Quero dizer a verdade, mas a saudade não me
deixa. Quero escreve-la, mas a vontade não me ajuda. Contudo se fizer a mentira
crescer serei mais que uma pessoa, serei a voz que a alma deita para fora como
forma de chamar a atenção após o desgaste da verdade. Olho sério para a montra
que se avista, mas com medo escondo a minha cara de forma a ninguém a ver. Se
ouço o tic tac, não consigo ver a saudade a despertar dentro dos meus olhos,
mas se choro, serei mais uma lagrima a cair de uma rabina abaixo, numa atitude
derrotista. Agora toco o som que a melodia deixou de tocar com medo de a voz
não corresponder aquele que será mais que um som, será a vontade de cantar. Não
consigo nem oportunidade surgiu de cantar a saudade e de recitar a vontade que
a verdade tem. Agora tais palavras misturam-se com sons que nem o meu ouvido
consegue decifrar. Ouço o telefone a tocar, mas não tenho vontade de atender e
dizer algumas e fortes palavras. Sinto que cada vez mais a saudade
transforma-se num ato em que eu não passo de um tapa buracos, onde cada um vê o
seu lado, mas nunca deixa de ver o lado dos outros. Achas mentira, voz? Então
estás errada! Sempre erraste em falar e em dizer algo que não palavras, sempre
omitiram aquilo que o teu coração nunca sentiu. E agora? Vais correr e dizer ao
coração que eu minto? Posso mentir, mas tenho a consciência que essa foi mais
uma das mentiras que tu largas-te mas sem sentir porque sempre que tu dizes
algo, ou omites, ou inventas. Sabes uma coisa? Desiste, assim como eu desisti
de lutar por algo que ninguém acredita. Desiste de seres perfeito porque não
passas de um ser imperfeito, que nem o tempo verbal assim te ajuda. Sei que
sentes o som do mar a tocar-te na cara como forma de vitória, mas estas muito
errada, porque não se sente, mas sim faz-se sentir. Tu nunca podes sentir, mas
sim fazer sentir, porque se tu és eu e eu sou tu, eu não sinto, mas tento fazer
sentir, porque sou como o sol, faz sentir calor, mas não sente... E depois de
isto tudo que pretendes fazer, tu que escreves num ato de seres mais que um
mero figurante e passares a ser uma estrela principal numa novela em que se
intitula por " Não sinto, mas fazer sentir!"... Agora termino porque
a dor é forte e não tendo a chamar mais a atenção... Por isso adeus e morro na
certeza de alguém alguma vez me tenha ouvido... Assim fala alguém coberto de
uma camada de tristeza...
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