segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Só na incerteza...

Sozinho. Está é uma palavra que contem duas letras uma vogal e uma consoante, ou uma consoante e uma vogal, mas que nem sempre é vista com bons olhos. Eu escrevo hoje, escrevi ontem e escreverei amanhã. A verdade é que nem sempre está escrita verdadeira e honesta nunca despertou os olhos a ninguém. São várias as vezes em que dou por mim num lugar longínquo onde a memória é o rei e a imaginação o trabalhador. Ambos vivem em harmonia, mas o que é certo é que num país como aquele também existe o preconceito. É verdade! Consigo ver um vasto e longo caminho, onde a minha direita e a minha esquerda encontram-se as palavras só e sozinhas, presas como se aquilo fosse uma jaula para animais. Eu por várias vezes me tento aproximar dela, mas ao longe surge a palavra cão que me quer morder, porque nenhuma palavra, para além das necessárias se pode aproximar daquelas. Sei que pode ser mentira, mas quantas são as vezes em que estamos com alguém, digo eu a minha triste alma. A resposta dela não pode ser mais objectiva que, nunca estamos juntos, mas sim sempre separados. A verdade é que o ano tem alguns, que ainda são muitos, dias e poucos meses e a vida é como um circo, por mais voltas que eu dê, volto sempre ao mesmo lugar. Não quero ser triste, comento isso com o meu íntimo, mas não consigo. A minha frente não vê nada, nem que use ou não use óculos, só vejo escuro a noite e branco de dia. As vezes nós próprios consegui-mos ser mais cegos que aqueles que por infelicidade sua não vêm. Estamos tristes, dizem os meus olhos depois de derramarem tanta água em forma de diamante, onde sempre que uma pinga caía era como se em baixo de mim existisse um lago de diamantes. E eu que digo. Eu sou uma espécie de transporte para estas emoções que rapidamente e tristemente fluem na minha cara, mas que ninguém tem a capacidade de ver. Agora e depois desta volta, vejo-me numa praia, onde os meus pés são banhados com agua do mar e o meu cabelo voa, como voa a pena do pequeno pássaro. Consigo descrever na areia pequenas lembranças que me surgem na cabeça, consigo desenhar no mar, sonhos que deveras pode realizar, mas há sempre o ponto comum em tudo isso, é que a palavra “sozinho”, ou através de letras ou através de desenhos aparece em tudo o que eu faço. Não quero ser directo, mas mais directo, só se fizer o mundo girar a minha volta, mas para isso já me basta a pequena bola que todos os dias vem atrás de mim. Vou sair de algum lugar para entrar noutro, porque o que a minha vontade quer é isso mesmo. Sair daqui e ir para outro lugar. Lugar esse que a dúvida persiste e a incerteza acerta, mas assim continuarei. A viver da duvida e da incerteza...

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