Conduzo o carro que a virtude criou. Percorro estradas que o coração nunca sentiu, mas afinal o que quero eu. Escuto uma música que o coração a elegeu como verdadeira, não pela música, mas sim pela mensagem. Estou dentro, mas sinto que estou fora. Na minha vida não há lugar para mim, por isso é que me sinto vazio, o amor é uma palavra traiçoeira que a vida escreveu em mim, a saudade é a palavra predileta que a mãe escreveu numa longa noite em que os olhos da minha alma, não se fecharam. A minha alma é como uma montanha, quanto mais sobe, maior será a queda por ela dada. E o coração? Acredito que muitas vezes ele nem sequer existe dentro de mim, porque outrora alguém o roubou e não mo devolveu. Agora o íntimo grita pela morte da sua vocação de chamar palavras que o coração odeia. Eu sou odiado e mal tratado pelo próprio condutor de emoções. As lagrimas são a chuva que a alma criou após a sua morte insignificante, mas a minha vida é como um livro, tão depressa está aberta como fechada, mas porquê? A verdade nunca se inventa, mas cria-se, ao contrário da mentira que é inventada e não criada. Se olho para trás vejo coisas que a chuva da minha alma fez e criou, mas se olho para a frente vejo que serei como um papel que quando não for preciso sou amarrotado e deitado ao lixo. Crio as palavras como forma de olhar para o longe sem saber e sem ter medo de o aceitar, será mesmo isso que quero? Ou será uma tentativa de fuga para aquilo que estou destinado a ser? Não foi eu que elaborei a minha vida, mas sim a minha vida é que me elaborou. Será que foi intencional? Ou tensional? Nunca saberei a resposta porque outra alma que não a minha, nunca teve a oportunidade de me deliciar com essa resposta. Para quê tantas palavras e formas, que elas possam criar, afinal quem escreve será o mesmo daquele que não escreve, mas vales esquecer que sou e tornar-me outra pessoa, trair corações que me traíram e apagar coisas inventadas de forma a deliberar aquilo que descrevi. Agora o carro e eu? Fico aqui ou desando daqui como se fosse uma pequena semente que aqui voa? É certo que eu nem sei quem sou, é verdade que as mentiras são o veneno que a madrugada criou, mas o melhor será inventar uma nova história e apagar a outra, que nem a alma e o íntimo a amam... E para terminar, quem sou eu, esse que vive de algumas palavras que nem a verdade as ama? Assim morre a eterna saudade da alma, num desalento descontente...
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