Pela
virtude do medo descobri que as minhas lágrimas são salgadas. Chorei fortemente
e o meu coração morrer de desespero afim de não haver a alma que me amasse
plenamente. Escrevo agora estas palavras que se tornam meros atos selvagens que
das minhas mãos que saem na vontade de penetrar em alguém, mas sinto a cara
seca. Ela está seca pela sua lágrima salgada que suavemente escorrega desta
fronte pobre e sem vida. Existem escadas que me levam a caminhar mais que alguma
vez a minha virtude possa ter escalado, mas vem outra vez a lágrima. De repente
caio e não me consigo levantar, porque será? Sinto as pernas bloqueadas de medo
e de tristeza. Já não ouço as músicas pelo seu carisma, mas sim pelas suas
letras, que me fazem sentir mais triste que esta alma possa ser. Agora
encontro-me no mar da minha fronte. Ela é tão salgada que nem o meu olhar terno
e triste consegue suportar. Os olhos fecham-se e a lágrima cai, como se fosse
uma simples gota de água, que o meu corpo larga. Forma na minha cara um caminho
infinito que se prolonga pelas minhas rugas que a força da vida as fez. Não
segue uma linha reta, mas faz divergências nesse seu caminho, de modo a ser
mais do que uma simples lágrima salgada. Já sinto o mar a bater nas minhas
costas, mas de forma terna e carinhosa e a lágrima com medo escorrega mais
depressa. O caminho que ela fez, já não é mais um simples caminho, mas um
pequeno fio de água salgada que esta pinta transporta. Sem mais demoras, ela
cai do meu busto e com ela cai a minha tristeza. Já não sinto a boca meramente
seca, mas sim, livre. Aquela que era a lágrima salgada deixa de ser a pinga
salgada que percorre o meu rosto e passa a ser a forma de me livrar daquela
tristeza que a alma transmite. Já não quero olhar para trás e por isso deixo
agressivamente de escrever estas palavras que a alma me traduz, como se fosse o
vento que traduz as músicas do sol, em pleno verão. Deixa de haver lágrima
salgada e caminho triste... Assim fala a alma depois de ter chorado
internamente pela falta de carinho pelos demais... Vivo assim e quero morrer
assim...
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixa os teus comentários, para eu os ler e responder...