domingo, 9 de setembro de 2012

Conquista...



Não foi a essência de um olhar naquela noite, não foi a pinga de suor que caiu do rosto daquela e de outra pessoa, foi somente a vontade de conquistar terras nossas ocupadas por outras pessoas que não têm o carisma de ser português. Lutaremos contra a espada e venceremos contra a morte. Não passa de palavras que os inimigos dizem que os outros transferem com raiva e sem amor. Lutamos com vontade para termos o que era nosso, que já vinha das gerações anteriores, conquistamos o Algarve, porque aquela terra e aquela areia era nossa por amor. Mas porque é que agora perdemos o sorriso e deixamos as terras? A virtude do olhar daquela conquista é igual ao choro da vontade de conquistar o que hoje o povo moribundo deixa escapar. Já não existem mais odes, nem mais pessoas, que as escrevam, agora existem sim, pessoas que dizem as odes, com sentimentos próprios sem o verdadeiro amor a felicidade. Hoje, e não ontem ou no passado, as pessoas divertem-se a conquistar o que já foi conquistado sem deixar a sua marca, porque afinal aquilo que era do outro é nosso por mal direito.
Antigamente passavam vales e montanhas, com a força de conquistar mais valor dentro da sociedade, hoje, pisamos pessoas e magoa-mos outras pessoas, só por puro egoísmo. Agora eu pergunto, sobre a forma de dúvida, será esta a verdadeira conquista? No passado a conquista era saboreada com esperança e com amor, hoje é saboreada com dinheiro e mais dinheiro, que nunca foi nosso por direito. Hoje temos pessoas com mãos de ouro, e outras com mais de ferro, que nem ferro é! É só mais um cartão que se emita de ferro para ninguém. Agora não existem linhas para escrever o nome do rei que ajudou na conquista, agora existe buracos que um ou outro deixou ficar, agora, existe lágrimas de tristeza, mas antes exista lágrimas de vitória, porque a vitória era a forma de as pessoas se alegrarem, hoje já não existem carros de bois, existem pessoas que se encarregam de puxar os carros com os seus pertences pelas encostas da saudade, porque não somos nos os ocupantes, mas sim as nossas tristezas que ocupam aqueles carros, que no nosso suar nasceram, e que no nosso suor andam. E porque é que nós, povo que gloriosamente se apelidava de conquistador se deixou afundar no mar, que nasceu nosso, por direito, mas que é dos outros, por não direito? A virtude é egoísta assim como a forma de conseguir a virtude. Já não basta dizer, "eu tenho", mas sim "quero ter", porque muitos dizem, "eu tenho", mas  muitos mais dizem, "eu quero ter, mas nunca poderei ter". Que foi feito daquelas odes que residiam dentro de caixas fortes protegidas dos ladrões? Que foi feito daquela vontade protegida numa palavra que mal saía da boca sem parar? Nada se fez. Deixou-se ficar pela passiva, onde cada um vive o que tem que viver e conquista o que quer para ele, porque agora, está ode só interessa aquém tem um coração verdadeiro, e só esses é que conseguiram ler verdadeiramente o que quer dizer esta ode. Não se trata de um mero texto, mas sim de uma forma verdadeira de escrever a essência que nos foi tirada pela vontade dos outros. Andar pelos passeios é desconfiar da saudade, e andar pela estrada é desafiar o perigo. Hoje, já não existe um sonho! Assim como também não existe a vontade de sonhar, da mesma maneira que existem bilhetes perdidos nas caixas dos nossos desejos, porque, hoje, já não há quem sonhe, mas sim quem pensa que sonha.
Vivemos num campo onde a terra já foi mais que lavrada, agora é derrubada, pelos muros das tristezas que nelas assombram. Não se trata de um simples choro de tristeza, trata-se de uma falta de olhar para os outros, trata-se de uma falta de amar os outros, porque no passado, havia choro, pouca comida, poucos sonhos, mas havia a esperança, agora não há comida para os pobres, não há sonhos, nem há esperança, e aqueles que ainda têm esperança, são o futuro do nosso acordar amanhã, porque ao olhar para os seus olhos, vemos a vontade de conquistar algo que é nosso por direito, e mesmo que a estrada está a pique, eles lutaram para guardar o que é nosso, porque podem ser nossos os campos, as montanhas, e tudo o que existe na nossa terra, mas há algo que ninguém nos vai tirar é a esperança daqueles em que os olhos brotam essa força...Assim falou a ode da alma, na vontade da conquista...

sábado, 1 de setembro de 2012

Sentimento da Lua


Eu vivi da virtude da falta de amor, eu vivi da virtude da falta de carinho, mas morri da ternura que o meu “eu” me deu naquela noite de lua cheia, em que o seu interior era mais azul que o brilhar de alguns dos olhos mais harmoniosos deste e de outro lugar. Já não existem títulos, nem palavras que eu, este escravo das palavras, possa dar, aos seus amados textos. Naquela lua cheia encontram-se desejos numa concretizados, e palavras nunca ditas de forma a não amar mais do que o amor. A lua pergunta se a virtude é o significado do meu olhar, mas o meu olhar responde a virtude que a minha falta de amor, não se deve do olhar, mas sim da verdadeira paixão que nunca se inclinou para o meu coração como a própria lua. Se eu fosse amar a lua, diria que ela é a mais e maior, dedicatória de amor. O seu brilho chega ao meu coração, assim como a minha alma, chega ao coração do pequeno ser, que com os seus olhos lê semelhante carta de amor. Deitado debaixo da árvore, eu escrevo, sobre as teclas da minha máquina o que eu sinto pela lua, sem mais dicotomias, e sem mais desculpa, eu dedico-lhe a maior carta de amor, que o meu amor pode dar. Não amo ninguém somente a lua, que na noite de amor se ergueu para dar vida ao meu amor. E quem será este meu amor? É só mais uma palavra que a minha boca deixa fugir? Refugiei-me na vontade da árvore de me unir ao amor que a lua sentia por mim, mas nem assim, as dicotomias da verdade me deixaram em paz. Agora escuto o sussurrar da lua no meu coração, porque para ouvir o sussurrar da lua nos ouvidos, é para terminar com o sentimento de amor que sinto pela bela melodia da noite. Já não existem preceitos que me impeçam de amar a lua como ela me pode amar, porque afinal o amor nunca escolhe quem, se é um pequeno ser, no caso deste escravo, ou num grande ser no caso da lua. E agora termino a minha carta de amor a lua? Ou simplesmente vivo esta carta? Serão estas as palavras que eu guardarei na minha boca para dar vida a lua que na saudade de amar, outrora perdeu alguém, mas agora, com a vida de amar alguém ganhou o brilho para fazer-me brilhar a mim, nesta noite que a vida me encheu de verdadeiro sentimento…