Deixa-me
contar-te uma história...
Quando pensares em chorar, olha a tua volta e vê quem te rodeia,
só aí podes chorar. Nunca olhes para trás, mas sempre para a frente. Cada passo
que dás é como uma pequena volta ao mundo que dás numa noite de luar. Cada
lágrima salgada que deixas cair do teu rosto é como uma pequena gota do teu oceano
de lágrimas. Nunca podes dizer, eu não consigo, porque isso é para fracos e
fracos aqui só os sentimentos. Para mim o sentimento de amor é muito menos que
amor, é fogo que o coração liberta em plena luz da noite é a alegria que ele
desperta em glória de se mostrar. Queres mais? A verdade é um simples ato bem formulado
que pela sua força torna-se atrevido em conquistar os olhos das pessoas
mentirosas, que acabam por se tornar também num ato bem formulado. A saudade é
o sentimento mais frequente na nossa vasta estrada de memórias, se tenho
saudade? Sim tenho, mas a força da idade fez-me transforma-la em pura memória
de criança. Como rio? Rir não é um ato de felicidade, mas sim de vida, quem ri
tem o mundo a seus pés, mas quem não ri, tem os mares nas suas mãos. Se é impossível,
nada disso. O mar da história pode-se segurar com as mãos velhas e enrugadas,
enquanto o mar da vida, nem por isso. O mar da vida é uma livre metáfora que o
coração cria como forma de divertimento, enquanto o mar da história é um
simples verso que em conjunto com outros, tenta rimar a força inteira. Porque
escrevo? Porque assim virtude me permitiu. Passo horas, dias e anos
fechado num mundo em que a virtude funciona como um negócio mal pago e que
o íntimo funciona como um modo de corrupção a minha alma. Se ela estava morta?
Sim... A minha alma morre quando a virtude é comprada pela força da saudade,
mas como a minha alma está guardada numa caixa de histórias, podeis leva-la que
ela regressa sempre. Se sou feliz? Eu nunca sou feliz, porque são estas as palavras
que ninguém lê que me fazem feliz. São os versos de prosa e não de poesia que
me fazem ser feliz. A poesia para mim é um veneno que engrandece a minha alma
desafortunada pela fome de ler poesia. Se faço os textos felizes? Não... Eles fazem-se
felizes, mas como eu sou o intermediário para essa concretização, então eu sou
a fonte de eletricidade que os fazem felizes... Se quero continuar? Não... Quero
parar de escrever este e mais textos que tais. A virtude é comprada e as
pessoas não os conseguem ler. Por isso é que eu queria contar-te esta história...
A história dos corações atribulados pela ganancia em sobreviver e não fazer sobreviver
a virtude que caminhas nas nossas autoestradas interiores... Assim fala o íntimo...
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