Como não podia deixar de existir, desta vez, está o
pobre velho sentado, mas não num lugar propriamente dito. Ele desta vez está
sentado no seu belo e harmonioso jardim. Não existia nada naquela pequena
aldeia que fascina-se mais os seus olhos que o seu belo jardim. Cada flor fora
plantada com muito amor, porque alguém que longamente já teria partido. O
cheiro daquelas flores leva o pobre velho a recordar a ultima lágrima que pode
ver da sua bela mãe. Passava pouco mais do meio-dia, quando a sua bela mãe doente
chama por aquela pobre criança. A tristeza era tão grande que nem sequer a pobre
criança escapava ao derrame de uma lágrima. A saudade que dele provinha era
imensa que fez com que aquela lágrima caí-se directamente no rosto da sua mãe
doente. Já não era a primeira vez que ela estava doente, aquela doença era uma espécie
de mar, tão depressa vem, como tão depressa vai, mas pelos vistos desta vez
viera para ficar, pensava ele. De repente toca o telefone e o pobre velho
acorda daquela recordação. O rosto velho e triste estava como um campo alagado
em pleno inverno devido as cheias, contudo o pobre velho não ligou e continuou
a recordar. Quando a sua mãe estava assim, não havia ninguém que lhe pudesse
tocar pois, ela nessas alturas era como um pequeno bebé que acabara de nascer,
tão frágil que uma pequena queda podia nunca mais voltar a si. Cada minuto do relógio
era crucial para a melhora da mãe. A pobre criança com a sua inocência naquelas
alturas nunca saía da sua beira. Cada contacto que ela tinha com a mãe era uma
forma de ela se sentir mais viva. Mais uma vez o telefone volta a tocar, mas
desta vez o pobre velho nem os olhos abriu, estava tão bem a recordar a sua mãe
que nem um olho abriu. Assim continuou até largar horas, tal como a doença da
mãe continuou por largar horas. O relógio toca, mas a pobre criança nem se deu
a curiosidade de ir ver as horas, cada minuto em contacto com a sua mãe é
importante. O cansaço era tanto que obrigou a pobre criança a dormir agarrada a
sua bela mãe. O chilrear dos pássaros na manha seguinte acorda quer a mãe quer
o filho. Naquele momento o rosto da criança enche-se de alegria ao ver que
afinal a sua pobre mãe estava melhor e que no seu rosto já não corriam lágrimas
de tristeza, mas sim de felicidade. Agora já não importava o som do relógio,
mas sim a sua passagem. Cada momento que passava era importante para a
felicidade de ambos e é neste momento que pela força do destino o pobre velho
acorda. Na sua cara reinava um sorriso inexplicável, pensava ele, cada memória
da sua mãe fazia-lhe brilhar os olhos e agora o pobre velho diz, agora já
percebi a questão das lágrimas, umas são de tristeza e outras de felicidade,
mas todas provêm do mesmo lugar, do meu coração...
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