sábado, 26 de maio de 2012

Lágrima Salgada...


Pela virtude do medo descobri que as minhas lágrimas são salgadas. Chorei fortemente e o meu coração morrer de desespero afim de não haver a alma que me amasse plenamente. Escrevo agora estas palavras que se tornam meros atos selvagens que das minhas mãos que saem na vontade de penetrar em alguém, mas sinto a cara seca. Ela está seca pela sua lágrima salgada que suavemente escorrega desta fronte pobre e sem vida. Existem escadas que me levam a caminhar mais que alguma vez a minha virtude possa ter escalado, mas vem outra vez a lágrima. De repente caio e não me consigo levantar, porque será? Sinto as pernas bloqueadas de medo e de tristeza. Já não ouço as músicas pelo seu carisma, mas sim pelas suas letras, que me fazem sentir mais triste que esta alma possa ser. Agora encontro-me no mar da minha fronte. Ela é tão salgada que nem o meu olhar terno e triste consegue suportar. Os olhos fecham-se e a lágrima cai, como se fosse uma simples gota de água, que o meu corpo larga. Forma na minha cara um caminho infinito que se prolonga pelas minhas rugas que a força da vida as fez. Não segue uma linha reta, mas faz divergências nesse seu caminho, de modo a ser mais do que uma simples lágrima salgada. Já sinto o mar a bater nas minhas costas, mas de forma terna e carinhosa e a lágrima com medo escorrega mais depressa. O caminho que ela fez, já não é mais um simples caminho, mas um pequeno fio de água salgada que esta pinta transporta. Sem mais demoras, ela cai do meu busto e com ela cai a minha tristeza. Já não sinto a boca meramente seca, mas sim, livre. Aquela que era a lágrima salgada deixa de ser a pinga salgada que percorre o meu rosto e passa a ser a forma de me livrar daquela tristeza que a alma transmite. Já não quero olhar para trás e por isso deixo agressivamente de escrever estas palavras que a alma me traduz, como se fosse o vento que traduz as músicas do sol, em pleno verão. Deixa de haver lágrima salgada e caminho triste... Assim fala a alma depois de ter chorado internamente pela falta de carinho pelos demais... Vivo assim e quero morrer assim...

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