quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Histórias do Pobre Velho... Outrora...


Hoje o pobre velho caminha. E caminha para onde, nem ele sabe. Todos os dias para o pobre são uma monotonia que o assombra dia e noite, sendo que a única coisa que quebra esta monotonia ao pobre velho é ver crianças a brincar. Sim crianças a brincar, seja num parque, numa rua ou até mesmo em sua casa. Cansado e de já caminhar ele senta-se num banco de pedra que encontra e as suas recordações captam a sua atenção. Talvez fosse no verão, quando a pequena aldeia daquela pobre criança chegava um novo casal. Inicialmente eles vivam sozinhos, pensava ele, mas não era verdade. A verdade ali é que mais cedo ou mais tarde surgiria dali uma grande e duradoura amizade. Cada dia que passava, ele tentava a todo o custo manter e fazer amizade com aquele rapazito, como assim ele lhe chamava. O tic tac de relógio todas as noites parecia não existir. É então que alguém pensa que o pobre velho está a dormir e chama por ele. Ele acorda daquela bela recordação e reponde não estar a dormir, mas sim a lembrar-se dos seus tempos de criança. E sem mais incómodos volta a recordar. Certa tarde o rapazito decide ir ao lago, aquele lago onde todos tinham a oportunidade de se banharem. E assim foram. As horas, os minutos e os segundos passavam, como passava a água daquele rio em pleno verão. Ele sabia que mais cedo ou mais tarde toda aquela vida de amizade ia acabar, mas enquanto não acabasse ele iria desfrutar ao máximo. O rapazito sabia imensos jogos, desde jogos com pedras até mesmo um jogo de agua. O problema ali é o tão inesperado dia chegara. Ele já sabia que esse dia ia chegar mais cedo ou mais tarde, mas nunca contava que chega-se tão cedo. Bem a  despedida foi imensa e o choro entre aquelas duas crianças foi grande, mas ele pensava, ele vai embora, mas vai voltar um dia. É então que ele se vai embora e a pobre criança não tem mais nada do que ir atrás do carro, como corre as ovelhas quando o cão pastor vai atrás delas. Mas eis que o carro para e a pobre criança começa a fugir com medo que eles lhe viessem ralhar por ele vir atrás do carro, mas era totalmente o contrário. Depois de tanto choro, tristeza e correria, os pais do rapazito decidiram ficar até sempre. Talvez fosse ali que a sua felicidade reinava, mas o que é certo é que não foi ali onde a sua felicidade reinou. O pobre velho acorda com os olhos num oceano e as crianças interrogam-no perguntando o que ele tinha e o pobre velho responde, nunca é tarde para se reviver bons momentos, o pior é quando esses bons momentos nem existem ou apenas uma pequena parte deles existem, mas digo-vos apostem nesses bons momentos, porque eu estou a viver um agora. As crianças ficaram tão comoventes que sempre que o pobre velho passa ali, aquelas criancinhas pedem-lhe sempre para ele contar mais histórias da sua vida... E assim ele faz com um sorriso nos olhos e na cara...

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