Existem ruas na minha cara que nem o entendimento consegue percorrer, contudo no término da minha cara encontra-se a lágrima do meu olhar, que pela saudade tem um rosto triste e fraco, que nem a alma a consegue definir como um verdadeiro sorriso. O seu rosto é tão triste e delicado que somente o voo com o meu olhar a pode animar. Rodeou a minha cara em forma de pelo, fez-me cocegas que nem o meu sentimento de amor conseguiu resistir. Olhou-me com o seu olhar de conquistadora, mas nada fez. Era uma lágrima bem formada e bem composta, que nem o sol a raiar na minha cara a podia fazer evaporar, mas existia um entrave. Os caminhos nunca se cruzavam porque ela era uma lágrima e eu era uma pessoa que nem a saudade do amor possuía, porque sou especial. Um dia tive a pretensão de agarra-la e beija-la, mas o medo bloqueou as minhas pernas, como se fossem blocos de cimento que numa tarde de verão tinham sido devorados pela claridade do sol. Olhei e troquei olhares com ela, mas ela nada fez. Então derramei outra lágrima numa tentativa de conquistar o coração da outra, mas em vão. A tristeza surgiu nas estradas da minha cara, quando vi que a lágrima que o meu rosto detinha, se havia apaixonado pela outra que as estradas guardavam. Agora busco a liberdade, gostava de amar aquela lágrima e que aquela lágrima me amasse, mas não acredito no amor como forma de sentimento, mas sim como forma de tristeza! Agora vivo na ilusão daquele rosto que não passa do meu rosto, agora vivo na virtude de uma lágrima deixada e de uma forma de pinga, que suavemente cai pelo meu rosto, contudo, como posso captar a sua atenção? Basta um olhar morto, para a saudade de uma voz surguir na minha cabeça, mas o som da praia é o entrave para que este rosto que a lágrima tem, não passe de um rosto que lida diariamente com outro rosto, embora nunca possa realizar a vontade de ser e estar com esse rosto que é uma lágrima que rejeita outra. Porque na vida daquela lágrima existe uma lágrima que tem pretensões físicas diferentes das minhas, mas a outra que os meus olhos admiram têm pretensões físicas idênticas as minhas, mas essa outra lágrima com um rosto bem formado e bem composto, tem outra que saiu do meu olhar... Por fim estas três lágrimas derivam de diferentes olhares, em que dois vivem felizes e um vive na esperança de que alguma vez se possam cruzar caminhos num lugar familiar para as duas. Assim fala o íntimo na vanguarda de tentar definir a saudade de ser amado e de nunca amar...
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