quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Cego...

Escuro... Estas palavras são o ímpeto do meu entendimento. A fuga da verdade penetra dentro de algo. A verdade inspira corações e mata almas. Sem mais demoras cego só tu vês a verdade! Crias-te em nós uma única forma de ver. Tu escondes o teu olhar atrás de uma forma oculta que nos tapa a visão, tu com o teu olhar penetras dentro de nós, mas só tu vives e nós? Nós vamos tendo uma vida boémia cheia de sentimentos e de palavras incultas. Não procuras desvendar e tirar as vendas para descobrir a verdade! Tu és como uma espécie de pano escuro. Brilhas onde tens que brilhar mas no fundo... No fundo tu penetras as nossas almas corrompidas de invejas, e cremas em nós os nossos sentimentos. Será que tu és o verdadeiro sentimento? A mitologia verbal dá a ti um carácter verdadeiro, enquanto em nós a mitologia realista dá-nos um carácter falso. Tu poderias correr e vaguear o mundo sem a ajuda de ninguém, porque tu conheces o mundo como a palma das tuas mãos. Só és uma palavra mitológica, só és um poço de ouro, só és uma fonte de água viva. Quem de nós não vive na escuridão? Todos nós vivemos na escuridão... Ela é o fruto imaginário da glória de olhar. Ela é o veneno com quem alguém se matou, porque a escuridão é o pergaminho do nosso interior. Cada palavra, cada acto, cada gesto é como se celebrasse-mos um matrimónio. O cego descreve em nós uma verdadeira vida, que mais tarde irá brilhar no fundo do nosso ser. Ele desperta em nós a alegoria do íntimo que mais tarde formará em nós um verdadeiros cegos. Ser palavra ou não ser, é uma questão de etiqueta... Se olhar-mos com olhos de alma veremos que um cego vê mais que nós... Basta vermos os seus olhos e vemos que eles vão para além do que é real e do que é puramente verdadeiro. Palavra mestra que nos une a um mundo sensível e fácil de sentimentos... Sem está palavra seriamos a escuridão da mentira, o fracasso do ser, mas acima de tudo seriamos a verdade omitida na luz das nossas almas. Sem medo guardarei esta palavra dentro de mim! E levarei no meu pescoço. Se não a poder colocar ao pescoço, abramos em nós um buraco de modo a que sempre que necessitarmos de abrir os olhos, possamos recorrer a está mítica palavra e tela sempre connosco, porque ela cega-nos…


                                                                                                                      “Tomás”

sábado, 24 de setembro de 2011

Amargura...

Fim. É assim que começo para descrever aquilo que sinto. Dentro de mim corre um rio, um longo e largo rio que transborda e transporta um sentimento feio. Esta amargura que sinto, perece que me destrói. Já não trabalho, já não sinto, apenas me revoluciono por dentro. Sinto-me uma manada de castanhas prestes a explodir dentro de mim. Ninguém me vê, ninguém me fala, mas acima de tudo ninguém me compreende. Sou como uma mapa, que pela sua complexidade ninguém se dá ao trabalho de o ver. Estou infeliz por me sentir assim... A minha escala arrebentou e ninguém a quis concertar. A vida pode ser assim... Mas isto não é vida, é amargura. Tristemente vou caminhando num lugar onde a meta foi rompida. No meu sol já não aparece um sorriso, mas uma cara triste. A minha cara é como um pedra, que sempre que alguém a vê, apenas se limitam a dar-lhe um pontapé e mais nada. Já não sou um poço de felicidade, agora sou um veneno de tristeza. Acabou. Cada gesto, cada palavra que eu fiz e larguei nunca foram vistos ou ouvidos. Todos são perfeitos e eu o imperfeito. Os tempos verbais sejam eles indicativos ou imperativos, ainda são mais ouvidos e escutados que eu próprio, eu sou a imperfeição em objecto, já que numa longa vida não passo de um mero objecto. Arde em mim uma tremenda revolta. Sempre tentei ser feliz, mas agora acabou. Acaba-se a incompreensão, acaba-se a manifestação, porque tudo tem um meio e um fim, mas eu já larguei o meio, pois agora estou no fim. Amargura é o que eu sinto. Tantas vezes pedi, e tantas vezes foi-me rejeitado, agora desisto. Vou ficar a toa na amargura e depois irei afundar, já só tenho meio corpo, porque a outra metade já se afogou.  Navego interiormente a procura de algo, que faça o meu motor trabalhar. Esta triste dor que me atormenta, desforra o meu coração e envenena a minha alma.  Fortemente navegarei na minha alma afogada em lágrimas perdidas de alguém que está no quarto da solidão. Porque eu desisti e o que me acompanhará será a amargura. Eu cheguei ao fim da corrida, contava chegar alegre, mas cheguei com a alma a chorar e com o fruto da amargura. Era um lindo jardim plantado onde só havia o fruto da felicidade, mas agora sou uma roseira onde o maior e dispendioso e amargurado fruto é o da tristeza e o da amargura. Posso repetir incessantemente esta palavra, por que era um rio dado a felicidade, agora sou um lago dado a amargura…

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Brilho...

Francamente triste, percorri um infinito lugar a procura de algo. Os meus olhos brilhavam intensamente, mas por dentro eu era o crepúsculo do meu entendimento. Levemente e suavemente foi arrancando o meu íntimo e roubar dele esse crepúsculo que me infernizava... Escavei momentos dentro de mim e fiz deles uma fonte de energia, para a minha força pessoal. Estava no limite e nada me fazia descer nem sequer um simples olhar de amor. Já não tinha força para continuar ali, o que me fazia mover desapareceu e o que me fazia descobrir imigrou. Com ele imigrou os meus escassos sentimentos que por meros segundo se manifestaram a alguém. Cada um foi numa pena de um pássaro e largado num lugar onde nada existe. Sempre que chorava, pensava o porque desse choro, sempre que estava sozinho, pensava o porquê dessa solidão. Podia ter chegado a uma simples conclusão, que pela sua complexidade ninguém iria entender. Podia ter chorado para o mundo e com a sorte alguém iria sentir as minhas lágrimas, mas fugi! Fugi em busca de uma luz que me fizesse brilhar e que alguém me pudesse entender. Mas não adiantou. Não tive para onde ir e fiquei perdido no mar da solidão. Fiquei retido no ombro da minha própria tristeza. Escrevi nomes e formas para conseguir sair dali, mas nada em concreto, fiz desenhos mas nada em concreto. Foi então que as notas do meu coração sobressaíram-se. Saíram de onde estavam, saíram de onde nunca entraram, saíram para me fazer brilhar. Era brilho intenso que pela sua complexidade ninguém o conseguia ver. Era visível aos meus olhos e ao meu ser, era visível para mim e só para mim. Afinal esse brilho sempre esteve, mas era necessário o meu coração abrir as suas portas para que, com um simples pontapé ele saísse. Não iria escrever mais nem desenhar mais, não iria cavar mais nem arrancar o meu íntimo. Com força ia lutar e com uma fraca ajuda do meu coração ia ganhar! Consegui talvez uma vitória que pouco ou nada valia... Consegui o brilho, porque ele nunca sai dali, as vezes sinto que mais vale abrir o coração para mim, do que abrir o coração para o mundo, porque as vezes o mundo ouve-mos, mas nós não nos ouvimos a nós. E esta foi a a minha vitória, consegui o brilho e nunca mais o deixarei fugir...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Medo...

Descrito no meu coração, está este devaneio sentimento. Esta decapitado a meio com o objectivo de me afectar! A sua sensação comigo é diferente do que qualquer outro mero sentimento. O meu coração quando o sente fica frio, acabando mesmo por bater com força de forma a arrebentar! Não há sentimento mais claro e negro que este. Posso descreve-lo com os olhos, com as mãos, com as palavras, mas posso descreve-lo mais com o coração. Ele penetra dentro de mim, como penetra o ar quando eu inspiro. Mete-se nas minhas entranhas e cozias de forma a não trabalharem mais. As vezes grito para ver se alguém ou algo me ouve, mas sem sucesso. As vezes penso que não passo de um mero projecto construído, porque não sinto, nem sou sentido, não vivo nem sou vivido, sou uma espécie de terra, não a sentem, nem a fazem viver. Vivo no íntimo destruído num entendimento corrompido sem vida própria, mas com um mero acompanhamento que fere a minha alma. Acordo com força para lutar contra mais um dia, na esperança que alguém acorde e veja aquilo que realmente tem que ver. Nunca me senti desta triste maneira, nem nunca mais me sentirei como já me senti. Eu sou os hieróglifos deste mero e descuidado sentimento, cada palavra difícil, para mim é uma meta perdida, cada frase complicada de se entender, para mim é uma guerra sufocada de tanta angústia. Vivo num muro de pedra que não cai, mas cresce. Eu tenho os olhos abertos, mas ao meu redor todos possuem os olhos fechados! A verdade deste sentimento está escondida por detrás do pano deste palco de teatro, cada acto, cada aparte, são sequelas da minha desarmada vida! Nunca dei disparos, mas já os recebi. O meu peito é feito de buracos desses disparos perdidos, numa noite de madrugada, o meu coração está furado, mas esta peça está a terminar. Só falta uma facada com o objectivo de morrer de forma digna, não morrerei carnalmente, mas sim sentimentalmente. Todas as noites construi um caminho no meu quarto em que cada curva é uma nota negra no meu caminho. Já não existe uma peça, agora só existe uma morte sentimental. Este sentimento destrui-me, e não tenho como me construir! Já não tenho montagem possível, por isso vivo no memorial do meu íntimo...

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Melancolia...

Melancolia perdida no meu do meu deserto. Notas navegando no meu interior. Será assim que eu me sinto realmente? Ou será apenas um sentimento mero e fútil que se agrega dentro de mim? A verdade é que esta melancolia é causada pela destruição de algo, que anexado a mim, eu perdi. Pode ser confuso e perturbador. Este som é só mais uma prova que eu sozinho, sou como um pobre gato perdido no meu da rua. Fortemente e fortemente, tentei virar este triste som, num outro que me faça feliz. Sinto-me envenenado e o meu próprio sangue está seco e sem vida, não consigo viver assim nem mais um segundo. Quero desistir e queimar este som. O som das minhas palavras que ofuscam os meu olhos e ouvidos já não é suficiente, cada nota e cada som, é só mais uma maneira de me cobrir como cobre o palio a quem debaixo vai. Sempre tentei manifestar as minhas palavras em meras músicas, mas este veneno, mata-me e fere o meu coração. O meu íntimo, é como uma maça pobre, sempre que uma nota lhe toca ele quebra-se. Esta melancolia mana o meu coração de ódio e solidão, não tenho como fugir. Sinto dentro de mim pedras a cair dentro e a rasgar-me, tornando-se mais difícil construir sonhos musicais. Tentei transformar-me a mim mesmo e adaptar-me a esta melancolia, mas as malditas e afiadas pedras, conseguiram romper-me e agora vivo numa escala musical sem fim. Irei percorrer um vasto caminho em que esta melancolia irá perder a sua força e vivacidade e irá dar lugar a uma nova música, que pela sua força vai atingir-me o coração. Por vezes sinto que este som é um pequeno ruído que o meu coração faz atormentando-me todos os dias. Sei que isto não é um sentimento, nem uma linda nota, sei sim que isto é algo que me destrói e me faz estar coberto de um som e de uma mancha negra. Sinto-me abandonado e só, porque esta melancolia não me fere a mim, mas também a pessoas que me rodeiam. Sou como um deserto ofuscante que mata tudo e todos que por ele passam, no deserto morremos a sede, eu morro com esta melancolia. Todos os dias vou morrendo porque este som afoga-me e as minhas entranhas rasgam-se pelas pedras que esta melancolia solta. Só tenho mais uma palavra, desisto e aquilo que vier ficará e o que acontecerá, deixarei nas mãos de um som enfermo...

domingo, 18 de setembro de 2011

Mágoas...

Entrelaçadas na minha alma, estão as minhas mágoas. Tristezas e fantasias, agora são meras mágoas. Gritei e destrui aquilo que ainda tinha. Consegui construir um caminho imaginário com as minhas mágoas. Senti tristeza dentro de mim. Quis desistir da vida pela perda da felicidade e construir um abrigo, onde eu pudesse falecer de tanta mágoa. Então comecei a escrever. Escrevi vezes sem conta, chegando mesmo a perder o número das vezes que escrevi. De repente a minha alma, sai de dentro de mim, o meu entendimento pessoal vai pelas lágrimas que afogavam o meu rosto, o meu carisma vai com o meu ar, que expirado para fora corre em direcção a uma árvore. Os meus sonhos belos, ficam nunca cassete guardada dentro do meu coração, e o vídeo com mágoas surge. Perdi os melhores sentimentos, dando lugar a sentimentos fúteis e irreversíveis. Cada mágoa é como uma árvore morta, é como uma flor sem vida a espera da sua hora e lugar para murchar. Cada imagem que passa nos meus olhos, fere o meu ser, que pela força da mágoa, começa a corroer-se de tanto acido de inveja. Estes frutos são azedos e tristes. O meu coração está negro e o brilho dos meus olhos foi com o meu sorriso, para outra cara e para outra pessoa. O meu lençol de água debaixo dos meus olhos secou, o meu coração parou e eu fiquei abandonado sem nada no meio de um deserto imaginário. Sempre que tento virar e sentir saudades, é como se me cortassem a fita do filme. De todas as vezes que surge uma recordação boa, uma caneta rebenta e escore-se essa recordação. Sempre que tento chorar, há uma esponja que seja o meu aquífero que está em mim. Sempre que o brilho e o sorriso desaparecidos, regressam, vem alguém e compra-os, sempre que as fantasias surgem, há sempre um pássaro a leva-las e sempre que a minha alma e o meu entendimento pessoal retornam, há sempre um rio a afoga-los. Não há como apagar esta mágoa dentro de mim. Mas eis que surge em cima de um castelo exterior uma pequena chama, que ateia um fogo especial. O amor. É essa a chama especial. Com um carisma e um entendimento autoritário e com uma alegria espantosa. Tento alcançar essa chama...E consigo. Sem mais demora coloco-a num alpendre dentro de mim e ateio o fogo para ele se alastrar e queimar todas as mágoas e tudo que é triste em mim. O rio fica seco. O pássaro morre, a tinta derrete, e o meu aquífero ferve e surgem as lágrimas. Está chama foi o inicio e o fim da era da magoa. Agora sou livre, vivendo na luz e desfrutando de tudo que essa chama me deu. Porque as magoas podem ser fortes, mas não há nada mais forte que o sentimento do amor... 

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Ilusão...

Criei emoções, sensação e frustrações. Corri num caminho que não tinha fim, mas isso não passava de uma mera ilusão. Com medo e em segredo, gritei e parei. Sentei-me em frente a uma árvore e lá fiquei. Fechei os olhos e vi uma flor que pelo seu entendimento, fazia tremer a minha alma. Então parei e sem tempo caiu em cima da minha cara uma pinga de água que era tão brilhante e azul que sem demoras transformou-se numa pedra, tão pequena e tão bela que nunca tinha visto nada parecido com aquilo. Então abri os olhos e vi que tudo era uma mera ilusão. Então levantei-me e pus-me a caminho. Foi então que parei em frente a um pequeno lago, que pelo seu carisma, fez-me chorar de emoção. Debrucei-me para ver como era e vi uma sereia. Tinha uma voz tão bela que me encantava não só os ouvidos como a minha alma. Mas num segundo momento senti um frenesim subindo os meus olhos e fez com que eu os abrisse, foi então que vi que era tudo mentira e se tornava de uma mera ilusão. Continuem o meu caminho a espera que encontrar algo que brilhe no meu interior e não seja uma ilusão. Parei e olhei em meu redor e vi um campo com uma vasta colecção de flores e pássaros, cada um trazia mas sua pequenas mas graciosas patas um sentimento. Cada um pintava o campo com as suas cores. É então que um pequeno pássaro, se penetra no meu peito e de repente e sem esperar os meus olhos crescem de alegria, o meu sorriso aumenta de felicidade e o meu interior explode de tanta harmonia, mas com receio abri os olhos. Reparei que nada daquilo tinha sido verdadeiro, mas sim uma mera ilusão. Descobri com algum trabalho de sentimento que eu próprio era a ilusão e que não passava de uma ilusão. Todos os sentimentos e toda aquela viagem era mentira, eu não passava de uma mentira e todas as emoções, frustrações e sensações era fruto deste grande sentimento que pairava em mim, sendo como uma pequena pétala sobre a minha cabeça. Com choro e medo, larguei-o e o que num momento era uma ilusão agora era pó. Era o pó de um sentimento fútil e recíproco, porque eu era algo e agora não sou nada porque estou no meio do nada e sem nada... Sou o fruto de uma ilusão perdida...

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Desabrochei...

Desabrochei as palavras, os sentimentos e o meu coração. Tive o trabalho de abrir a minha boca e largar as minhas palavras para que alguém as pudesse ouvir. Estou triste, falta-me a flor que desabrochei para dizer estas palavras, para que uma outra flor as pudesse ouvir. Revirei o mundo a procura dessa mesma flor, mas acaba sem encalhado num mar sem mim. O meu barco afogou-se a minha flor morreu. Quis dar estas palavras a alguém mas ninguém as quis ouvir. Guardei as melhores para que alguém mais especial as ouvisse lá do fundo do meu coração. Tentei ter outra flor e desabrocha-la, mas falta-me as sementes para a fazer nascer. Quis então procurar uma nova maneira de dar estas palavras, então gritei. Berrei infinitamente para que alguém me ouvisse. E eis que surge a hora em que alguém que ouviu. Alguém me ouviu com um grande sentimento, a felicidade. Era tão grande este belo sentimento que até duvidei, por isso guardei-me. Voltei a por estas palavras dentro da minha caixa, lá na barraca do meu intimo. Mas errei. Errei de tal forma que as minhas flores fecharam, e as minhas palavras desaparecerem, e fiquei nora sem saber por onde ir. Derramei lágrimas e fiz nascer o desgosto. Lutei, e perdi, voltei a lutar e voltei a perder. Agora tenho medo de construir novas palavras para que alguém as possa ler. O meu coração bate agressivamente que até fere a minha alma, sempre que divulgo algo. Ninguém me escuta e me lê. Escrever e sentir não é errado, mas sentir e fazer sentir é um pecado literário. Quero desabrochar as minhas palavras para alguém, mas foram tantas as criticas que só metaforicamente  consigo dizer o que sinto. Tenho várias palavras, que formam frases e que constituem textos. Esses textos foram o fruto das minhas flores belas. Vou desabrochar e procurar alguém me ouça, irei lutar contra este medo. Vou gritar para que alguém me escute. Vou escrever infinitamente para que alguém possa ler, mas acima de tudo irei ser forte e levar a cabo algo que eu quero. Todos os dias guardarei para mim, palavras que podem formar frases e textos para que mais tarde forme textos e fazer desabrochar corações e almas de muitas pessoas. Só tenho dois sentimentos, a felicidade e a tristeza. São várias as vezes em que a tristeza reina no meu intimo e eu tenho que tirar do meu sótão a felicidade e faze-la crescer. Vou desabrochar e fazer reinar a felicidade, porque eu sou forte e tenho palavras que são fortes e haverá alguém que com o seu coração vai senti-las...

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Desgosto...

Enfermidade perdida e com prazer. É assim que eu me alegro de ter feito desaparecer uma doença que me afrontava a alma. O desgosto, esta doença cravada na minha alma e no meu ser. Serei hipócrita ao ponto de trata-lo como um objecto? Deitar fora aquilo que me atormenta? Não seria hipócrita se o guarda-se para mim e me fizesse sofrer a mim mesmo. Lutei contra esta doença com todas as minhas forças, mas ela veio a nascente outra vez e sem mais demoras voltei a ver o negro vulto que me acompanhava. Para qualquer lado que eu vira-se a minha leve cabeça, só via um grande vulto! Custou-me a sentir esse vulto, porque depois de ter lutado com todas as minhas forças e ele sair vitorioso, é como se houvesse algo a arranhar-me a alma. Sentia uma impertinência constante dentro de mim, o meu interior chorava amargamente como se houvesse uma fonte de agua dentro de mim, Porquê? Caminhei dentro de mim e encontrei anomalias no meu sistema emocional, nada que não se pudesse reparar. Encontrei buracos aos quais eram escuros como noite de inverno, frios e arrepiantes como uma caverna, mas porque existiam este buracos? Porque tinham sido da minha última luta com o desgosto. Este sentimento duro que reside dentro de mim, provoca-me buracos de medo e insatisfação. Sinto vazio, este mero e desfeito sentimento, provoca em mim, um vazio, que pode atingir o meu universo interior e acabar definitivamente com a minha alma. Uma mera distracção provocada pelo desgosto, pode acabar com a minha vida! Tentei apaga-lo com uma simples borracha ou então devora-lo com o poder da minha alma, mas notava-se enfraquecido e doentio, este sentimento é um daqueles que tem mais carisma do que eu e por isso leva-me a destruir-me a mim próprio. É uma enfermidade constante que eu tenho que aguentar, mas com força irei traçar um caminho paralelo ao meu e por de lado este sentimento, tentarei guarda-lo numa caixa enormemente vazia e transporta-la para o mais infinito lugar que possa existir, porque eu não tenho forças para o destruir, mas para guarda-lo numa velha caixa, sim! Serei forte e ficarei na vanguarda deste triste sentimento.

domingo, 11 de setembro de 2011

Vagabundo...

Vagabundo percorre o mar. Vagabundo cheiro a natureza. Vagabundo procura algo que não existe e que me deixa desnorteado. Correrei pelos campos e pelas montanhas rochosas, porque é isso que um vagabundo faz. Vivo no dia e o dia vive em mim, somos o reflexo um do outro, é como se me olhasse ao espelho, onde está o vagabundo e o dia. Quis renascer depois de ter nascido, quis mudar, mas não consegui. Vivo vagueando pelas ruas e estradas do meu íntimo. Esta vida de vagabundo começa a corromper-me os meus sentimentos. Deitai sal, mas não resultou. Então decidi viver a vida como vagabundo. Vejo as luzes da cidade que remitentes vão iluminado o meu caminho como se estivessem a desenhar-me uma pequena estrada. Vagueio os caixotes do lixo a procura de algo que não existe, mas não desisto. Porque será a cidade um sitio de tristes pessoas não pessoas tristes? Porque o seu sentimento de tristeza reside onde não existe, e por isso se tornam vagabundos. Esse sentimento habita dentro do vagabundo. O seu coração é como se estivesse num mar de tristeza. O vagabundo tem, mas a tristeza procura. O vagabundo tenta ser feliz, a tristeza tenta conquistar o nosso coração. Quero viver, mas não ser vivido. Desesperadamente e estupidamente, continuo a acreditar em algo que não existe, esta mentalidade de vagabundo é uma traição. Sinto-me traído pela minha própria imaginação. Sou como uma pessoa que vagueia o jornal desfolhando coda folha suavemente a espera que surja do nada, uma boa notícia. Quero sair deste lugar e encontrar um caminho livre, quero fazer virar tudo o que está minha volta. Este vagabundo destrói-me o que sinto dentro de mim. Ele procura algo que com força e apesar da sua inexistência. Começo a romper-me de tanta tristeza e tanto medo. Decidi mudar, quero deixar este velho e triste vagabundo e procurar um outro que me faça voltar a nascer das cinzas. Irei voar com o vento e sentir esta liberdade, porque este velho vagabundo destruiu-me a felicidade, mas o vento, irá dar-me o amor. Por isso este novo vagabundo percorre o amar e cheira a natura, mas vive feliz, não procura algo inexistente, mas sim algo existente, o amor…

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Buraco da Solidão...

Reformulei, construi e aprendi de uma maneira mais estúpida o que era procurar algo no meio de um imenso infinito espaço. Fiz buracos e coloquei tijolos. Construí barreiras e criei lagos, pus de pé as arvores e plantei flores. Descobri dentro de mim uma imensidão de felicidade, a qual estava impedida de emergir devido a imensidão de tijolos que em mim construíam um muro. Podia ser o muro das lamentações, o muro do amor, mas era mais que isso. Era uma prisão em barro que nem as minhas pobres lágrimas podiam lá passar. Com força peguei num martelo e destruí o muro e com ele foram os cacos da minha felicidade. Com os pedaços do muro, foram também os pedaços do meu ser, pedi formas, amizades, mas acima de tudo perdi-me a mim. Quis regressar ao que era antes, mas não consegui-a. Procurei conquistar o meu coração, mas não consegui. Tudo aquilo era o reflexo ofusco do meu maior medo. A solidão. O romper do muro, fizera com que rompesse também que eu era. Já não havia cimento suficiente para voltar a erguer este muro e recuperar todos os seus pedaços. Estava com medo, porque este sentimento penetrou dentro de mim  e nunca mais me largou, criando assim uma ligação tenebrosa em mim e ele. O tempo ia passando e a minha força ia morrendo, as minhas entranhas sentimentais vinham a florescer dentro de mim. Já não sabia se sonhava, ou se ria, se gritava ou estava calado, se via ou fazia que via, só tinha uma certeza de que estava preso num buraco onde reinava a solidão, que tinha lágrimas congeladas dentro dos meu olhos, que as minhas mãos tremiam de medo e o meu corpo estava congelado de tanta solidão. Não desisti, o tempo pode ter passado, as lágrimas podem estar congeladas, o meu caminho pode-se ter desfeito, mas nunca perdi. Por isso voltei a reformular e a construir. Naveguei a fundo do buraco e foi pegando em cada pedaço e deles fiz uma escada. Construí novas memórias e dos pedaços encontrados construi uma caixa, que era tão forte que nem a maior cada a podia partir. Fiz cimento e colei-o dentro de mim, mas não foi de propósito, havia um objectivo que era prender as outras e pequenas recordações que estavam dentro de mim. Não foi este buraco que me fez tremer, mas sim aquele sentimento estúpido que me fez tremer, mas derrotei-o e construí um novo, a felicidade...

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Desejo...

Peguei num pequeno pedaço de papel e desejei algo. Desejei o impossível de ver e possível de sentir, mas depressa rasguei-o. Nada ali no papel fazia sentido! Está palavra que desesperadamente é usada mas não sentida. Será possível senti-la? Sim tudo é possível desde que o coração assim o desejo. Não procurava grande coisa, apenas quis desejar algo. Desejei que até a cabeça cansei, desejei que até o dedo partir, mas por mais papeis que eu escreve antes que alguém lhe desse uma vista de olhos, já estavam no lixo. Pensei que tudo fosse impossível, mas no meio deste impossível tenebroso, veio o possível que desastrosamente destrói tudo. Queria ter um tempo a sós só eu e o meu desejo, queria sentir o seu coração e vibrar com ele. A saudade daquilo que queria quebrou todas as expectativas desse desejo. Será que estou efémero? Não! Gloriosamente e sem temor voltei a escreve-lo, mas este desejo não era normal. Desta vez conseguia ver e sentir esse desejo, mas o seu carisma destruiu o meu entendimento, para o qual a força não podia suportar. Vagueei o mundo a procura do meu entendimento, mas só encontrei o meu desejo. Mas estava incompleto. Algo dentro de mim dizia, "sem o entendimento o desejo morre". Então larguei o meu desejo no rio, ele foi ao sabor da água, para quem com uma cana de pesca o quisesse apanhar. Continuei a procura. Gastei dinheiro, perdi felicidade, rompi os meus pés, mas nunca desisti. Desistir era demonstrar o meu fracasso para com o que é meu. Deixei-me cair no infinito, para lá procurar o meu entendimento, mas só encontrei os restos dos meus papéis, que juntos formulavam um ultimo desejo. Cada pedaço de papel tinha uma letra que pela sua força queria formar algo, e formava. O desejo que eu queria não era mais nem menos que encontrar o meu entendimento, porque eu não tinha deixado fugir o entendimento, mas sim o papel com esse desejo, porque já a muito que tinha perdido o entendimento e não quis abrir o coração e ver isso! Veio então a hora em que eu resgatei o entendimento e o voltei a colocar dentro de mim, mas com receio de o perder, fechei-o a sete chaves para eternamente e gloriosamente ficar e nunca mais sair. Sempre foi este o meu desejo, mas estava cego e não via isso! Agora vejo e sinto-o...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Peça...


Escavei buracos no meu ser e no meu infinito íntimo, perdido na fonte do meu entendimento. De lá só encontrei algo que eu tinha perdido já a muitos anos e ao reavê-lo fiquei triste. Retirei desse meu buraco uma peça que me magoava. Não era uma peça qualquer. Podia ser um drama ou então uma simples comédia, mas não, isto era uma peça triste que pelo seu carisma potente, não deixava que outro tipo de sentimento ali penetrasse. Sem mais demoras, parei. Quis acabar com aquela triste que afogava os actores, mas não consegui! Deparei-me que o meu carisma era muito mais fraco que o da tristeza e então não a consegui vencer! Não desiste. Quis formar um aparte, para conseguir apagar aquela tristeza mas a forma como que eu a queria parar, era tão fraca que os argumentos que eu poderia usar não lhe afectavam, mas sim davam-lhe força. Surgiu então o momento em que eu desisti. Quase que me fartei daquele cruel sentimento e daquele peça! Tentei através da minha força determinativa coloca-la no seu lugar, mas não consegui, era como se o meu coração se tivesse afogado em tamanha peça! Mas não... Esta era a peça que eu tinha que vencer e por mais que possam surgir forças determinativas dessa peça eu acabarei com ele! Em contraposto usei a alegria, e com alguma força sentimental e com muitos apartes acabei por derrotar aquilo que atormentava cada actor naquele lugar! Por fim, voltei a por esse peça no seu devido lugar e o que era dantes uma palco com actores, era agora um lugar sinistro, onde já não existia a tristeza, mas sim a alegria. Não se pode vencer a tristeza, mas pode-se colocar uma barreira protectora, e assim abrandar por um pouco tudo aquele sentimento. O que era triste, agora é alegre e depois? Terei que escavar mais buracos para assim por término, ou então por uma barreira a este tipo de sentimentos, porque uma vez terminados ou guardados em forros no nosso entendimento, já mais essas peças voltaram, porque o que interessa é acabar com elas e depois ser feliz...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Noite...



Percorro infinitamente um lugar onde me posso esconder! Vagueei pela praia, pela montanha, e por mundo infinitos a procura de um lugar onde me pudesse esconder. Era escuro e podia perder-me naquele infinito mundo e escuro e cheio de trevas, mas mesmo assim procurava esse lugar. Cada brilho estrelado fazia perder o meu olhar que louco mirava cada esquina nesse lugar. Eis que numa fraqueza deitei-me e as minhas pernas perderam-se aquilo que eu julgava areia, mas não... Simplesmente era a vontade de contemplar aquela bonita noite que raiava a minha cara com os seus raios lunares. Tive a oportunidade de contar as estrelas que acendiam aquele lugar e que numa fraqueza fininha perdiam essa luz. Eram tantas que podiam iluminar o meu fraco coração naquele momento, que podiam transformar o que há de negro em mim em simples e brilhante luz. Havia momentos em que a minha cabeça era rodeada de sonhos que alguém havia perdido naquele infinito lugar, uns eram belos outros eram tenebrosos. Aquele sítio era uma espécie de lugar de consolação, nada ou ninguém me poderia tirar dali, porque as minhas pernas eram como pedras, que já nascem penetradas na terra. Queria mais sonhos para contemplar e mais força para olhar, mas nada disso vinha a toa. Certa altura os meus olhos fecharam e não se conseguiam abrir, foi aí que a minha alma começa a imaginar algo maravilhoso, a imagem não era nítida, era desfocada, mas sentia um lindo vento a bater na minha cara e a trespassar os meus grossos cabelos e algo tão fofo a bater nas minhas mãos. Parecia um amplo lugar onde o escuro reinava o vento trabalhava e o fofo me ajudava. Era belo. E eis que chegou o momento em que eu pode abrir os olhos e qual foi o meu espanto que esse lugar amplo, belo harmonioso, não era mais nem menos que a noite! Todo aquele tempo que eu caminhei e que senti o que senti era o poder da noite a fazer-me sentir assim. Não tinha mais nada, senão a noite e o seu poder e tudo o que eu poderia desejar estava lá. Então começo a desaparecer na noite e ali fiquei, com a noite e nunca mais irei sair.