Toca a guitarra ao longe de uma rua sem fim. Eu quando era mais pequeno sempre sonhei com o que não existe, mas agora que não passo de um velho contador de histórias vejo aquilo que deveras queria ver. Em tempos remotos a verdade era criada por todos aqueles que com alguma força assim a fariam, hoje aos meus olhos vejo que esta verdade é meramente instruída, como é que isso é possível? A verdade é que este velho homem que conta esta velha história está simplesmente sentado num banco de um jardim a ver aquilo que nunca queria ver. Este velho vê a revolução que nunca desejava ver, vê a cara de infelicidade que não queria ver, vê toda a humanidade igual em ideias, vida e preconceito, porque será assim? Nem sempre este caminho que eu fiz foi verdadeiro, por ele surgiram vários cruzamentos que pela intercepção da vida fizeram-me mudar de rumo! Cada tecla de um telemóvel é como uma letra desta imensa marcha, vejo que num caminho que rodeia esta vida de velho, não existe a felicidade. Apesar da virtude da vida, este velho que no jardim permanece, nunca pensou em refazer algo que já fora feito, o olhar humano. Cada olhar humano é como uma forma de construir esta nova vida, que não passa de nova, mas sim de uma vida usada. Aquele velho que está no jardim, conta algo que lhe fora contado pelos seus botões, cada botão daquele velho representa uma vitória, cada botão caído representa uma derrota. Ele nunca ouviu música, mas sabe dizer o que é, ele nunca leu, mas sabe retratar um livro, ele nunca escrever, mas sabe fazer a palavra amor, ele nunca foi nada, mas agora é tudo. Basta ser um velho que longamente permanece naquele jardim a falar de coisas que nunca pensava vir a falar. Por vezes refere-se a sua vida usada a uma outra vida que realmente existiu, mas quem lhe dá o devido valor? Ninguém, porque não há uma pessoa no mundo digna de ouvir este pobre velho. Cada palavra que saí da boca daquele velho é como uma folha que caí de uma árvore e todos passam e todos a pisam. Nada ali é real talvez tenha sido a história daquele pobre velho, que fizera o mundo assim, mas deveras foi. A virtude com que aquele pobre velho contou a história só fez com que este mundo abrisse os olhos. E agora escreve o pobre velho "Quem pensa constrói um mundo melhor, mas quem não pensa é como uma velha árvore corrompida pela doença, não faz nada senão degradar-se em mil pedaços... Assim é o pensamento..." E assim termina a história do pobre velho...
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