Escuro... Estas palavras são o ímpeto do meu entendimento. A fuga da verdade penetra dentro de algo. A verdade inspira corações e mata almas. Sem mais demoras cego só tu vês a verdade! Crias-te em nós uma única forma de ver. Tu escondes o teu olhar atrás de uma forma oculta que nos tapa a visão, tu com o teu olhar penetras dentro de nós, mas só tu vives e nós? Nós vamos tendo uma vida boémia cheia de sentimentos e de palavras incultas. Não procuras desvendar e tirar as vendas para descobrir a verdade! Tu és como uma espécie de pano escuro. Brilhas onde tens que brilhar mas no fundo... No fundo tu penetras as nossas almas corrompidas de invejas, e cremas em nós os nossos sentimentos. Será que tu és o verdadeiro sentimento? A mitologia verbal dá a ti um carácter verdadeiro, enquanto em nós a mitologia realista dá-nos um carácter falso. Tu poderias correr e vaguear o mundo sem a ajuda de ninguém, porque tu conheces o mundo como a palma das tuas mãos. Só és uma palavra mitológica, só és um poço de ouro, só és uma fonte de água viva. Quem de nós não vive na escuridão? Todos nós vivemos na escuridão... Ela é o fruto imaginário da glória de olhar. Ela é o veneno com quem alguém se matou, porque a escuridão é o pergaminho do nosso interior. Cada palavra, cada acto, cada gesto é como se celebrasse-mos um matrimónio. O cego descreve em nós uma verdadeira vida, que mais tarde irá brilhar no fundo do nosso ser. Ele desperta em nós a alegoria do íntimo que mais tarde formará em nós um verdadeiros cegos. Ser palavra ou não ser, é uma questão de etiqueta... Se olhar-mos com olhos de alma veremos que um cego vê mais que nós... Basta vermos os seus olhos e vemos que eles vão para além do que é real e do que é puramente verdadeiro. Palavra mestra que nos une a um mundo sensível e fácil de sentimentos... Sem está palavra seriamos a escuridão da mentira, o fracasso do ser, mas acima de tudo seriamos a verdade omitida na luz das nossas almas. Sem medo guardarei esta palavra dentro de mim! E levarei no meu pescoço. Se não a poder colocar ao pescoço, abramos em nós um buraco de modo a que sempre que necessitarmos de abrir os olhos, possamos recorrer a está mítica palavra e tela sempre connosco, porque ela cega-nos…
“Tomás”
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