Percorro
infinitamente um lugar onde me posso esconder! Vagueei pela praia, pela
montanha, e por mundo infinitos a procura de um lugar onde me pudesse esconder.
Era escuro e podia perder-me naquele infinito mundo e escuro e cheio de trevas,
mas mesmo assim procurava esse lugar. Cada brilho estrelado fazia perder o meu
olhar que louco mirava cada esquina nesse lugar. Eis que numa fraqueza
deitei-me e as minhas pernas perderam-se aquilo que eu julgava areia, mas
não... Simplesmente era a vontade de contemplar aquela bonita noite que raiava
a minha cara com os seus raios lunares. Tive a oportunidade de contar as
estrelas que acendiam aquele lugar e que numa fraqueza fininha perdiam essa
luz. Eram tantas que podiam iluminar o meu fraco coração naquele momento, que
podiam transformar o que há de negro em mim em simples e brilhante luz. Havia
momentos em que a minha cabeça era rodeada de sonhos que alguém havia perdido
naquele infinito lugar, uns eram belos outros eram tenebrosos. Aquele sítio era
uma espécie de lugar de consolação, nada ou ninguém me poderia tirar dali,
porque as minhas pernas eram como pedras, que já nascem penetradas na terra.
Queria mais sonhos para contemplar e mais força para olhar, mas nada disso
vinha a toa. Certa altura os meus olhos fecharam e não se conseguiam abrir, foi
aí que a minha alma começa a imaginar algo maravilhoso, a imagem não era nítida,
era desfocada, mas sentia um lindo vento a bater na minha cara e a trespassar
os meus grossos cabelos e algo tão fofo a bater nas minhas mãos. Parecia um
amplo lugar onde o escuro reinava o vento trabalhava e o fofo me ajudava. Era
belo. E eis que chegou o momento em que eu pode abrir os olhos e qual foi o meu
espanto que esse lugar amplo, belo harmonioso, não era mais nem menos que a
noite! Todo aquele tempo que eu caminhei e que senti o que senti era o poder da
noite a fazer-me sentir assim. Não tinha mais nada, senão a noite e o seu poder
e tudo o que eu poderia desejar estava lá. Então começo a desaparecer na noite
e ali fiquei, com a noite e nunca mais irei sair.
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