quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Momento...


Será uma palavra ou meramente um acto. O momento não sabe viver, o momento não sente o momento é como a alma. Sempre que o tic tac do relógio é ouvido pela alma o momento foge como foge uma pequena criatura em situação de perigo. A alma não sabe o que vive nem onde vive. Ela não sabe se a primavera é verdadeira ou se o amor é falso, porque ela só sabe que o momento é algo forte demais para o seu verdadeiro lugar. Tem vezes em que o momento e o som do relógio são o mesmo e por isso não passam de uma ilusão vivida pela alma. O som do relógio do momento não passava de uma mera ilusão, cada imagem vista naquele lugar não passava de uma ilusão. Mas afinal o que era o momento e a verdade? Ela não conseguia encontrar nenhuma solução, e é então que chora incessantemente porque não consegue encontrar o momento. Tenta gloriosamente procurar o que era o momento e para o que servia, mas a alma nada encontrava. Sempre que o relógio dava os segundos, o momento estava estagnado, mas sempre que o relógio dava as horas o momento mexia tão depressa, como mexe o leão quando corre velozmente. Ela sabia que por vezes o momento omitia a verdade e que nem sempre aquilo que via era a verdade, por isso tentava viver como se fosse o ultimo momento por ela vivida. Está a alma manipulada, vive sempre em função de alguém que não ela mesma, porque sempre que o relógio para ela para e sempre que o relógio avança ela avança. Por vezes parece uma espécie de ligação que não cede aquele momento e nem sempre está disponível. Este momento é mentira e mente de tal maneira que acaba por magoar a alma. Ela sem ele não vive, mas ela sem ela também não. Porquê arranjar soluções de vivencia em algo que já não quer viver? Ela sabe que em algumas vezes não há forma de procurar o que não há, mas o momento existe, agora é necessário procura-lo com olhos de quem procura, porque se o procurarmos com olhos de quem não procura, ele acaba por desistir de se deixar encontrar, porque pode ser o momento, mas é algo que necessita de alguém para viver. Mas a alma está confusa não sabe se o som do grande relógio é o seu próprio som ou então é o momento que se passa por ele para emitir um som verdadeiro. Ela não sabia por isso procura esconder-se e fugir, pois quando a alma se sente assim, confusa, só quer é desaparecer…

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