No jardim da sua humilde casa, está desta vez o pobre velho sentado num velho rolo de madeira que fora cortado ainda quando ele era criança. É talvez esta a recordação mais visível que o pobre velho pode ter. Tudo acontece numa noite de inverno em que o frio era tanto que conseguiu congelar a água límpida do tanque onde a sua querida mãe lavava a roupa. Era noite de lua cheia, e na sua casa não havia senão grandes paus de madeira para por na sua lareira. Sem mais demoras o seu pai, já com alguma idade, levanta-se e vai atacar uma grande árvore aquelas horas da noite, para levar para a sua casa uns rolos que pudessem aquecer mais a cozinha, já que aqueles humildes paus de madeira mal aqueciam a cozinha. Eram as onze horas da noite, quando o pai pega numa serra e vai em busca de uma grande e velha árvore para que possa tirar dela uns rolos de madeira. As horas vão passando e o seu pai sem vir. Então quem vai em busca dele é o seu próprio filho. As lágrimas estão a correr na pobre cara do pobre velho ao lembrar-se do seu pai, que partiu e não deixou recado. O pobre velho volta a olhar para o velho tronco e relembra outra vez essa passagem de saudade. Eram as duas da manha, via a pobre criança num relógio de bolso que o seu tio lhe tinha oferecido na noite do seu aniversário. Os gritos eram grandes enquanto chamava o seu pai. De longe se podia ouvir os gritos desta pobre criança que desesperada procura o seu pai. De repente alguém toca a campainha e o pobre velho com as lágrimas a formarem um rio na sua cara acorda desta passagem de saudade. Era a sua adorada filha, que simplesmente viera ver se o seu pai estava bem. A filha não tardou a ir embora, e a eterna passagem não tardou a vir ao de cima na cabeça do pobre velho. De repente a pobre criança ouve um imenso barulho naquele matagal imenso. Eram já as quatro da manha, voltava ele a olhar para o relógio. Tinham sido horas a fio a procura do seu pai, mas até que ao virar uma grande árvore tombada ele conseguiu visualizar a cara do seu pai assustada e cansada. A corrida foi imensa até a proximidade do seu pai, os olhos já estavam totalmente fechados, os dedos estavam branco, como está a neve ao término da sua caída. A pobre criança já juntamente com o seu pai, pensara que aquilo fora a sua maior e grande aventura que teve ao longo da sua vida. O regresso a casa com um carro de rolos fora impressionante a brincadeira e a vivacidade com que ali se via a alegria era um factor vivo. A chegada a casa fora bastante tarde, aquela hora os rolos já não eram precisos, mas só a aventura que a pequena criança valeu de tudo. Cansados sentam-se na cozinha ao quentinho, onde a sua queria mãe serve-lhe a ele uma chávena de leite quente e ao seu pai uma chávena de café quente... Não demorou muito a que a pequena criança acorda-se e a que o pobre velho saísse daquela eterna saudade. Agora olha o pobre velho para a lareira onde outrora depois de uma aventura acabou por adormecer no colo do seu pai... Assim é mais uma história de um pobre velho, que livremente chora esta eterna saudade... Adeus pai...
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