sábado, 26 de novembro de 2011

Se eu sou a caneta, então não sou nada...

Sou a caneta, que desenha a tua alma, que imperfeita vagueia a solidão. Sei que brotas uma cor mais escura, conforme a tua força, mas quero que saibas que aqui sou mais que tu, sou a fonte que rega o teu intimo...
Sou a caneta, que escreve o teu nome no meu mural. Sei de cor, o teu nome, que depressa transcrevo no meu mural que se encontra fechado a algumas chaves, devido a desconfiança...
Sou a caneta, que não sabe nada. A verdade é que depois de escrever tanto em tão poucas linhas, o conhecimento arrecadado e vendido não fora muito, porque será...
Sou a caneta que repetidas vezes tenta chamar-te a atenção. Penso que sejas algo mais forte que uma simples alma que saboreia a minha infelicidade e que depois ganha palavras para a escrever. Sei que muitas vezes, tu alma sentes, mas eu vejo e depois descrevo, sei que parece difícil, mas caneta, és árvore que nunca dará frutos. Nunca serás o riacho que dolorosamente quebra as suas memórias no seu leito triste e cansado. Sou mais que tudo, sou o caderno que é teu e a imaginação que é minha, sou a verdade. Sei que és forte como o mar, mas não há palavras que consigas descrever e que nunca me afectará. Nada aqui neste caderno, vira de uma fonte de água, mas sim de uma fonte de virtude...
Sou a caneta, perdido num estojo qualquer, guardado num lugar onde a luz e a verdade é um mito. O mito maior és tu caneta, que nem uma palavra consegues dizer sobre mim, alguém que está perdido e que te usa como forma de pretexto para alcançar a verdade, podes ser forte, mas não me vences...
Sou a caneta, que tenta vencer a solidão. Transborda por mim adentro uma cor escura que provem do teu interior. Essa cor é o preto da tristeza e o azul da solidão.
Sou a caneta, que firmemente perdida, desiste por não encontrar o seu rumo. Rumo esse perdido no fogo, que a chuva se apaga, rumo esse que não tem nem principio nem fim, mas sim e somente meio. Esse meio caneta, és tu... Tu és a caneta perdida num lugar conhecido, e que gloriosamente pensas que és mais que uma mera caneta, porque tu não és nada. És um horizonte sem cor, que no fundo de uma paisagem desapareces. Tenta ser pequena, e se assim fores, verás que serás algo, algo que nem com a força do amor irá ser algo…Se eu sou a caneta, então não sou nada...

1 comentário:

  1. Para mim, o valor da caneta depende de quem lho dá. Como tudo o resto.

    Bonito texto. :D

    Beijos.

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