Será hipocrisia ou meramente um
sentimento. As horas foram um factor de sofrimento e com elas vinham as lágrimas
que na alegria de saírem dos meus olhos, sentiram-se mais feliz que uma mera e
adorada pétala de rosa. Existia um jardim que fora plantado ao longo de um
caminho que foi longo, mas no seu sentimento foi curto. Já a noite crescia
quando o puro som do amor começa a romper e já as estrelas brilhavam quando o
som da tua voz passou nas auto-estradas da minha cabeça. Porque encostei a
cabeça e adormeci a pensar em ti? Seria a minha consciência a dizer que seria o
teu último adeus? A noite continuou e eu a dormir fiquei. Ao longo daquele
raiar de noite as palavras foram-se formando no meu íntimo e eu sentia de uma
maneira ou de outra que aquela seria a noite em que o adeus estaria próximo,
mas pela virtude do destino, ou meus pés não quiseram sair do buraco onde
estavam. Os lagos de palavras eram mais que um adeus, eram lagos de gosto de
ti, és e sempre serás mais que um neto, e eu dizia nesses lagos, ficaras sempre
no meu coração. Pergunto-me porque não uso vírgulas nem as aspas? Porque são a
mal formação do sentimento verdadeiro deste adeus. Poderá ser um simples adeus
para estas palavras, mas para mim, eu que escrevo em forma de alguém em que a
alma está meramente hipnotizada é um adeus sentido através das veias do meu
coração que penetram o meu verdadeiro sentimento. As horas foram passando e as
minhas persianas foram abrindo e vendo as horas a passar, recordo que no raiar
das três da manhã acordo a sentir uma dor na minha estrada do sentimento em que
solto uma lágrima, mas sem dor, a guardei outra vez. Percorri a casa a procura
de respostas enquanto esperava que o telefone tocasse aquela melodia que me
acordaria no dia a seguir a desesperar de choro. Foram-se formando palavras ao
longo daqueles escassos minutos em que estive acordado, foram-se formando filmes
em forma de curtas que na minha cabeça se exibiam, mas porquê? Estaria eu
preocupado. Deveras sim. Retorno a cama no intuito de dormir mais descansado,
mas o sucesso disso nunca aconteceu, até porque os filmes continuavam na minha
cabeça. Viro para um lado e para o outro. Fecho e abro os olhos. Adormeço e
acordo. Bocejo e não tenho sono. São estes os programas duos que naquela
desprezada noite eu senti. Foi então que fecho as minhas persianas do no meu
corpo, para voltar a dormir. Então sonho com rios e mares e finjo ser uma
pessoa que nunca foi, um poeta de verdade que vive por rimar, mas sem rima,
morre por falta de amar. Pergunto me eu, do que falo aqui, do adeus, e é do
adeus que aquele poeta ditou um texto, é do adeus que aquele poeta acenou, é do
adeus que aquele poeta me acorda. Era um poeta que sentia o que eu sentia, era
um poeta que citava o que eu escrevia, porque aquela era a noite do adeus. Será
demasiado repetir adeus? Uns acham que sim, e outro nem por isso, porque no
término desta história, só existe um adeus, que é o adeus de uma pessoa que foi
que só ficará dentro de mim, mas continuando que as linhas são grandes. Não sei
as horas em que voltei a acordar, mas seriam menos que as sete da manhã, em que
eu acordo e ouço o chilrear dos pequenos seres que pensam que são mais que um
avião que pensam que têm o ar nas suas asas. De repente sinto o sol a bater nas
frinchas da minha janela que naquela pequena manhã toca suavemente no meu
quarto, mas foi como uma despedida daquele sol maravilhoso, que tão depressa
pousou na minha janela, como já estava em escassos segundos a pousar no telhado
do meu prédio, contudo e como o ar de sono ainda batia nos meus olhos deitei-me
outra vez no meu leito e no meu suave lugar e mero sonhador. Volto a adormecer,
mas desta vez na esperança de que não acorde sem ver de quem era aquele adeus
que surgiu nas minhas auto-estradas do sentimento. É então que alguém
suavemente me acorda e me diz que alguém mais que eu, mas sendo mais pequeno
que eu, tinha partido para uma viagem onde só existe um bilhete de ida e não de
ida e volta. O desaparecimento daquele olhar, o desaparecimento daquele sorriso
desabou o meu campo de plantações que ao longo de vários anos fora plantado. E
agora pergunto, meu querido avô porque partiste sem dizer-me um adeus? Será que
o poeta era intermediário teu? Ou seria apenas a pura sensação de que tu me
deixarias depressa? Chorei lágrimas invisíveis aos olhos, mas visíveis ao
coração. Fiz caminhos visíveis aos meus sentimentos, mas invisíveis aos sentimentos
dos outros. Aquele acorda que temos que ir para cima, cortou a minha vontade de
pensar que tu eras mais que um avô para mim, deu-me mais força para acreditar
que tu eras um amigo e não um avô! Agora e terminando estas palavras e
descrevendo este adeus, quero dizer as minhas estradas e não auto-estradas que
por vezes não são as lágrimas visíveis que dão por conta do amor que se tem por
algo ou por alguém, mas sim aquilo que está dentro da nossa arca dos
sentimentos, que vibra dentro de nós, é essa grande, mas pequena arca, que
paira as nossas sensações e que transmitias assim que o amor quer, porque amar
é ser mais que alguém amado e dizer, eu amo-te, é deliciar o outro ser pequeno
ou grande o quanto grande é o nosso amor por ele, eu, este escravo das
palavras, não digo eu amo-te, mas sim digo, eu sinto-te dentro da minha arca e
quero continuar a sentir-te porque tu és o meu maior sentimento e por mais
saudade que eu tenha de ti e do teu sorriso esta será e se sempre continuará a
ser o dia em que o adeus de ti surgiu não pela tua humilde boca, mas pela tua
humilde vontade de me amar, agora fica a duvida desta arca, porque me olhavas
sempre que eu pensava em ti? Porque não tinhas receio de chamar por este
escravo de palavra que tristemente escreveu estas fraternas palavras? São estas
e outras respostas que ficaram guardadas no íntimo dessa arca do sentimento,
por debaixo daquele forro que será só nosso e que contem imensas imagens e
filmes reais que ao longo da minha vida ficaram guardadas e ficará sempre
aquela celebre frase “ apanhas as laranjas podres” não é uma frase grande em
termo de importância, mas em termos de sentimento é extremamente grande… Assim
fala a saudade de quem sempre adorou esta pessoa, porque foi mais que um avô,
foi um amigo para mim… Dedico-te, mesmo apesar de não estares aqui comigo este
texto… ADEUS…
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