Procurei um lugar onde pudesse esconder uma coisa preciosa, mas não encontrei. Então caí, caí num lugar onde me feriu, feriu de tal modo que o meu coração abriu. Perdi tudo o que lá guardava, perdi a minha carta, perdi o meu baú, perdi tudo. O que por uns momentos era um coração com bom aspecto, tornou-se a partir dali um coração espinhoso. Não sei como devo fazer para o curar, não sei como posso recuperar o que perdi. Guardava-o no meu mais intimo interior, mas perdi-o, como posso recupera-lo e livra-lo daqueles espinho? Não sei, sei que ele caiu num lugar espinhoso, num lugar onde contaminou o meu coração. Quero-o de volta para mim, quero-o só para mim e para mais ninguém... Gostava de ter de volta o meu coração para que pudesse viver com sentido. Desde a queda ele tornou-se vazio sem sentimentos, sem amor, sem vida, só um coração espinhoso. Os meus sonhos já não correm naquelas auto-estradas, mas sim correm espinhos... Em redor do meu coração só sinto picadelas a pirarem o meu coração. Quero-o reparar com uma chave de fendas, com uma chave de apertar brocas, com qualquer coisa, mas quero-o arranjar. Sem ele não consigo viver e o que eram auto-estradas de amor, agora são esgoto de infelicidade. Procurei uma tomada onde pudesse ligar algo para o consertar, mas não encontrei, então decidi por fim aquilo que me estava a magoar tanto, os espinhos. Peguei mas minhas próprias mãos, corrompidas de tanta dor e desespero e arranquei sem dó nem piedade aquilo que cobria o meu coração, mas eis que morro. Morri de dores e de falta de amor, quis resistir mas não consegui, porque o que me prendia soltou-se e o que me segurava saiu. Desaguou com o sangue derramado, perdido no mar de sangue que afinal não saiu do meu coração. Essa peça que eu perdi era aquilo que me fazia viver mas perdia e com ela foi o meu sangue, mas não um qualquer, foi o sangue dos sentimentos o sangue que chorava e que ria, e com ele foi as minhas emoções estou nu, sem vida, sem emoções, porque tinha uma coração espinhoso depois de cair, volta para mim quero-te como eras, porque és o meu coração e eu amava-te...volta...não caias nesse mar de sangue espinhoso....
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