Construírem um alpendre e lá me resguardarei. Ficarei internamente lá, até que os meus pés criem raízes fortes para que eu não me possa mover. Sou como uma árvore que depois de vários anos sozinha cria novas raízes para que fique mais agarrada a terra. Não irei tentar fugir, mas sim, irei arranjar pretextos mais significativos para lá me manter. Quero escavar um buraco onde possa por as minhas melhores recordações e para que não me sinta só. Entretanto fico a vaguear no meu intimo desiludido pela esperança perdida e pela ignorância que me é prestada. Colocarei mas esperança a cada dia que passa, porque posso ser uma árvore agarrada a terra, mas sou mais que árvores, sou uma forma de vida. Sapateio o meu coração de modo a ter um lugar neste infinito de ignorância e de esperança, de modo a que possa ser ouvido. Criarei laços de amizade com estas minhas raízes enfiada no meu prado de agonia. Simples sentimentos que vagueiam o meu intimo destruído, e agora o pranto das minhas lágrimas, que congelaram de tanta espera. Pretendo amar tudo que de mim sair, cada pensamento, cada palavra, cada sentimento, mas acima de tudo, pretendo amar aquilo que tento fazer, captar a voz de alguém que tente deixar sair de dentro dela, para que essa voz penetre no meu coração. Pode parecer confuso, mas aquilo que escrevo aqui, por mais que parece pensamentos e virtudes inacabadas, cada frase é o reflexo do meu intimo destruído pela ignorância e desilusão assim prestada. Sempre que tento fazer e escrever, vem sempre algo por detrás de mim que me pegas nos braços e faz com que esta perda de esperança se torne na mágoa aconchegada ao meu coração, porque por mais que eu tente encontrar uma razão para este meros e escassos acontecimentos, não a encontro. E eis que por falta de força o meu alpendre cai e eu, fico sem o resguarde. Sem alpendre sou como uma flor sem agua, que acabará por secar e finalmente por se perder naquele prado onde os seus restos iram dar a minha arvores perdida. Assim é o reflexo do meu intimo desanimado! Sem alpendre não sou eu, mas sim uma peça perdida no meio de uma caixa vazia...
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