouvir imensas coisas, mas o que quero ouvir, não se faz ouvir. Sei que por
vezes a resposta a essas perguntas está dentro de mim e que tenho que procurar
a fundo para a encontrar, mas não consigo. As auto-estradas do conhecimento
estão cheias de tráfego e nem mais uma palavra cabe nelas. Porque será então
que não consigo procurar algo que nem a luz do grande quarto encontra? A
certeza é que eu não sou ninguém eu sou a alma que é tua, mas que vive dentro
de mim. Sou mais uma alma cheia de perguntas retóricas que ninguém tem resposta
para elas, eu sou a alma problemática que faz de uma pequena gota de água no
olho, um oceano no meu coração. Não é um oceano qualquer é talvez o oceano da
resposta, porque qualquer alma que seja alma tem uma resposta, é como o som do
vento ele existe porque assim as arvores existem. E como seria o som do vento
sem as árvores? É como eu seria sem uma alma retórica. Sei que parece bárbaro,
mas cada palavra que eu aqui escrevo tenta entrar no coração de alguém que pelo
seu sentimento, as transforme em grandes palavras. Já não ouço o tic tac do relógio,
mas ouço-me a mim mesmo. Esta alma está a aborrecer-me e entupir as auto-estradas
que por mim se ramificam. Sei que não sou ninguém sem esta alma e sem que ela
sem mim não é ninguém, mas porque é que a procura se esconde? É fácil a procura
esconde-se porque o que há a ser procurado já esta encontrado, as respostas que
eu quero já o intimo as tens, mas para eu ficar com elas é necessário eu ver
com olhos de ver e sentir com o coração e não com a falsidade. Por isso esta
alma esta cansada e farta de procurar algo que já foi encontrado, por isso é
que esta deixa de ser a alma retórica e passa a ser a alma verdadeira, por isso
é que eu sou a alma, o intimo, mas não passo de uma pessoa que fala pela alma e
que descreve pelo intimo do seu olhar e do seu ser... Assim fala a alma...
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