Peguei num pequeno pedaço de papel e desejei algo. Desejei o impossível de ver e possível de sentir, mas depressa rasguei-o. Nada ali no papel fazia sentido! Está palavra que desesperadamente é usada mas não sentida. Será possível senti-la? Sim tudo é possível desde que o coração assim o desejo. Não procurava grande coisa, apenas quis desejar algo. Desejei que até a cabeça cansei, desejei que até o dedo partir, mas por mais papeis que eu escreve antes que alguém lhe desse uma vista de olhos, já estavam no lixo. Pensei que tudo fosse impossível, mas no meio deste impossível tenebroso, veio o possível que desastrosamente destrói tudo. Queria ter um tempo a sós só eu e o meu desejo, queria sentir o seu coração e vibrar com ele. A saudade daquilo que queria quebrou todas as expectativas desse desejo. Será que estou efémero? Não! Gloriosamente e sem temor voltei a escreve-lo, mas este desejo não era normal. Desta vez conseguia ver e sentir esse desejo, mas o seu carisma destruiu o meu entendimento, para o qual a força não podia suportar. Vagueei o mundo a procura do meu entendimento, mas só encontrei o meu desejo. Mas estava incompleto. Algo dentro de mim dizia, "sem o entendimento o desejo morre". Então larguei o meu desejo no rio, ele foi ao sabor da água, para quem com uma cana de pesca o quisesse apanhar. Continuei a procura. Gastei dinheiro, perdi felicidade, rompi os meus pés, mas nunca desisti. Desistir era demonstrar o meu fracasso para com o que é meu. Deixei-me cair no infinito, para lá procurar o meu entendimento, mas só encontrei os restos dos meus papéis, que juntos formulavam um ultimo desejo. Cada pedaço de papel tinha uma letra que pela sua força queria formar algo, e formava. O desejo que eu queria não era mais nem menos que encontrar o meu entendimento, porque eu não tinha deixado fugir o entendimento, mas sim o papel com esse desejo, porque já a muito que tinha perdido o entendimento e não quis abrir o coração e ver isso! Veio então a hora em que eu resgatei o entendimento e o voltei a colocar dentro de mim, mas com receio de o perder, fechei-o a sete chaves para eternamente e gloriosamente ficar e nunca mais sair. Sempre foi este o meu desejo, mas estava cego e não via isso! Agora vejo e sinto-o...
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