Faço a voz do meu íntimo vibrar na alma de
quem busca algo que na vida nunca conquistará. Sinto que escrevo porque assim o
meu íntimo quer. A voz dele é para mim um caminho que me guia nas tomadas de
decisões, mas porque será? Percorro um livro, onde suavemente toca o meu
coração, mas sozinho não consigo. Tento procurar alguém ou algo que me ajude a
percorrer este livro, que representa no meu corpo um longo caminho, mas ele é
comprido demais, para que um simples ser consiga percorre-lo. Existem sons que
a voz do meu íntimo deixa como reflexões deste caminho, mas em vão. Em vão toca
a minha música dentro de meu coração que pela força da tristeza toca suavemente
até atingir novos e grandes corações. Este som melancólico corrói o meu íntimo
que nasce cada dia, como forma de vitória. Esta voz é como uma folha seca que
pela necessidade de água procura um novo poço, assim é a voz, que faz tudo para
ser ouvida e entendida. Agora permaneço aqui, na loucura de ser eu o vento e a
voz ser eu. Este som que o íntimo larga, é como um fio que se prende ao meu
coração que numa outra vida, foi mais que isso, foi a alma que está morta pelo
desgosto de um bem perdido. Consigo sentir algo dentro do meu coração, mas a
virtude de um ser pequeno não me deixa decifrar, não sei se é música ou se é
palavras de consolação. Na outra vida em que eu era o vento e a voz era eu,
nunca estava triste, mas sim alegre como o girassol permanece alegre no ato de
um carinho daquela lâmpada que percorre o som azul. Sinto-me quente quase a
derreter, mas na outra vida sentia-me frio. Continuo congelado aos atos deste
barulho que o intimo larga como força de se fazer sentir. Eu não sinto, mas
penso porque a virtude assim quis, esconder estes sentimentos na amargura de um
olhar. Tenho medo de ser não a voz, mas o íntimo, tenho medo de ser a mentira
em vez da verdade de um ser verdadeiro, porque afinal eu sou a mentira. Sou eu
que produzo esta voz, e que a faço decalcar os sons da verdade, afinal eu sou
só uma mentira e não passo disso a não ser que o íntimo cresça e eu diminua.
Que posso fazer ser a voz ou o íntimo? Não sei... Tenebrosamente continuará a
folhear este caminho neste livro que a virtude construiu... Assim fala o íntimo...
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